Os paradoxos do
Cristianismo
Quando aparecem
esses ataques simultâneos e contraditórios, pode-se dizer que aqueles que
acusam não entenderam o “escândalo” e a “loucura” cristãos. Chesterton escrevia
em Tremendas Trivialidades: “o verdadeiro resultado de toda a experiência e o
verdadeiro fundamento de toda a religião é isto: as quatro ou cinco coisas,
cujo conhecimento é praticamente essencial ao homem, são aquilo a que se chama
paradoxos”. A alegria do cristão também se expressa em paradoxos. Paradoxal é o
conselho de Jesus para os momentos de jejum: estar alegre, perfumado, parecer
longe de qualquer tristeza. Naturalmente, um jejuador alegre pode facilmente
ser acusado de hipocrisia. Porém, o acusador é que não terá entendido o
paradoxo.
Convém dar sempre uma chance à pessoa que ataca. Convém tentar entender sempre o motivo da acusação. Pode pensar-se, por isso, que o homem inteligente aprecia a complexidade, porque quase nada está escrito com uma só cor ou desenhado sem nuances. Apregoar com voz estrondosa que “tudo é simples” magoa os temperamentos que temem que o cristalino se converta em véu da superficialidade. Assim, diante da afirmação “o cristão é alegre”, aparecerão gestos de insatisfação: não pode ser tão simples.
E não é! O facto de
o Cristianismo ter sido atacado por vários lados diferentes e opostos demonstra
que a realidade cristã é difícil de envolver com um único olhar. Simples não é
equivalente a simplório. Falar de simplicidade não é o mesmo que simplificar:
simples é o que não se oculta, porém aquilo que não se oculta pode ser uma
realidade complexa. É precisamente isso que acontece no Cristianismo. E, de
forma singular, na alegria do cristão.
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