V Semana
Evangelho: Jo 15, 1-8
1 «Eu sou a videira verdadeira, e Meu
Pai é o agricultor. 2 Todo o ramo que não dá fruto em Mim, Ele o cortará; e
todo o que der fruto, podá-lo-á, para que dê mais fruto. 3 Vós já estais limpos
em virtude da palavra que vos anunciei. 4 Permanecei em Mim e Eu permanecerei
em vós. Como o ramo não pode por si mesmo dar fruto se não permanecer na
videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim. 5 Eu sou a videira, vós
os ramos. Aquele que permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, porque
sem Mim nada podeis fazer. 6 Se alguém não permanecer em Mim, será lançado fora
como o ramo, e secará; depois recolhê-lo-ão, lançá-lo-ão no fogo e arderá. 7 Se
permanecerdes em Mim, e as Minhas palavras permanecerem em vós, pedireis tudo o
que quiserdes e ser-vos-á concedido. 8 Nisto é glorificado Meu Pai: Em que vós
deis muito fruto e sejais Meus discípulos.
Comentário:
Como
sempre, Jesus serve-se de imagens da vida corrente de todos os dias para que,
aqueles que O ouvem, entendam melhor o que quer transmitir-lhes.
A
mensagem de Cristo, exposta deste modo, não pode ser mais clara para aqueles
homens habituados aos trabalhos do campo.
Ninguém poderá dizer que não entendeu.
Nós
também, percebemos perfeitamente o que o Senhor diz:
Que
temos de estar unidos a Ele - como os sarmentos estão unidos à cepa - para que
possamos viver de facto.
Que
por vezes, há que "cortar" o que está em excesso - tal como podamos
as nossas vides - para que possamos viver melhor.
Custa sempre um pouco podar.
Quer
chova ou faça sol, chegada a altura, não podemos adiar essa tarefa de podar as
nossas vinhas.
Por
muito trabalho e despesa que nos cause nunca, ano após ano, nunca adiamos esse
trabalho porque, sabemo-lo bem, se o não fizermos a tempo, com o cuidado e
diligência devidos, arriscamos a que, nesse ano, haja pouco fruto e de má
qualidade e a vindima será um fracasso.
Eu
pergunto-me a mim mesmo, e pergunto a todos, se não terá chegado também o tempo
de procedermos a uma "poda" criteriosa na nossa vida?
Andamos
assim, como que cheios de sarmentos, que são os pequenos defeitos, alguns
viciozitos, umas teimosias, que não nos servem para nada, que nos embaraçam
constantemente no caminho e, sobretudo, impedem muitas vezes, que façamos
algumas coisas boas, que... demos frutos.
E
não nos decidimos a cortá-los, a acabar com eles de uma vez; talvez porque já
sabemos que - tal como nas videiras - tornarão a crescer, ou porque fazê-lo
implica algum sacrifício, ou porque esperamos uma ocasião mais propícia, ou,
por um sem número de razões que sempre vamos encontrando.
Corremos
o risco de nos tornarmos um amontoado informe de critérios, opiniões, vícios,
tendências ou hábitos que nos tornam numa enorme videira cheia de ramos e
folhas, mas sem cachos cheios e bem maduros.
Sabemos
muito bem que não precisamos de ser nenhuns ‘especialistas’ para esta ‘poda’
pessoal, toda a gente sabe o que tem de cortar e o que tem de endireitar e
guiar.
Mas,
não obstante, é sempre útil colher alguma opinião mais competente, porque
poderá convir que essa "poda" seja feita por fases, para ser mais
eficaz e duradoura.
Na
presença do dono da vinha - como Jesus tantas vezes chamou ao Seu e nosso Pai -
devemos propor-nos essa tarefa, sem demora e com determinação e, recorrendo à
direcção espiritual, solicitar o conselho sobre a forma mais adequada de
proceder a essa tarefa.
Disse
«sem demora» porque não temos muito tempo.
Esta
vida terrena é muito breve e temos de aproveitar todos os dias, todos os
momentos, de que dispomos para produzir o máximo e o melhor que podermos; para
produzirmos todos os frutos que o dono da vinha espera colher, quando vier
vindimar.
Agora,
em pleno mês de Maio, nas vésperas de mais um aniversário das aparições de
Nossa Senhora em Fátima, é um tempo óptimo, para essa tarefa.
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