
(II
Sent., dist. I, q. 2, a. 4, ad 3; II Cont. Gent., cap. LXXI; De Spirit.Creat.,
a. 3; Qu. De Anima, a. 9; II De Anima, lect. I; VIII Metaphys., lect.V).
O
sétimo discute-se assim. ― Parece que a alma está unida ao corpo do animal
mediante algum outro corpo.
1.
― Pois, diz Agostinho, a alma governa o corpo pela luz, isto é, pelo fogo e
pelo ar, os corpos mais semelhantes ao espírito. Ora, sendo corpos o fogo e o
ar, a alma está unida ao corpo humano mediante outro corpo.
2.
Demais. ― Aquilo que, eliminado, dissolve a união de dois seres unidos, deve
ser considerado como o termo médio entre eles. Ora, faltando o espírito, a alma
separa-se do corpo. Logo, o espírito, que é um corpo subtil, é o termo médio
entre a união do corpo e da alma.
3.
Demais. ― Seres muito distantes entre si não se unem senão por um ser médio.
Ora, a alma intelectiva dista muito do corpo, tanto por ser incorpórea como por
ser incorruptível. Logo, resulta que está unida com ele, mediante algum corpo
incorruptível, considerado como sendo uma luz celeste, que concilia os
elementos e os reduz à unidade.
Mas,
em contrário, diz o Filósofo, não se deve perguntar nem se o corpo e a alma são
um só ser, nem se o são a cera e a sua forma. Mas, assim como a forma se une à
cera, sem a mediação de nenhum corpo, assim a alma ao corpo.
Donde
resulta a falsidade das opiniões daqueles que supuseram corpos médios entre a
alma e o corpo do homem. ― Desses, alguns Platónicos ensinavam que a alma
intelectiva está naturalmente unida a um corpo incorruptível do qual nunca se
separa e, mediante esse, se une ao corpo corruptível do homem. Outros, porém,
diziam que se une ao corpo mediante o espírito corpóreo. ― Outros, ainda, que
se une mediante a luz que consideravam como corpo e com a natureza da quinta
essência; de modo que, a alma vegetativa une-se ao corpo, mediante a luz do céu
sideral; a sensível, mediante a do céu cristalino; a intelectual, mediante a do
céu empíreo. Coisas que são fictícias e ridículas; porque a luz não é corpo;
porque, a quinta-essência, sendo inalterável, não entra materialmente, mas só
virtualmente, na composição do corpo misto; e porque a alma, tal como a forma à
matéria, une-se imediatamente ao corpo.
DONDE
A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. ― Agostinho refere-se à alma enquanto move o
corpo e, por isso, usa da palavra governo. E é verdade, que ela move as partes
mais grosseiras do corpo pelas mais subtis; e o primeiro instrumento da virtude
motora é o espírito, como diz o Filósofo.
RESPOSTA
À SEGUNDA. ― Faltando o espírito, desaparece a união da alma e do corpo; não
que, por isso, ele seja médio entre ambos, mas porque desaparece a disposição
pela qual o corpo está preparado para tal união. E, contudo, o espírito é meio
no mover, como primeiro instrumento do movimento.
RESPOSTA
À TERCEIRA. ― A alma dista muito do corpo se se considerarem separadamente as
condições de um e de outro. Donde, se cada qual tivesse existência separada,
seria necessária a intervenção de muitos corpos médios. Mas, como forma do
corpo, a alma não tem o ser separado do ser do corpo, mas une-se imediatamente,
pelo seu ser, com ele. Assim, pois, também qualquer forma, considerada como acto,
dista imenso da matéria, ente somente potencial.
Nota: Revisão da tradução para português por ama
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