(Cfr. Lc 8, 49-56)
Não tenhamos
ilusões, qualquer um de nós é capaz das maiores perversões, dos pecados mais
horríveis.
«Não há pecado nem
crime cometido por outro homem que eu não seja capaz de cometer por causa da
minha fragilidade; e se ainda o não cometi é porque Deus, na Sua misericórdia,
não o permitiu e me preservou do mal». [1]
«Parece, de facto,
que estes são os "últimos tempos" de que fala o Evangelho. Mas, para
nós, cristãos, os "últimos tempos" que verdadeiramente nos interessam
e devem levar-nos a uma preparação cuidada, são os "últimos tempos"
de cada um de nós, ou seja, o tempo que o Senhor escolher para nos chamar para
junto de Si.
Por isso, a nós,
que sabemos muito bem onde estamos e para onde queremos ir, não nos afectam
esses anúncios repetidos de catástrofes finais. O que nos afecta, sim, são as
atitudes desumanas e atentatórias da dignidade das pessoas, quer sejam os actos
de puro terrorismo, de massacre indiscriminado e brutal de milhares de seres
humanos, quer as situações de abuso insuportável dos mais indefesos (…)
A nossa repulsa e
indignação não nos devem fazer esquecer que devemos rezar por todos esses,
vítimas e agressores, que são como sabemos, filhos de Deus, resgatados também
pelo sangue de Cristo na Cruz, para que a misericórdia divina tenha em conta as
fraquezas de cada um lembrando, talvez, o que no Calvário Jesus moribundo solicitou
ao Pai:
A grande diferença é que o Demónio reina na escuridão e na morte, ao passo
que, o reino de Cristo é luz e Vida.
O salmista une a luz com a fonte da vida, e o Senhor fala de uma “luz de
vida”. Quando temos sede, buscamos uma fonte, quando estamos às escuras,
buscamos uma luz (…).
Com Deus é diferente: é a luz e é a fonte.
AMA,
reflexões sobre o Evangelho, 2006)
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