07/05/2019

Reflexão - Chamamento


Chamamento

Quis parecer-me que o Senhor me chamava.

Deixei imediatamente o que estava a fazer e pus-me à escuta.

‘António, não tens nada para Me dizer?’

Confesso: fiquei surpreendido! Estava exactamente a a escrever um comentário sobre o Evangelho do dia. Estava, de facto, a falar com Ele.
Mas… estaria realmente? Não seria antes um empenhamento em escrever bem, com palavras brilhantes, bem estruturadas, que outros admirassem e lessem com admiração?
Não estaria a escrever para mim?
A pergunta: ‘António, não tens nada para Me dizer?’, aparecia assim como que um desabafo do Senhor. Como se me dissesse que sim, que estava a escrever bem e com brilho mas que não estava com o pensamento n’Ele mas apenas absorvido na qualidade da escrita.

Claro, pensei, e disse-Lhe: ‘Tens razão, Senhor, como sempre, tens toda a razão! Não passo de um pateta vaidoso de uns talentos que tenho como meus mas que, na realidade nua e crua, foste Tu quem mos deu para os colocar ao Teu serviço, só ao Teu serviço’.

‘Então… que pensas fazer?, perguntaste interessado’.

Então, respondi – com a lágrima ao canto do olho - só posso pedir-te – mais uma vez – que me perdoes a minha prosápia, a minha tendência para a notoriedade e proeminência, este desejo pateta de “ser alguém”, de estar sempre em “bicos de pés” para me fazer notado, admirado, talvez, invejado.
Reduz-me ao que sou: um pobre homem cheio de defeitos e misérias que quer, deseja com todas as suas forças e capacidades, servir-te como, quando e como Tu quiseres.

(Não me respondeste mas, eu, vi muito bem o Teu sorriso e fiquei muito contente. Agora, vê lá, não me deixes da Tua mão porque me perco logo… logo).

AMA, reflexão.23.11.2018


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