Art. 3 — Se a criatura corpórea foi criada por Deus mediante os anjos.
Padroeiros do blog: SÃO PAULO; SÃO TOMÁS DE AQUINO; SÃO FILIPE DE NÉRI; SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ
20/06/2012
Tratado da criação da criatura corpórea 3
Questão 65: Da obra da criação da
criatura corpórea.
Art. 3 — Se a criatura corpórea foi criada por Deus mediante os anjos.
1. — Pois, assim como todas as coisas são
governadas pela divina sabedoria, assim também por esta todas foram feitas,
conforme a Escritura: Todas as coisas fizeste com sabedoria. Mas, ordenar é próprio
do sábio, como diz Aristóteles. Donde, no governo das coisas, as inferiores são
regidas pelas superiores, numa certa ordem, como diz Agostinho. Logo, também na
criação das coisas houve uma ordem tal, que a criatura corpórea, como inferior,
foi criada pela espiritual, como superior.
2. Demais. — A diversidade dos efeitos mostra
a das causas, porque a mesma causa sempre produz o mesmo efeito. Se, pois,
todas as criaturas, tanto espirituais como corpóreas fossem criadas imediatamente
por Deus, não haveria entre elas diversidade, nem uma distaria de Deus mais do
que outra. O que é evidentemente falso, pois, como diz o Filósofo, alguns seres
são corruptíveis por distarem muito de Deus.
3. Demais. — Para a produção de um efeito
finito não se requer virtude infinita. Ora, todos os corpos são finitos. Logo,
podiam ser produzidos por virtude finita das criaturas espirituais e o foram;
pois, em tais criaturas não difere o ser do poder, sobretudo porque nenhuma
dignidade conveniente a um ser, segundo a sua natureza, lhe é denegada, salvo
por sua culpa.
Mas, em contrário, diz a Escritura: No
princípio criou Deus o céu e a terra, pelos quais se entende a criatura
corpórea. Logo, esta foi imediatamente criada por Deus.
Alguns ensinaram, que as coisas
procederam de Deus gradativamente, de modo que dele imediatamente procedeu a primeira
criatura; esta produziu, outra, e assim por diante, até a criatura corpórea. —
Mas esta opinião é inadmissível. Porque a primeira produção da criatura
corpórea foi por via de criação, pela qual é produzida a matéria em si mesma;
pois, no vir-a-ser, o imperfeito tem prioridade sobre o perfeito. Ora, é
impossível que alguma coisa seja criada a não ser por Deus.
Para evidenciá-lo devemos considerar que,
quanto mais superior é uma causa, tanto mais seres abrange no causar. Ora, o
que nas coisas é substrato é mais comum do que o que as informa e restringe;
assim, ser é mais comum do que viver e viver do que inteligir e a matéria do
que a forma. Por tanto, quanto mais alguma coisa é substrato, tanto mais
diretamente procede da causa superior. E logo, o que é o primeiro de todos os
substratos propriamente depende da causalidade da causa suprema e, por
conseqüência, nenhuma causa segunda pode produzir nada, sem que se pressuponha,
na coisa produzida, algo causado pela causa superior. Ora, a criação é a
produção de uma coisa na sua substância total, sem se pressupor nada de
incriado ou de criado por outrem. Donde se conclui que ninguém pode criar nada,
salvo Deus, causa primeira. E por isso, Moisés, para mostrar que todos os
corpos foram criados imediatamente por Deus, disse: No princípio criou Deus o
céu e a terra.
DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. — Na
produção das coisas há uma certa ordem; não, por certo, de modo a ter uma
criatura sido criada por outra, o que é impossível; mas de modo a terem sido,
pela divina sapiência, constituídos diversos graus nas criaturas.
RESPOSTA À SEGUNDA. — O próprio Deus, sem
detrimento da sua simplicidade, conhece coisas diversas, como antes se
demonstrou. E portanto, também é a causa pela sua sapiência das diversas coisas
criadas, segundo as diversas coisas conhecidas; assim como o artífice,
apreendendo diversas formas, produz diversos artefactos.
RESPOSTA À TERCEIRA. — A grandeza da virtude
do agente não só é medida pela coisa feita, mas também pelo modo de fazer;
pois, uma mesma coisa é diferentemente feita por uma virtude maior e por uma
menor. Ora, produzir um ser finito, sem que nada se lhe pressuponha, sendo
próprio, como é, da virtude infinita, não pode competir a nenhuma criatura.
Art. 3 — Se a criatura corpórea foi criada por Deus mediante os anjos.
1. — Pois, assim como todas as coisas são
governadas pela divina sabedoria, assim também por esta todas foram feitas,
conforme a Escritura: Todas as coisas fizeste com sabedoria. Mas, ordenar é próprio
do sábio, como diz Aristóteles. Donde, no governo das coisas, as inferiores são
regidas pelas superiores, numa certa ordem, como diz Agostinho. Logo, também na
criação das coisas houve uma ordem tal, que a criatura corpórea, como inferior,
foi criada pela espiritual, como superior.
2. Demais. — A diversidade dos efeitos mostra
a das causas, porque a mesma causa sempre produz o mesmo efeito. Se, pois,
todas as criaturas, tanto espirituais como corpóreas fossem criadas imediatamente
por Deus, não haveria entre elas diversidade, nem uma distaria de Deus mais do
que outra. O que é evidentemente falso, pois, como diz o Filósofo, alguns seres
são corruptíveis por distarem muito de Deus.
3. Demais. — Para a produção de um efeito
finito não se requer virtude infinita. Ora, todos os corpos são finitos. Logo,
podiam ser produzidos por virtude finita das criaturas espirituais e o foram;
pois, em tais criaturas não difere o ser do poder, sobretudo porque nenhuma
dignidade conveniente a um ser, segundo a sua natureza, lhe é denegada, salvo
por sua culpa.
Mas, em contrário, diz a Escritura: No
princípio criou Deus o céu e a terra, pelos quais se entende a criatura
corpórea. Logo, esta foi imediatamente criada por Deus.
Alguns ensinaram, que as coisas
procederam de Deus gradativamente, de modo que dele imediatamente procedeu a primeira
criatura; esta produziu, outra, e assim por diante, até a criatura corpórea. —
Mas esta opinião é inadmissível. Porque a primeira produção da criatura
corpórea foi por via de criação, pela qual é produzida a matéria em si mesma;
pois, no vir-a-ser, o imperfeito tem prioridade sobre o perfeito. Ora, é
impossível que alguma coisa seja criada a não ser por Deus.
Para evidenciá-lo devemos considerar que,
quanto mais superior é uma causa, tanto mais seres abrange no causar. Ora, o
que nas coisas é substrato é mais comum do que o que as informa e restringe;
assim, ser é mais comum do que viver e viver do que inteligir e a matéria do
que a forma. Por tanto, quanto mais alguma coisa é substrato, tanto mais
diretamente procede da causa superior. E logo, o que é o primeiro de todos os
substratos propriamente depende da causalidade da causa suprema e, por
conseqüência, nenhuma causa segunda pode produzir nada, sem que se pressuponha,
na coisa produzida, algo causado pela causa superior. Ora, a criação é a
produção de uma coisa na sua substância total, sem se pressupor nada de
incriado ou de criado por outrem. Donde se conclui que ninguém pode criar nada,
salvo Deus, causa primeira. E por isso, Moisés, para mostrar que todos os
corpos foram criados imediatamente por Deus, disse: No princípio criou Deus o
céu e a terra.
DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. — Na
produção das coisas há uma certa ordem; não, por certo, de modo a ter uma
criatura sido criada por outra, o que é impossível; mas de modo a terem sido,
pela divina sapiência, constituídos diversos graus nas criaturas.
RESPOSTA À SEGUNDA. — O próprio Deus, sem
detrimento da sua simplicidade, conhece coisas diversas, como antes se
demonstrou. E portanto, também é a causa pela sua sapiência das diversas coisas
criadas, segundo as diversas coisas conhecidas; assim como o artífice,
apreendendo diversas formas, produz diversos artefactos.
RESPOSTA À TERCEIRA. — A grandeza da virtude
do agente não só é medida pela coisa feita, mas também pelo modo de fazer;
pois, uma mesma coisa é diferentemente feita por uma virtude maior e por uma
menor. Ora, produzir um ser finito, sem que nada se lhe pressuponha, sendo
próprio, como é, da virtude infinita, não pode competir a nenhuma criatura.
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