FIDES ET
RATIO
DO SUMO PONTÍFICE JOÃO PAULO II
AOS BISPOS DA IGREJA CATÓLICA,
DO SUMO PONTÍFICE JOÃO PAULO II
AOS BISPOS DA IGREJA CATÓLICA,
SOBRE AS RELAÇÕES
ENTRE FÉ E RAZÃO
ENTRE FÉ E RAZÃO
CAPÍTULO I
A REVELAÇÃO DA SABEDORIA DE DEUS
1. Jesus, revelador do Pai
10. No Concílio Vaticano II, os Padres, fixando a atenção
sobre Jesus revelador, ilustraram o carácter salvífico da revelação de Deus na
história e exprimiram a sua natureza do seguinte modo: «Em virtude desta
revelação, Deus invisível (cf. Col 1, 15, 1
Tim 1, 17), na riqueza do seu amor, fala aos homens como amigos (cf. Ex 33,
11,Jo 15, 14-15) e convive com eles (cf. Bar 3,
38), para os convidar e admitir à comunhão com Ele. Esta economia da Revelação
realiza-se por meio de acções e palavras intimamente relacionadas entre si, de
tal maneira que as obras, realizadas por Deus na história da salvação, manifestam
e confirmam a doutrina e as realidades significadas pelas palavras e, as
palavras, por sua vez, declaram as obras e esclarecem o mistério nelas contido.
Porém, a verdade profunda tanto a respeito de Deus como a respeito da salvação
dos homens manifesta-se-nos, por esta Revelação, em Cristo, que é simultaneamente
o mediador e a plenitude de toda a revelação». [i]
11. Assim, a revelação de Deus entrou no tempo e na história.
Mais, a encarnação de Jesus Cristo realiza-se na «plenitude dos tempos» (Gal 4,
4). À distância de dois mil anos deste acontecimento, sinto o dever de
reafirmar intensamente que, «no cristianismo, o tempo tem uma importância fundamental».
[ii] Com efeito, é nele que tem lugar toda a obra da
criação e da salvação, e sobretudo merece destaque o facto de que, com a
encarnação do Filho de Deus, vivemos e antecipamos desde já aquilo que se
seguirá ao fim dos tempos (cf. Heb 1, 2).
A verdade que Deus confiou ao homem a respeito de Si
mesmo e da sua vida insere-se, portanto, no tempo e na história. Sem dúvida, aquela
foi pronunciada uma vez por todas no mistério de Jesus de Nazaré. Afirma-o, com
palavras muito expressivas, a constituição Dei Verbum: «Depois de ter
falado muitas vezes e de muitos modos pelos profetas, falou-nos Deus nestes
nossos dias, que são os últimos, através de seu Filho (Heb 1,
1-2). Com efeito, enviou o seu Filho, isto é, o Verbo eterno, que ilumina
todos os homens, para habitar entre os homens e manifestar-lhes a vida íntima de
Deus (cf. Jo 1, 1-18). Jesus Cristo, Verbo feito
carne, enviado como homem para os homens, "fala, portanto, as palavras de
Deus" (Jo 3, 34) e consuma a obra de salvação que o
Pai Lhe mandou realizar (cf. Jo 5, 36, 17, 4). Por
isso, Ele — vê-l’O a Ele é ver o Pai (cf. Jo 14, 9)
—, com toda a sua presença e manifestação da sua pessoa, com palavras e obras,
sinais e milagres, e sobretudo com a sua morte e gloriosa ressurreição, e
enfim, com o envio do Espírito de verdade, completa totalmente e confirma com o
testemunho divino a Revelação». [iii]
Assim, a história constitui um caminho que o Povo de
Deus há-de percorrer inteiramente, de tal modo que a verdade revelada possa
exprimir em plenitude os seus conteúdos, graças à acção incessante do Espírito
Santo (cf. Jo 16, 13). Ensina-o também a
constituição Dei Verbum, quando afirma que «a Igreja, no decurso
dos séculos, tende continuamente para a plenitude da verdade divina, até que
nela se realizem as palavras de Deus». [iv]
12. A história torna-se, assim, o lugar onde podemos
constatar a acção de Deus em favor da humanidade. Ele vem ter connosco, servindo-Se
daquilo que nos é mais familiar e mais fácil de verificar, ou seja, o nosso
contexto quotidiano, fora do qual não conseguiríamos entender-nos.
A encarnação do Filho de Deus permite ver realizada
uma síntese definitiva que a mente humana, por si mesma, nem sequer poderia
imaginar: o Eterno entra no tempo, o Tudo esconde-se no fragmento, Deus assume
o rosto do homem. Deste modo, a verdade expressa na revelação de Cristo deixou
de estar circunscrita a um restritto âmbito territorial e cultural, abrindo-se
a todo o homem e mulher que a queira acolher como palavra definitivamente
válida para dar sentido à existência. Agora todos têm acesso ao Pai, em Cristo,
de facto, com a sua morte e ressurreição, Ele concedeu-nos a vida divina que o
primeiro Adão tinha rejeitado (cf. Rom 5,12-15).
Com esta Revelação, é oferecida ao homem a verdade última a respeito da própria
vida e do destino da história: «Na realidade, o mistério do homem só no mistério
do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente», afirma a constituição Gaudium
et spes. [v] Fora desta perspectiva, o mistério da existência
pessoal permanece um enigma insolúvel. Onde poderia o homem procurar resposta
para questões tão dramáticas como a dor, o sofrimento do inocente e a morte, a
não ser na luz que dimana do mistério da paixão, morte e ressurreição de
Cristo?
2. A razão perante o mistério
13. Entretanto, não se pode esquecer que a Revelação permanece
envolvida no mistério. Jesus, com toda a sua vida, revela seguramente o rosto
do Pai, porque Ele veio para manifestar os segredos de Deus, [vi] e contudo, o conhecimento que possuímos daquele
rosto, está marcado sempre pelo carácter parcial e limitado da nossa compreensão.
Somente a fé permite entrar dentro do mistério, proporcionando uma sua
compreensão coerente.
O Concílio ensina que, «a Deus que revela, é devida a
obediência da fé». [vii] Com esta breve mas densa afirmação, é indicada uma
verdade fundamental do cristianismo. Diz-se, em primeiro lugar, que a fé é uma resposta
de obediência a Deus. Isto implica que Ele seja reconhecido na sua divindade,
transcendência e liberdade suprema. Deus que Se dá a conhecer na autoridade da
sua transcendência absoluta, traz consigo também a credibilidade dos conteúdos
que revela. Pela fé, o homem presta assentimento a esse
testemunho divino. Isto significa que reconhece plena e integralmente a verdade
de tudo o que foi revelado, porque é o próprio Deus que o garante. Esta
verdade, oferecida ao homem sem que ele a possa exigir, insere-se no horizonte
da comunicação interpessoal e impele a razão a abrir-se a esta e a acolher o
seu sentido profundo. É por isso que o acto pelo qual nos entregamos a Deus,
sempre foi considerado pela Igreja como um momento de opção fundamental, que
envolve a pessoa inteira. Inteligência e vontade põem em acção o melhor da sua
natureza espiritual, para consentir que o sujeito realize um acto no pleno
exercício da sua liberdade pessoal. [viii] Na fé, portanto, não basta a liberdade estar presente,
exige-se que entre em acção. Mais, é a fé que permite a cada um exprimir, do
melhor modo, a sua própria liberdade. Por outras palavras, a liberdade não se
realiza nas opções contra Deus. Na verdade, como poderia ser considerado um uso
autêntico da liberdade, a recusa de se abrir àquilo que permite a realização de
si mesmo? No acreditar é que a pessoa realiza o acto mais significativo da sua
existência, de facto, nele a liberdade alcança a certeza da verdade e decide
viver nela.
Em auxílio da razão, que procura a compreensão do mistério,
vêm também os sinais presentes na Revelação. Estes servem para conduzir mais
longe a busca da verdade e permitir que a mente possa autonomamente investigar inclusive
dentro do mistério. De qualquer modo, se, por um lado, esses sinais dão maior
força à razão, porque lhe permitem pesquisar dentro do mistério com os seus
próprios meios, de que ela justamente se sente ciosa, por outro lado, impelem-na
a transcender a sua realidade de sinais para apreender o significado ulterior
de que eles são portadores. Portanto, já há neles uma verdade escondida, para a
qual encaminham a mente e da qual esta não pode prescindir sem destruir o
próprio sinal que lhe foi proposto.
Chega-se, assim, ao horizonte sacramental da
Revelação e de forma particular ao sinal eucarístico, onde a união indivisível
entre a realidade e o respectivo significado permite identificar a profundidade
do mistério. Na Eucaristia, Cristo está verdadeiramente presente e vivo, actua
pelo seu Espírito, mas, como justamente diz S. Tomás, «nada vês nem
compreendes, mas afirma-o a fé mais viva, para além das leis da Terra. Sob espécies
diferentes, que não passam de sinais, é que está o dom de Deus». [ix] Temos um eco disto mesmo nas seguintes palavras do
filósofo Pascal: «Como Jesus Cristo passou despercebido no meio dos homens,
assim a sua verdade permanece, entre as opiniões comuns, sem diferença
exterior. O mesmo se dá com a Eucaristia relativamente ao pão comum». [x]
Em resumo, o conhecimento da fé não anula o mistério, torna-o
apenas mais evidente e apresenta-o como um facto essencial para a vida do
homem: Cristo Senhor, «na própria revelação do mistério do Pai e do seu amor,
revela o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação sublime», [xi] que é participar no mistério da vida trinitária de
Deus. [xii]
14. A doutrina do primeiro e segundo Concílio do
Vaticano abre um horizonte verdadeiramente novo também ao saber filosófico. A Revelação
coloca dentro da história um ponto de referência de que o homem não pode
prescindir, se quiser chegar a compreender o mistério da sua existência, mas,
por outro lado, este conhecimento apela constantemente para o mistério de Deus
que a mente não consegue abarcar, mas apenas receber e acolher na fé. Entre
estes dois momentos, a razão possui o seu espaço peculiar que lhe permite
investigar e compreender, sem ser limitada por nada mais que a sua finitude
ante o mistério infinito de Deus.
A Revelação introduz, portanto, na nossa história uma
verdade universal e última que leva a mente do homem a nunca mais se deter,
antes, impele-a a ampliar continuamente os espaços do próprio conhecimento até
sentir que realizou tudo o que estava ao seu alcance, sem nada descurar.
Ajuda-nos, nesta reflexão, uma das inteligências mais fecundas e significativas
da história da humanidade, à qual obrigatoriamente fazem referência a filosofia
e a teologia: Santo Anselmo. Na sua obra, Proslogion, o Arcebispo
de Cantuária exprime-se assim: «Detendo-me comfrequência e atenção a pensar
neste problema, sucedia umas vezes que me parecia estar para agarrar o que
buscava, outras vezes, pelo contrário, furtava-se completamente ao meu
pensamento, até que finalmente, desesperado de o poder achar, decidi deixar de
procurar algo que me era impossível encontrar. Mas, quando quis afastar de mim
tal pensamento para que a sua ocupação da minha mente não me alheasse de outros
problemas de que podia tirar algum proveito, foi então que começou a
apresentar-se cada vez mais teimoso. (…) Mas, pobre de mim, um dos pobres
filhos de Eva, longe de Deus, o que é que comecei a fazer e o que é que
consegui? O que é que visava e a que ponto cheguei? A que é que aspirava e por
que é que suspiro? (…) Ó Senhor, Vós não sois apenas algoa cerca do qual não se
pode pensar nada de maior (non solum esquo maius cogitari nequit), mas
sois maior de tudo o que se possa pensar (quiddam maius quam cogitari possit)
(…). Se não fôsseis o que sois, poder-se-ia pensar algo maior do que Vós, mas
isso é impossível». [xiii]
15. A verdade da revelação cristã, que se encontra em
Jesus de Nazaré, permite a quem quer que seja perceber o «mistério» da própria
vida. Enquanto verdade suprema, ao mesmo tempo que respeita a autonomia da
criatura e a sua liberdade, obriga-a a abrir-se à transcendência. Aqui, a
relação entre liberdade e verdade atinge o seu máximo grau, podendo-se compreender
plenamente esta palavra do Senhor: «Conhecereis averdade e a verdade
libertar-vos-á» (Jo 8, 32).
A revelação cristã é a verdadeira estrela de orientação
para o homem, que avança por entre os condicionalismos da mentalidade
imanentista e os reducionismos duma lógica tecnocrática, é a última
possibilidade oferecida por Deus, para reencontrar em plenitude aquele projecto
primordial de amor que teve início com a criação. Ao homem ansioso de conhecer
a verdade — se ainda é capaz de ver para além de si mesmo e levantar os olhos
acima dos seus próprios projectos —é-lhe concedida a possibilidade de recuperar
a genuína relação com a sua vida, seguindo a estrada da verdade. Podem-se
aplicar a esta situação as seguintes palavras do Deuteronómio: «A lei que hoje
te imponho não está acima das tuas forças nem fora do teu alcance. Não está no
céu, para que digas: "Quem subirá por nós ao céu e no-la irá buscar?"
Não está tão pouco do outro lado do mar, para que digas: "Quem atravessará
o mar para no-la buscar e no-la fazer ouvir para que a observemos?" Não,
ela está muito perto de ti: está na tua boca e no teu coração,e tu podes
cumpri-la» (30, 11-14). Temos um eco deste texto no famoso
pensamento do filósofo e teólogo Santo Agostinho: «Noli foras ire, in te
ipsum redi. In interiore homine habitat veritas». [xiv]
À luz destas considerações, impõe-se uma primeira
conclusão: a verdade que a Revelação nos dá a conhecer não é o fruto maduro ou
o ponto culminante dum pensamento elaborado pela razão. Pelo contrário, aquela apresenta-se
com a característica da gratuidade, obriga a pensá-la, e pede para ser
acolhida, como expressão de amor. Esta verdade revelada é a presença antecipada
na nossa história daquela visão última e definitiva de Deus, que está reservada
para quantos acreditam n’Ele ou O procuram de coração sincero. Assim, o fim último
da existência pessoal é objecto de estudo quer da filosofia, quer da teologia.
Embora com meios e conteúdos diversos, ambas apontam para aquele «caminho da vida»
(Sal 1615, 11) que, segundo nos diz a fé, tem o seu
termo último de chegada na alegria plena e duradoura dacontemplação de Deus Uno
e Trino.
CAPÍTULO II
CREDO UT INTELLEGAM
1. «A sabedoria sabe e compreende todas as coisas» (Sab9, 11)
16. Quão profunda seja a ligação entre o conhecimento
da fé e o da razão, já a Sagrada Escritura no-lo indica com elementos de uma clareza
surpreendente. Comprovam-no sobretudo os Livros Sapienciais. O que
impressiona na leitura, feita sem preconceitos, dessas páginas da Sagrada Escritura
é o facto de estes textos conterem não apenas a féde Israel, mas também o
tesouro de civilizações e culturas já desaparecidas. Como se de um desígnio
particular se tratasse, o Egipto e a Mesopotâmia fazem ouvir novamente a sua voz,
e alguns traços comuns das culturas do Antigo Oriente ressurgem nestas páginas
ricas de intuições singularmente profundas.
Não é por acaso que o autor sagrado, ao querer descrever
o homem sábio, o apresenta como aquele que ama e busca a verdade: «Feliz o
homem que é constante na sabedoria, e que discorre com a sua inteligência, que
repassa no seu coração os caminhos da sabedoria, e que penetra no conhecimento
dos seus segredos, vai atrás dela como quem lhe segue o rasto, e permanece nos
seus caminhos, olha pelas suas janelas, e escuta às suas portas, repousa junto
da sua morada, e fixa um pilar nas suas paredes, levanta a sua tenda junto
dela, e estabelece ali agradável morada, coloca os seus filhos debaixo da sua
protecção, e ele mesmo morará debaixo dos seus ramos, à sua sombra estará
defendido do calor, e repousará na sua glória» (Sir 14,20-27).
Para o autor inspirado, como se vê, o desejo de
conhecer é uma característica comum a todos os homens. Graças à inteligência, é
dada a todos, crentes e descrentes, a possibilidade de «se saciarem nas águas
profundas» do conhecimento (cf. Prov20, 5). Seguramente,
no Antigo Israel, oconhecimento do mundo e dos seus fenómenos não se realizava pela
via da abstracção, como já o fazia o filósofo jónico ou o sábio egípcio. E
menos ainda podia o bom israelita conceber o conhecimento nos parâmetros
próprios da época moderna, mais propensa à subdivisão do saber. Apesar disso, o
mundo bíblico fez confluir, para o grande mar da teoria doconhecimento, o seu
contributo original.
Qual? O carácter peculiar do texto bíblico reside na convicção
de que existe uma unidade profunda e indivisível entre o conhecimento da razão
e o da fé. O mundo e o que nele acontece, assim como a história e as diversas
vicissitudes da nação são realidades observadas, analisadas e julgadas com os
meios próprios da razão, mas sem deixar a fé alheia a este processo. Esta não
intervém para humilhar a autonomia da razão, nem para reduzir o seu espaço de
acção, mas apenas para fazer compreender ao homem que, em tais acontecimentos,
se torna visível e actua o Deus de Israel. Assim, não é possível conhecer
profundamente o mundo e os factos da história, sem ao mesmo tempo professar a
fé em Deus que neles actua. A féaperfeiçoa o olhar interior, abrindo a mente
para descobrir, no curso dos acontecimentos, a presença operante da
Providência. A tal propósito, é significativa uma expressão do livro dos
Provérbios: «A mente do homem dispõe o seu caminho, mas é o Senhor quem dirige
os seus passos» (16, 9). É como se dissesse que o homem, pela luz da
razão, pode reconhecer a sua estrada, mas percorrê-la de maneira decidida, sem
obstáculos e até ao fim, ele só o consegue se, de ânimo recto, integrar a sua
pesquisa no horizonte da fé. Por isso, a razão e a fé não podem ser separadas,
sem fazer com que o homem perca a possibilidade de conhecer de modo adequado a
si mesmo, o mundo e Deus.
17. Não há motivo para existir concorrência entre a razão
e a fé: uma implica a outra, e cada qual tem o seu espaço próprio de
realização. Aponta nesta direcção o livro dos Provérbios, quando exclama: «A
glória de Deus é encobrir as coisas, e a glória dosreis é investigá-las» (25,
2). Deus e o homem estão colocados, em seu respectivo mundo, numa relação
única.Em Deus reside a origem de tudo, n’Ele se encerra a plenitude do
mistério, e isto constitui a sua glória, ao homem, pelo contrário, compete o
dever de investigar a verdade com a razão, e nisto está a sua nobreza. Um novo
ladrilho é colocado neste mosaico pelo Salmista, quando diz: «Quão insondáveis
para mim, ó Deus, vossos pensamentos! Quão imenso o seu número! Quisera contá-los,
são mais que as areias, se pudesse chegar ao fim, estaria ainda convosco» (139/
138, 17-18). O desejo de conhecer é tão grande e comporta tal dinamismo
que o coração do homem, ao tocar o limite intransponível, suspira pela riqueza infinita
que se encontra para além deste, por intuir que nela está contida a resposta
cabal para toda a questão ainda sem resposta.
Nota: Revisão da tradução portuguesa por ama.
[i] João Paulo II, Carta ap. Tertio
millennio adveniente (10de Novembro de 1994), 10: AAS 87
(1995), 11.
[ii] João Paulo II, Carta ap. Tertio millennio
adveniente (10de Novembro de 1994), 10: AAS 87
(1995), 4.
[iii] João Paulo
II, Carta ap. Tertio millennio adveniente (10de Novembro de
1994), 10: AAS 87 (1995), 8.
[iv] João Paulo II, Carta ap. Tertio millennio
adveniente (10de Novembro de 1994), 10: AAS 87
(1995), 22.
[v] Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. sobre a
revelaçãodivina Dei Verbum, 4.
[vi] Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. sobre a
revelaçãodivina Dei Verbum, 5.
[vii] O Concílio Vaticano I, ao qual se refere a
sentençaanteriormente citada, ensina que a obediência da fé exige oempenhamento
da inteligência e da vontade: « Dado que o homemdepende totalmente de Deus,
enquanto seu Criador e Senhor, e a razãocriada está submetida completamente à
verdade incriada,somos obrigados, quando Deus Se revela, a prestar-Lhe,
mediante a fé,a plena submissão da nossa inteligência e da nossa vontade
»[Const. dogm. sobre a fé católica Dei Filius, III:DS 3008].
[x] Conc. Ecum. Vat. II, Const. past. sobre a Igreja no
mundo contemporâneoGaudium et spes, 22.
[xi] Cf. Conc. Ecum. Vat. II, Const. dogm. sobre a
revelaçãodivina Dei Verbum, 2.
[xii] Proémio e
nn. 1 e 15: PL 158, 223-224.226.235.
[xiv] «Ut te semper desiderando quærerent et
inveniendoquiescerent »: Missale Romanum.
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