Novo Testamento [i]
Evangelho
Mc VIII, 27-36; Mc IX, 1-8
A confissão de Pedro
27 Jesus partiu com os discípulos para
as aldeias de Cesareia de Filipe. No caminho, fez aos discípulos esta pergunta:
«Quem dizem os homens que Eu sou?» 28 Disseram-lhe: «João Baptista; outros,
Elias; e outros, que és um dos profetas.» 29 «E vós, quem dizeis que Eu sou?» -
perguntou-lhes. Pedro tomou a palavra, e disse: «Tu és o Messias.» 30
Ordenou-lhes, então, que não dissessem isto a ninguém.
Jesus prediz a Sua Paixão
31 Começou, depois, a ensinar-lhes que o
Filho do Homem tinha de sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos
sacerdotes e pelos doutores da Lei, e ser morto e ressuscitar depois de três
dias. 32 E dizia claramente estas coisas. Pedro, desviando-se com Ele um pouco,
começou a repreendê-lo. 33 Mas Jesus, voltando-se e olhando para os discípulos,
repreendeu Pedro, dizendo-lhe: «Vai-te da minha frente, Satanás, porque os teus
pensamentos não são os de Deus, mas os dos homens.»
Necessidade da abnegação
34 Chamando a si a multidão, juntamente
com os discípulos, disse-lhes: «Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si
mesmo, tome a sua cruz e siga-me. 35 Na verdade, quem quiser salvar a sua vida,
há-de perdê-la; mas, quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho,
há-de salvá-la. 36 Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a
sua vida? 37 Ou que pode o homem dar em troca da sua vida? 38 Pois quem se
envergonhar de mim e das minhas palavras entre esta geração adúltera e
pecadora, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória
de seu Pai, com os santos anjos.»
XIX 1
Disse-lhes também: «Em verdade vos digo que alguns dos aqui presentes não
experimentarão a morte sem terem visto o Reino de Deus chegar em todo o seu
poder.»
Transfiguração
2 Seis dias depois, Jesus tomou consigo
Pedro, Tiago e João e levou-os, só a eles, a um monte elevado. E
transfigurou-se diante deles. 3 As suas vestes tornaram-se resplandecentes, de
tal brancura que lavadeira alguma da terra as poderia branquear assim. 4
Apareceu-lhes Elias, juntamente com Moisés, e ambos falavam com Ele. 5 Tomando
a palavra, Pedro disse a Jesus: «Mestre, bom é estarmos aqui; façamos três
tendas: uma para ti, uma para Moisés e uma para Elias.» 6 Não sabia que dizer,
pois estavam assombrados. 7 Formou-se, então, uma nuvem que os cobriu com a sua
sombra, e da nuvem fez-se ouvir uma voz: «Este é o meu Filho muito amado.
Escutai-o.» 8 De repente, olhando em redor, já não viram ninguém, a não ser só
Jesus, com eles.
Texto:
Castidade
Voltemos um pouco atrás para falar de pureza.
O que tem a ver com a castidade? E com a sexualidade?
Pois bem, a pureza é uma virtude que define o são critério e juízo da pessoa humana. Daqui que seja uma ajuda preciosa quando considera a sexualidade, a inclinação amorosa, o convívio com os outros e - sumamente importante - o comportamento próprio em qualquer ocasião ou circunstância da vida.
‘A mais bela das virtudes’ como foi apelidada tem como que um cortejo de muitas outras que a acompanham porque são atinentes, fruto e consequência.
Não iremos muito além neste tema já que parece estar fora do âmbito destes escritos. De facto a contenção e moderação da sexualidade, dando-lhe os fins apropriados para que existe, não supõe nem conceitos nem teorias sobre o assunto.
Quem converte este tema em eixo em torno do qual gira a sua vida, submetendo-se às prisões e cadeias que prendem um ser humano aos instintos e impulsos sem nenhuma tentativa de moderação ou, sequer, comando das acções, não está, com certeza, interessado em considerar temas ligados à “Melhoria Pessoal e à Vida Interior”.
Esta melhoria Pessoal de que vimos falando não é algo intemporal ou mirífico, alguma coisa que se tenha como um ideal mas que se vai deixando relegado para segundas oportunidades já que haverá coisas mais importantes a fazer entretanto.
Não senhor!
A melhoria pessoal é o que de mais íntimo o homem poderá ter como desejo de evolução que é, deve ser, inato a todo o ser humano.
Sabemos muito bem, cada um dos seres humanos, aquilo em que podemos melhorar e conseguir melhores resultados.
Como já dissemos, a alteração das regras iniciais, as estabelecidas pelo Criador, como seja a criação de seres humanos diferentes, homem e mulher, não pode nem deve ser admitida.
Sendo assim, como indiscutivelmente é, tem forçosamente de ser encarada com muita seriedade e num plano igualmente superior das ideias.
Olhar a sexualidade humana como algo de extraordinária relevância que, só por si, justifica estudos e investigações de profundíssimo pormenor, não é, de todo, nem necessário nem justificável, mas antes uma característica ou propriedade humana a ser encarada com a mesma naturalidade como outra qualquer, por exemplo, a comoção ou a afectividade.
Não se retira importância à sexualidade mas atribui-se-lhe aquela que tem e não mais.
Ora ao legislar sobre este assunto, o poder civil está a intrometer-se em algo que lhe está vedado justamente porque não pode querer elaborar leis que vão contra a ordem natural.
Hoje, cada vez mais este tema parece alcançar uma relevância que só encontra explicação na falta - ou completa ausência - de moderação e moralização dos costumes e comportamentos humanos, numa declarada ambição de abolir quaisquer barreiras ou regras, numa licenciosidade absoluta em que tudo é permitido porque tudo se justifica como sendo natural.
O problema é que não o é.
Ninguém com um mínimo de senso comum pode admitir como natural que o homem tenha como preocupação - e, muitas vezes ocupação - o sexo.
Temos visto a que conduz esta desviante forma de encarar a sexualidade humana e as situações de abuso, por vezes tão aberrantes que os próprios Tribunais têm enormes dificuldades em apreciá-las.
Se defendemos, com energia, tratar a sexualidade como algo natural e simples, por isso mesmo, devemos reprovar o abuso e uso indiscriminado para promover, em nome ou sob pretexto de proporcionar uma educação completa.
Como se as raparigas e os rapazes de hoje fossem mais carentes, nesse aspecto, que os de gerações anteriores, ou se estas, por falta dos preciosos ensinamentos actuais, estivessem reduzidos a campos meramente experimentais dos quais nós, seus descendentes, somos simples consequência.
Isto tudo é um disparate tão grande que resulta difícil aceitar que exista.
Mas, infelizmente, é uma gritante realidade!
Os nossos jovens estão a ser sujeitos a pressões inauditas e precisam, como nunca, do apoio sensato e equilibrado dos progenitores e educadores responsáveis.
Sem estes, estarão perdidos e assistiremos à derrocada e progressivo abandono da instituição familiar porque a base da sua constituição, que é o sentimento sublime do amor, está a ser substituída pelo desenfreado impulso sexual.
A seriedade dos comportamentos de homens e mulheres mede-se pelo respeito que cada um tem por si próprio e pelo outro, enquanto seres diferenciados com capacidades, características e, até, finalidades diferentes.
Mas têm de convir que desempenham papeis complementares uma vez que há acções que só podem ser concretizadas com o concurso de ambos.
Não parece valer muito a pena consumir mais tempo sobre estes assuntos.
As pessoas bem formadas não têm questões a levantar neste domínio e, às outras, pouco lhes importará o que possamos dizer.
Ao falarmos da sexualidade humana temos de ter sempre presente o amor já que, só o amor verdadeiro, consciente, puro e simples a consegue regular e conformar com o serviço a que é chamada, com a dignidade que deve ter.
E dizíamos bem ao afirmar que, sem amor, qualquer sentimento humano por mais virtuoso que possa ser, apresenta-se, sempre, carente do elemento aglutinador que lhe dá consistência e o justifica.
Mais, o amor carrega consigo uma infinidade de virtudes características e potências fundamentais para que esses mesmos sentimentos se apresentem completos, na sua máxima capacidade.
A propósito da força e capacidades do amor, vem esta pequena história.
Há muitíssimos anos, um poderoso senhor da China resolveu dar um grande banquete para o qual foram convidadas muitas jovens da mais alta nobreza para serem objecto da escolha por parte do príncipe seu filho que completava vinte e cinco anos de idade e ainda não tinha noiva.
No meio das numerosas jovens tinha-se insinuado a filha de uma simples empregada do palácio cujo enorme amor pelo príncipe a levara a correr o risco de ser descoberta.
O príncipe entregou a cada jovem um pote de belíssima porcelana e uma semente dizendo que, aquela que dentro de seis meses apresentasse a mais bela flor, seria a sua eleita.
À filha da empregada as coisas correram muito mal porque, não obstante os seus esforços e os de sua mãe, a pequena semente não produziu absolutamente nada.
Passados seis meses todas as jovens voltaram ao palácio e a filha da empregada, também, porque, embora não tivesse flor nenhuma para mostrar, não quis perder a oportunidade - talvez a última - de estar perto do seu amado.
O Príncipe percorreu as filas de jovens, cada qual ostentando no seu pote de porcelana a mais bela e formosa flor e foi deter-se, precisamente, em frente da pobre rapariga que nem ousava levantar os olhos do seu pote que continha a semente encarquilhada de tantas regas e esforços.
Levantando a voz, chamou-a para o centro do grande salão e disse: Tu és a minha escolhida! Tu serás a minha noiva!
Perante a admiração que a sua escolha provocara, explicou: ‘As sementes que, há seis meses, dei a cada uma, eram absolutamente estéreis, incapazes de produzir o quer que fosse.’
O amor levou a jovem a arrostar com o perigo de poder ser descoberta a sua intromissão na sala do banquete e, também foi o amor, que a impediu de tentar enganar o seu amado.
As outras jovens, obviamente, fizeram-no na tentativa de conquistar o almejado lugar de noiva de tão importante príncipe, porque o que sentiam era só desejo e ambição.
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