29/04/2019

Leitura espiritual


O RELATIVISMO

A.  O QUÉ É O RELATIVISMO? TIPOS.

1. Há verdades objectivas e tudo depende de o que cada um pense?

As coisas são como são, e cada um interpreta-as à sua maneira aproximando-se mais ou menos da realidade. Ainda que Dumbo seja una boa película, na realidade os elefantes não voam.

2. Tudo é opinável?

Pode opinar-se sobre qualquer coisa, mas nem todos os pareceres são certos. Pode opinar-se que os homens não morrem ou que não existe Pekín, mas são ideias erradas.

3. É o mesmo uma opinião que outra?

Quanto ao seu conteúdo, serão melhores as opiniões mais próximas da realidade.
Quanto a quem opina, serão mais valiosos os comentários de pessoas sinceras e entendidas na matéria.

4. O que é O relativismo?

O relativismo é a postura ou teoria de rejeitar a existência de verdades e defender que tudo é opinável, que tudo depende do ponto de vista. (Mas se não há verdades tampouco o relativismo é verdadeiro).

5. Não depende todo do ponto de vista?

O ponto de vista pode fixar-se mais num aspecto que outro, e acertar mais ou menos com a realidade. Mas a realidade é como é, independentemente de quem veja.

6. Não depende tudo da cultura? (relativismo cultural).

Cada cultura pode acertar mais o menos com a realidade. Mas a realidade não depende de las culturas. Por exemplo, o teorema de Pitágoras é uma verdade universal e não só para os triângulos do seu povo.

7. Que problemas provoca o relativismo?

O relativismo origina sérias dificuldades:
Trava a procura da verdade: Sendo igual uma teoria ou outra, deixa-se de investigar.
Com o relativismo surgem as mais fortes ditaduras: se tudo é opinável, nada é mais conveniente, e se executará o que decida o mais forte.
Se tudo é o mesmo, despreza-se a experiencia e o conselho de outros, e o homem fica só.
Levado ao máximo, o relativismo conduz a uma forma de loucura ou desvario mental onde nada é real, o imaginário mistura-se e confunde-se com o real.

8. Relativismo religioso: é a mesma coisa uma religião que outra?

Não, não. Todas as religiões têm aspectos bons e correctos, mas só uma é completamente verdadeira, pois só há um único Deus.

9. Relativismo moral: Tanto faz obrar de uma forma ou outra?

Obviamente não é igual assassinar e roubar que consolar e servir. Tira a carteira a um relativista e comprovarás que neste ponto não é o mesmo qualquer opinião.

10. Como encontrar a verdade?

Este é o problema. A verdade encontra-se mediante a inteligência. Mas o nosso entendimento julga por vezes erroneamente - por exemplo, deixando-se influenciar pelas paixões (sentimentos) -. Então a melhor maneira de buscar a verdade segue três passos:
O estudo sério das coisas, empregando bem a própria inteligência.
Pedir conselho a pessoas de vida exemplar, aproveitando s sua sabedoria.
Rogar humildemente a Deus a sua ajuda. Ele é a Verdade.

11. Algum remédio face ao relativismo?

- A formação e o interesse pela verdade. Uma pessoa pode ser relativista para com o que desconhece ou não estima, mas não é fácil sê-lo se se sabe o valor de algo e aprecia. Por exemplo, ninguém costuma ser relativista com respeito ao dinheiro da sua carteira, e prefere que ali continue. Não lhe é indiferente que as suas notas passem para o bolso de um ladrão. Conhece e aprecia o dinheiro e não lhe é indiferente que lho tirem. De qualquer forma, quem sabe somar assegura que 2+2=4, e afirma-o com segurança, mas quem desconhece os números e a operação de somar não se importa que sejam 4, 5 ou 7; qualquer opinião lhe parece válida.
Por isto, o remédio face ao relativismo é a formação nesse terreno. Quem é relativista em matemáticas basta que as estude e deixará de lhe ser indiferente um resultado ou outro. Quem é relativista em assuntos religiosos basta que aprenda mais sobre religião... O remédio é buscar a verdade. Ao ir encontrando-a desaparecem as trevas da in diferença.

B. RELATIVISMO e DEMOCRACIA. RELATIVISMO e DIÁLOGO

1. É melhor aceitar firmemente ou duvidar?

- O correcto é aceitar com segurança as verdades que são razoavelmente certas, e duvidar em algum grau das opiniões menos claras. A dificuldade aparece ao distinguir umas das outras.

2. Aceitar verdades com firmeza é pouco democrático?

- A democracia é um bom sistema político, mas mau método científico, desaconselhável para a investigação. Na procura da verdade escutam-se opiniões, mas aceita-se o mais razoável, independentemente de se muitas vozes o apoiam.

3. O relativismo evita posturas fanáticas?

- Quem aceita verdades apoia-se no razoável, e mudará a sua postura se encontra algo mais razoável. Em troca se tudo é relativo, não se decide nada ou tomam-se decisões sem pensar, e isto é menos humano. Em ambos os casos evita-se o fanatismo se há humildade para reconhecer os erros.

4. O relativismo melhora a compreensão e tolerância entre as pessoas?

- São coisas independentes: a compreensão e tolerância são facetas ligadas à caridade, e esta virtude pode praticar-se sendo-se relativista ou não, pois dependerá de se a caridade se inclui entre os valores apreciados. Um relativista pode dizer: cada qual deve viver segundo a sua moral e a minha reclama ser violento e intolerante.

5. A firmeza na verdade é pouco dialogante?

- Ambos aspectos actuam em campos diferentes. a segurança nas afirmações é consequência da certeza de um facto. Enquanto a atitude dialogante opera no trato pessoal e vai unida à caridade. Portanto, é possível manter a verdade com caridade. É igualmente possível duvidar de tudo tiranicamente, pretendendo obrigar todos a duvidar.

6. O relativismo favorece o diálogo?

- Depende de o que se pretenda alcanzar con O diálogo:

Se se busca encontrar una verdade, então o relativismo é um grande obstáculo pois assegura que não há verdades.
Se se deseja aprender o partilhar conhecimentos, também o relativismo é uma dificuldade, já que os conhecimentos são verdades adquiridas.
Se com o diálogo se tenta só um pacto, ainda que se oponha ao verdadeiro e correcto, então é melhor o relativismo, pois como nada interessa, pode ceder-se em tudo.

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