2. O relativismo necessita usar absolutos
Para que o relativismo seja demonstrado como certo requer que as afirmações comparadas e o marco da comparação sejam absolutos. Isto pode ver-se no que segue.
Na compreensão clássica não relativista, a verdade é a correspondência entre uma afirmação e a realidade. Se o que se afirma não corresponde à realidade, a afirmação considera-se falsa. É uma relação que vai da forma seguinte afirmação > mundo.
Os relativistas acrescentam um elemento a essa relação, a de uma espécie de filtro que torna impossível a observação directa do mundo: afirmação > filtro > mundo.
Esse filtro é uma visão pessoal que pode ter a forma de uma opinião, uma crença cultural, um valor moral, ou uma simples percepção sobre o mundo. Esta visão pessoal é o que torna impossível o conhecimento da realidade, segundo o relativismo.
Tem uma aparência atractiva, mas é um engano: sendo lógicos, se o filtro existe, então não pode conhecer-se nada mais que o filtro ou visão pessoal; mas então o conhecimento desse filtro deve ser absoluto e não relativo (ainda que em cada pessoa seja diferente).
E se essas visões ou filtros são absolutos, segundo o relativismo, não podem ser conhecidos e a sua existência não pode ser demonstrada.
Mais ainda, se como dizem os relativistas nenhuma afirmação pode considerar-se falsa, então deve concluir-se que tampouco nenhuma afirmação é verdadeira.
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