25/10/2011

Princípios filosóficos do Cristianismo

Filósofo
Rembrandt

Princípio da substância (II):

Heidegger
Mas, qual é esse ser de Heidegger? O ser, enquanto tal, não depende do homem nem é um produto ou projecto do homem. Diz Alfaro interpretando Heidegger: «melhor, é o homem que existe como projecto do ser, como fundamentalmente aberto ao ser e interpelado por ele a guardar a verdade do ser. Este é o sentido da frase de Heidegger "o homem é o pastor do ser».
No seu intento por «mostrar» a noção de ser, Heidegger parte da diferença ontológica entre o ser e os entes. O ser não é nem um ente, nem um constitutivo dos entes, nem a totalidade dos entes; não é nem Deus nem um fundamento último do mundo. Os entes provêem do ser, não mediante uma causalidade eficiente, mas enquanto são tais, graças à iluminação (Lichtung) do ser; quer dizer, o ser é a luz que tira os entes do seu anonimato e se torna assim presente a eles como seu fundamento transcendente. Esta relação do ser com os entes pertence internamente ao mesmo ser.
O ser esconde-se e descobre-se nos entes; é algo que acontece por pura iniciativa enquanto se descobre e encobre. O ser não pode ser pensado senão como mero acontecer. O homem não pode provocar por si mesmo a vinda do ser enquanto tal, mas unicamente aguardar a sua vinda e estar atento à sua voz. A interpretação do ser está ainda por fazer-se e é um enigma.

josé antonio sayés, [i] trad ama,


[i] Sacerdote, doutor em teologia pela Universidade Gregoriana e professor de Teologia fundamental na Faculdade de Teologia do Norte de Espanha.
Escreveu mais de quarenta obras de teologia e filosofia e é um dos Teólogos vivos mais importantes da Igreja Católica. Destacou-se pelas suas prolíferas conferências, a publicação de livros quase anualmente e pelos seus artigos incisivos em defesa da fé verdadeira.

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