A. O QUÉ É O RELATIVISMO? TIPOS.
1. Há verdades objectivas
e tudo depende de o que cada um pense?
As coisas são como são, e
cada um interpreta-as à sua maneira aproximando-se mais ou menos da realidade.
Ainda que Dumbo seja una boa película, na realidade os elefantes não voam.
2. Tudo é opinável?
Pode opinar-se sobre
qualquer coisa, mas nem todos os pareceres são certos. Pode opinar-se que os
homens não morrem ou que não existe Pekín, mas são ideias erradas.
3. É o mesmo uma opinião
que outra?
Quanto ao seu conteúdo,
serão melhores as opiniões mais próximas da realidade.
Quanto a quem opina, serão
mais valiosos os comentários de pessoas sinceras e entendidas na matéria.
4. O que é O relativismo?
O relativismo é a postura
ou teoria de rejeitar a existência de verdades e defender que tudo é opinável,
que tudo depende do ponto de vista. (Mas se não há verdades tampouco o
relativismo é verdadeiro).
5. Não depende todo do ponto
de vista?
O ponto de vista pode fixar-se
mais num aspecto que outro, e acertar mais ou menos com a realidade. Mas a realidade
é como é, independentemente de quem veja.
6. Não depende tudo da
cultura? (relativismo cultural).
Cada cultura pode acertar
mais o menos com a realidade. Mas a realidade não depende de las culturas. Por exemplo,
o teorema de Pitágoras é uma verdade universal e não só para os triângulos do seu
povo.
7. Que problemas provoca o
relativismo?
O relativismo origina sérias
dificuldades:
Trava a procura da
verdade: Sendo igual uma teoria ou outra, deixa-se de investigar.
Com o relativismo surgem as
mais fortes ditaduras: se tudo é opinável, nada é mais conveniente, e se executará
o que decida o mais forte.
Se tudo é o mesmo,
despreza-se a experiencia e o conselho de outros, e o homem fica só.
Levado ao máximo, o
relativismo conduz a uma forma de loucura ou desvario mental onde nada é real,
o imaginário mistura-se e confunde-se com o real.
8. Relativismo religioso:
é a mesma coisa uma religião que outra?
Não, não. Todas as religiões
têm aspectos bons e correctos, mas só uma é completamente verdadeira, pois só
há um único Deus.
9. Relativismo moral: Tanto
faz obrar de uma forma ou outra?
Obviamente não é igual assassinar
e roubar que consolar e servir. Tira a carteira a um relativista e comprovarás
que neste ponto não é o mesmo qualquer opinião.
10. Como encontrar a
verdade?
Este é o problema. A
verdade encontra-se mediante a inteligência. Mas o nosso entendimento julga por
vezes erroneamente - por exemplo, deixando-se influenciar pelas paixões (sentimentos)
-. Então a melhor maneira de buscar a verdade segue três passos:
O estudo sério das coisas,
empregando bem a própria inteligência.
Pedir conselho a pessoas
de vida exemplar, aproveitando s sua sabedoria.
Rogar humildemente a Deus
a sua ajuda. Ele é a Verdade.
11. Algum remédio face ao
relativismo?
- A formação e o interesse
pela verdade. Uma pessoa pode ser relativista para com o que desconhece ou não
estima, mas não é fácil sê-lo se se sabe o valor de algo e aprecia. Por exemplo,
ninguém costuma ser relativista com respeito ao dinheiro da sua carteira, e prefere
que ali continue. Não lhe é indiferente que as suas notas passem para o bolso de
um ladrão. Conhece e aprecia o dinheiro e não lhe é indiferente que lho tirem. De
qualquer forma, quem sabe somar assegura que 2+2=4, e afirma-o com segurança, mas
quem desconhece os números e a operação de somar não se importa que sejam 4, 5
ou 7; qualquer opinião lhe parece válida.
Por isto, o remédio face ao
relativismo é a formação nesse terreno. Quem é relativista em matemáticas basta
que as estude e deixará de lhe ser indiferente um resultado ou outro. Quem é
relativista em assuntos religiosos basta que aprenda mais sobre religião... O remédio
é buscar a verdade. Ao ir encontrando-a desaparecem as trevas da in diferença.
B.
RELATIVISMO e DEMOCRACIA. RELATIVISMO e DIÁLOGO
1. É melhor aceitar
firmemente ou duvidar?
- O correcto é aceitar com
segurança as verdades que são razoavelmente certas, e duvidar em algum grau das
opiniões menos claras. A dificuldade aparece ao distinguir umas das outras.
2. Aceitar verdades com
firmeza é pouco democrático?
- A democracia é um bom
sistema político, mas mau método científico, desaconselhável para a investigação.
Na procura da verdade escutam-se opiniões, mas aceita-se o mais razoável, independentemente
de se muitas vozes o apoiam.
3. O relativismo evita posturas fanáticas?
- Quem aceita verdades apoia-se
no razoável, e mudará a sua postura se encontra algo mais razoável. Em troca se
tudo é relativo, não se decide nada ou tomam-se decisões sem pensar, e isto é menos
humano. Em ambos os casos evita-se o fanatismo se há humildade para reconhecer
os erros.
4. O relativismo melhora a
compreensão e tolerância entre as pessoas?
- São coisas independentes:
a compreensão e tolerância são facetas ligadas à caridade, e esta virtude pode
praticar-se sendo-se relativista ou não, pois dependerá de se a caridade se inclui
entre os valores apreciados. Um relativista pode dizer: cada qual deve viver segundo
a sua moral e a minha reclama ser violento e intolerante.
5. A firmeza na verdade é
pouco dialogante?
- Ambos aspectos actuam em
campos diferentes. a segurança nas afirmações é consequência da certeza de um facto.
Enquanto a atitude dialogante opera no trato pessoal e vai unida à caridade. Portanto,
é possível manter a verdade com caridade. É igualmente possível duvidar de tudo
tiranicamente, pretendendo obrigar todos a duvidar.
6. O relativismo favorece o
diálogo?
- Depende de o que se
pretenda alcanzar con O diálogo:
Se se busca encontrar una
verdade, então o relativismo é um grande obstáculo pois assegura que não há
verdades.
Se se deseja aprender o partilhar
conhecimentos, também o relativismo é uma dificuldade, já que os conhecimentos
são verdades adquiridas.
Se com o diálogo se tenta
só um pacto, ainda que se oponha ao verdadeiro e correcto, então é melhor o
relativismo, pois como nada interessa, pode ceder-se em tudo.
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