Assisti à procissão das velas e participei na Santa Missa e... senti o coração tão pequenino que me cabia na palma da mão.
Disse muitas coisas a Nossa Senhora, pedi por tantos e tantas mas, principalmente disse-lhe repetidamente: OBRIGADO!
Esta doce intimidade que tenho com Ela é, de facto, algo que, desde muito pequeno sinto de uma maneira tão forte que me parece que estou ali sozinho com Ela e falamos os dois, digo-lhe piropos: que está mais bonita que nunca, que o seu sorriso é mais doce... Enfim, conversas de ''tolinho'' que eu sei que Ela gosta muito de ouvir.
Depois vêm as recordações da meninice, dos meses de Setembro ali passados com os meus irmãos e começam a chegar-se ao meu lado o meu Pai, a minha Mãe vestida de servita, a bênção dos doentes, a que eu sempre assistia de cartão ao peito, que a leucemia de que me devastava o corpo franzino me autorizava a usar, uma quantidade de pessoas que passava por nossa casa e, no meio desta catadupa de memórias que incluem, os lanches no poço no quintal da casa da Senhora Olímpia e do Ti Marto, pais da Jacinta, (da cachopita, como ele lhe chamava), eu atrevo-me a pensar que ninguém daqueles muitos milhares de pessoas que ali estão, conhece Fátima como eu e fala com a Virgem como eu falo.
Sei que Ela sabe que estou ali só para a ver e dizer-lhe umas coisas que trago guardadas no fundo do coração e que só ali, em Fátima, lhe digo.
Já acabaram as cerimónias, a sua imagem recolheu à Capelinha, mas não me apetece vir-me embora.
Rompendo o silêncio recolhido da multidão a voz grave do Reitor assegura pelos altifalantes:
''O meu Imaculado Coração triunfará!''
Então tranquilo e seguro que assim será, digo-lhe adeus e venho-me embora.
Ao chegar à saída por baixo da colunata, ainda me volto para trás e dou-lhe as boas noites.
(ama, Carvide, 2010.06.12
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