09/05/2019

Leitura espiritual


A EUTANÁSIA

1.           O que é a eutanásia?

Chamamos eutanásia ao acto de provocar a morte a um doente, porque está em fase terminal ou tem uma doença difícil de suportar.

2.           É correcto matar quem o pede ou está numa situação clínica grave?

Sabemos bem que não se deve matar ninguém, mas em casos complexos pode surgir a dúvida e convém estudar o tema.

3.           Porque está mal o homicídio?
(Falamos agora do homicídio normal, não da eutanásia).

Há vários motivos para não matar um ser humano, como também não queremos que nos matem a nós:

A dignidade humana reclama um respeito especial aos homens.
No nosso interior sabemos que não devemos fazê-lo: a natureza humana pede-o e a nossa consciência capta esta exigência (lei natural).
O Criador do homem proibiu-o expressamente: "não matarás" (mandamentos).

4.           Porque está mal suicidar-se?
(Falamos do suicídio normal, não de eutanásia).

Também aqui há várias razões, que coincidem com os motivos anteriores.

5.           Porque está mal a eutanásia?

A eutanásia está mal por estes mesmos motivos: pela dignidade humana, a lei natural e o mandato do Criador.
Não se deve matar ninguém.

5. Alguém deseja a eutanásia?

Normalmente ninguém deseja a eutanásia.
Só se propõe em casos excepcionais, como uma doença incómoda e incurável. Por exemplo, algumas paralisias, danos neuronais, Alzheimer avançado, estados de coma, fortes depressões...
Neste casos, a eutanásia tão pouco é correcta, mas surgem dúvidas.

6.           Nestes casos pode-se aplicar a eutanásia?

Não, não.
Para entendê-lo pode ser suficiente pensar na questão temporal: se em vez de ser incurável, fosse uma enfermidade que durasse uma semana ou um mês, seria correcta a eutanásia?...
E se em vez de um mês durasse um ano ou três a curar-se?...
E se fossem oito ou quinze?
E se a saúde voltasse ao fim de 30 ou 40 anos?...
E se fosse ao fim de cinquenta anos que se restabelecesse, seria correcto matá-lo agora?...
E se ao cabo de uns anos os médicos descobrissem uma antídoto ou uma prótese, ou uma técnica por computador nova?...
Definitivamente, uma circunstância de tempo não legitima um assassinato.

7.           Mas o tempo da doença costuma ser importante.

A duração de uma enfermidade exige resistência, paciência e capacidade de sacrifício que aumenta se a situação se prolonga.
Por isto, o tempo torna mais gravosa uma doença.
Mas o que seja difícil de aguentar não permite a supressão da própria vida ou a dos outros.

8.           E se é incurável?

A palavra incurável soa mais dolorosa que se fossem cinquenta anos, ainda que muitas vezes a morte chegue de modo natural antes desse tempo de doença.
A palavra incurável suprime a esperança e então o sofrimento perde sentido e se pensa inclusivamente na eutanásia.

9.           Que sentido tem o sofrimento?

É difícil entender o sentido do padecimento sem referências espirituais.
Sobre isto pode ver-se o tema dor.
Para muitas pessoas esses sacrifícios e paciência abrem-lhes as portas do céu e retiram tempo ao purgatório.

10. Faço o que quero com a minha vida?

Sem dúvida que uma pessoa faz com a sua vida coisas que quer, mas isto não significa que actue correctamente.
Pode embebedar se, drogar-se ou suicidar-se, mas são acções erradas.

11. Outros temas.

A morte digna, os cuidados paliativos e a dureza terapêutica são temas amplos que podemos resumir assim:

É necessário pôr os meios ordinários para os cuidados do doente, mas não se é obrigado a pôr meios extraordinários.
Isto não significa Eutanásia, mas sim aceitação de uma morte que não se pode evitar.
É bom abrandar a dor de modo proporcional à situação.
Não se deve privar ninguém da consciência sem o seu consentimento.
Antes de o fazer, convém que tenha recebido cuidado espiritual e tenha já estipulado os seus últimos desejos, testamento, etc.


ID, revisão versão portuguesa por AMA



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