Sexta-Feira
PEQUENA AGENDA DO CRISTÃO
PLANO DE VIDA: (Coisas muito simples, curtas, objectivas)
Propósito: Pequena mortificação
Pequeno exame: Cumpri o propósito que me propus ontem?
VIRTUDES
Prudência
É precisamente aqui que a relação íntima entre a
prudência e a liberdade se pode apreciar melhor. Para pôr em prática o que se
considerou conveniente, é necessário não nos deixarmos dominar pelo medo, pela
preguiça, por nenhum laço que, em última análise, o egoísmo ou o orgulho nos
lancem. Embora possa ser aconselhável saber aguardar conselhos e deliberações,
logo que se tomou uma decisão, ela deve executar-se com rapidez e diligência.
Aqui a palavra diligência (de diligo,
amar) diz mais do que pode ser entendido na linguagem comum. Trata-se, neste
caso, de actuar com prontidão, impelido pelo amor ao bem.
REFLEXÃO
The bread you do not use is the bread of the
hungry. The garment hanging in your
wardrobe is the garment of the person who is naked. The shoes you do not wear are the shoes of the
one who is barefoot. The money you keep
locked away is the money of the poor.
The acts of charity you do not perform are the injustices you commit.
(St.
Basil the Great)
SÃO JOSEMARIA – textos
Anda, voa!
Vejo-me como um pobre passarinho que, acostumado a voar apenas de
árvore em árvore ou, quando muito, até à varanda de um terceiro andar..., um
dia, na sua vida, meteu-se em brios para chegar até ao telhado de certa casa
modesta, que não era propriamente um arranha-céus... Mas eis que o nosso
pássaro é arrebatado por uma águia – que o julgou erradamente uma cria da sua
raça – e, entre as suas garras poderosas, o passarinho sobe, sobe muito alto,
por cima das montanhas da terra e dos cumes nevado..., por cima das nuvens
brancas e azuis e cor-de-rosa, mais acima ainda, até olhar o sol de frente... E
então a águia, soltando o passarinho, diz-lhe: anda, voa!... – Senhor, que eu
não volte a voar pegado à terra, que esteja sempre iluminado pelos raios do
divino Sol – Cristo – na Eucaristia, que o meu voo não se interrompa até
encontrar o descanso do teu Coração! (Forja, 39)
O coração sente então a necessidade de distinguir e adorar cada
uma das pessoas divinas. De certo modo, é uma descoberta que a alma faz na vida
sobrenatural, como as de uma criancinha que vai abrindo os olhos à existência.
E entretém-se amorosamente com o Pai e com o Filho e com o Espírito Santo; e
submete-se facilmente à actividade do Paráclito vivificador, que se nos entrega
sem o merecermos: os dons e as virtudes sobrenaturais! Corremos como o veado
que anseia pelas fontes da água; com sede, a boca gretada pela secura. Queremos
beber nesse manancial de água viva. Sem atitudes extravagantes, mergulhamos ao
longo do dia nesse caudal abundante e claro de águas frescas que saltam até à
vida eterna. As palavras tornam-se supérfluas, porque a língua não consegue
expressar-se; o entendimento aquieta-se. Não se discorre, olha-se! E a alma
rompe outra vez a cantar um cântico novo, porque se sente e se sabe também
olhada amorosamente por Deus a toda a hora. Não me refiro a situações
extraordinárias. São, podem muito bem ser, fenómenos ordinários da nossa alma:
uma loucura de amor que, sem espectáculo, sem extravagâncias, nos ensina a
sofrer e a viver, porque Deus nos concede a Sabedoria. Que serenidade, que paz
então, metidos no caminho estreito que conduz à vida! (Amigos
de Deus, 306–307)
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