14/08/2020

Filosofia, Religião, Vida Humana.

Teologia do Sacrosanctum Concilium 5 

l. O sacerdócio de Jesus Cristo

Jesus Cristo praticou em sua vida e preconizou o culto em espírito e verdade, o culto que Deus tinha prescrito a seu povo ao selar a aliança no Monte Sinai. A carta aos hebreus, descrevendo o sacerdócio novo, único e definitivo de Jesus Cristo, diz: “Ao entrar no mundo, Ele (Jesus Cristo) afirmou: ‘Tu não quiseste sacrifício e oferenda. Tu, porém, formaste-me um corpo. Holocaustos e sacrifícios pelo pecado não foram do teu agrado. Por isso eu digo: Eis-me aqui, – no rolo do livro está escrito a meu respeito – eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade". Assim, Ele declara, primeiramente: "Sacrifícios, oferendas, holocaustos, sacrifícios pelo pecado, tu não quiseste, e não te agradaram’. Trata-se, notemo-lo bem, de oferendas prescritas pela Lei. Depois ele assegura: ‘Eis que eu vim para fazer a tua vontade’. Portanto, ele suprime o primeiro para estabelecer o segundo. E graças a esta vontade é que somos santificados pela oferenda do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas” (Hb: 10, 5-10). É o culto da vida de Jesus que ele completou pela sua morte na cruz e cuja aceitação o Pai manifestou ressuscitando seu Filho da morte. Como Jesus entrou pela sua morte no santuário verdadeiro, o céu, assim ele está agora e eternamente diante do Pai, entregando-se em eterno amor obediente, e associa a si aqueles que na terra estão em comunhão com ele, sobretudo aqueles que pelo baptismo se tornaram com ele e nele sacerdotes, os membros do seu corpo místico. Em sua vida e especialmente quando eles celebram a liturgia, Jesus está presente e agindo, como diz a constituição sobre a liturgia, ”no sacrifício da missa, tanto na pessoa do ministro, ‘pois aquele que agora oferece pelo ministério dos sacerdotes é o mesmo que outrora se ofereceu na cruz’ (Concílio de Trento), quanto sobretudo sob as espécies eucarísticas". Presente está pela sua força nos sacramentos, de tal forma que quando alguém baptiza é Cristo, mesmo que baptiza. Presente está pela sua palavra, pois é ele mesmo que fala quando se lêem as sagradas escrituras na igreja. Está presente finalmente quando a Igreja ora e salmodia, ele que prometeu: ‘Onde dois ou três estiverem reunido em meu nome, aí estarei no meio deles’ (Mt 18,20) (SC 7). Evidentemente, os membros do seu corpo que participam do seu sacerdócio, devem celebrar como ele, quer dizer, celebrar aquilo que vivem, sua obediência ao Pai e entrega pelos irmãos, exactamente como Jesus na última ceia celebrou ritualmente seu sacrifício vivido desde a sua encarnação até a morte na cruz.


(P. Gregório Lutz, CSSp)

Filosofia, Religião, Vida Humana, CV II, Sacerdócio,

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