08/03/2019

Cenas da vida corrente – 3

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E agora: que é que eu faço? Que é que eu digo?

Como hei-de responder a uma pergunta que alguém me fez?

Pareceu-me um pouco - pelo menos – capciosa – mas, nem por assim pensar, numa primeira reacção, encerrei o assunto encolhendo os ombros ou respondendo: vai à fava!

Talvez que – pensei – a pessoa estivesse algo “habituada” a não levarem a sério as suas perguntas ou, então, a considerarem-no um “provocador” desejoso de levantar polémica, discussão.

(Realmente, pelo conhecimento que tenho da pessoa parece ser este o caso.)

A pergunta era pertinente e actual:
‘Porque é que dois jovens não podem – ou não devem - viver juntos  antes de decidirem casar?’

Digo o seguinte:

‘Bom… antes de mais, tens de dizer-me qual é o verdadeiro problema?
 O quê – ou quem – põe a questão?
Os próprios ou outros; os próprios porque têm alguma dúvida ou pelos outros que levantam reticências e emitem “pereceres”?’

A resposta foi mais ou menos, a que esperava:
‘Sabes como é: os pais, os irmãos, a sociedade… sei lá… parece mal…’

Digo o seguinte:

Parece-me haver aí uma grande confusão porque, o que na verdade, interessa – deve importar – é o entre os dois, cada um pensa a esse respeito.
Parece-te que se preocuparam com isso quando começaram a relação, o namoro.
Mas, chegados agora a este pondo decisivo qual é, de facto a vontade ou a convicção de cada um?

Dizem-me:

Sabes como é… cada um tem a sua opinião, os Pais dizem uma coisa, os amigos dizem outra e, eles, coitados, estão um pouco baralhados.

Digo o seguinte:

‘Mas coitados porquê? Afinal, o problema é deles ou dos Pais ou dos amigos?
E “baralhados” porquê? Será que não sabem o que querem, que não têm uma opinião própria sedimentada no conhecimento e na educação que cada uma recebeu?

Essas dúvidas ou hesitações não parecem de pessoas adultas.

Talvez que, pensando bem, fosse melhor irem adiando a decisão até ter as ideias mais claras e consistentes porque, senão sabem exactamente o que querem, o resultado só pode ser um desastre, um engano com consequências sérias para o resto a vida.

AMA, Outubro 2018

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