Duc in altum |
O Papa enalteceu hoje a vida “simples” e “escondida” de Teresa de Lisieux (1873-1897), que rezou pelos “ateus” e se tornou “uma das santas mais conhecidas e amadas” após a morte e a publicação dos seus escritos.
A “vida breve” da padroeira das missões (termo relativo às acções de anúncio e testemunho do cristianismo em povos e grupos que não conhecem ou crêem em Jesus) “iluminou toda a Igreja com a sua profunda doutrina espiritual”, sublinhou Bento XVI na audiência geral que se realizou na Praça de São Pedro, Vaticano.
Teresa nasceu na cidade gaulesa de Alençon – foi a nona e última filha de esposos “exemplares”, declarados beatos em 2008 – e após a morte da mãe, quando tinha quatro anos, mudou-se com o pai e irmãos para Lisieux, igualmente na França, onde passou o resto da vida.
Quando aos 16 anos entrou na ordem religiosa das Carmelitas tornou-se “Teresa do Menino Jesus e da Santa Face”, nome que para o Papa exprime “o programa de toda a sua vida” ao referir-se à atenção dada à “Incarnação” (convicção de que Jesus, como filho de Deus, assumiu a natureza humana) e à “Redenção” (a libertação da humanidade que, segundo os cristãos, Cristo operou depois da sua morte e ressurreição).
Bento XVI recordou igualmente o sofrimento físico e espiritual da doutora da Igreja, título concedido em 1997 pelo Papa João Paulo II para realçar a santidade de vida e ortodoxia doutrinal da santa francesa.
“Um ano antes da sua morte, iniciou a sua paixão pessoal”, uma “paixão do corpo, com a doença que acabaria por levá-la à morte, mas, sobretudo, tratou-se de uma paixão na alma com uma dolorosa prova da fé, a qual ofereceu pela salvação de todos os ateus do mundo”, a quem chamava de “irmãos”, afirmou.
As últimas palavras de Teresa – “Meus Deus, amo-vos!” – pronunciadas a 30 de Setembro de 1897 (a Igreja católica declarou-a santa em 1925 e evoca-a anualmente a 1 de Outubro), constituem para Bento XVI “a chave de toda a sua doutrina”.
“O acto de amor, expresso no seu último sopro, era como a respiração contínua da sua alma, como o batimento do seu coração”, assinalou o Papa, que convidou os católicos a “aprenderem na escola dos santos e a amar de modo autêntico e total”.
Depois de acentuar que Teresa é “guia para todos”, especialmente para os teólogos, Bento XVI salientou que ela penetrou “continuamente no coração” da Bíblia, praticando uma leitura que, “alimentada pela ciência do amor, não se opõe à ciência académica”.
A autobiografia de Teresa, intitulada ‘História de uma Alma’, foi publicada um ano após a sua morte, aos 24 anos, tendo obtido “rapidamente enorme sucesso”: “Desejo convidar-vos a redescobrir este pequeno-grande tesouro”, disse o Papa.
INFORMAÇÕES MUITO BREVES [De vez em quando] 07.04.2011
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