Textos de S. Josemaria
Escrivá
Necessitas
de formação, porque tens de ter um profundo sentido de responsabilidade, que
promova e anime a actuação dos católicos na vida pública, com o respeito devido
à liberdade de cada um, e recordando a todos que têm de ser coerentes com a sua
fé. (Forja,
712)
Um
homem sabedor de que o mundo – e não só o templo – é o lugar do seu encontro
com Cristo, ama esse mundo, procura adquirir uma boa preparação intelectual e
profissional, vai formando – com plena liberdade – os seus próprios critérios
sobre os problemas do meio em que vive; e toma, como consequência, as suas
próprias decisões que, por serem decisões de um cristão, procedem também de uma
reflexão pessoal que tenta humildemente captar a vontade de Deus nesses
aspectos, pequenos e grandes, da vida.
Mas
esse cristão não se lembra nunca de pensar ou de dizer que desce do templo ao
mundo para representar a Igreja, e que as suas soluções são as soluções
católicas daqueles problemas. Isso não pode ser, meus filhos! Isso seria
clericalismo, catolicismo oficial, ou como quiserdes chamar-lhe. De qualquer
modo, seria violentar a natureza das coisas. Tendes de difundir por toda a
parte uma verdadeira mentalidade laical, que há-de levar os cristãos a três
consequências: a serem suficientemente honrados para arcarem com a sua
responsabilidade pessoal; a serem suficientemente cristãos para respeitarem os
seus irmãos na fé que proponham – em matérias discutíveis – soluções diversas
das suas; e a serem suficientemente católicos para não se servirem da Igreja,
nossa Mãe, misturando-a com partidarismos humanos. (...).
Interpretai, portanto, as
minhas palavras como o que são: um chamamento a exercerdes – diariamente!, não
apenas em situações de emergência – os vossos direitos; e a cumprirdes
nobremente as vossas obrigações como cidadãos – na vida política, na vida
económica, na vida universitária, na vida profissional –, assumindo com coragem
todas as consequências das vossas decisões, arcando com a independência pessoal
que vos corresponde. E essa mentalidade laical cristã permitir-vos-á fugir de
toda a intolerância, de todo o fanatismo. Di-lo-ei de um modo positivo:
far-vos-á conviver em paz com todos os vossos concidadãos e fomentar também a
convivência nos diversos sectores da vida social. (Temas Actuais do
Cristianismo, 117–118).
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