Procuras a companhia de
amigos que, com a sua conversa e o seu afecto, com o seu convívio, te tornam
mais tolerável o desterro deste mundo..., embora os amigos às vezes atraiçoem.
– Não me parece mal. Mas... como é possível que não frequentes cada dia com
maior intensidade a companhia, a conversa com o Grande Amigo, que nunca
atraiçoa? (Caminho, 88)
A nossa vida é de Deus.
Temos de gastá-la ao seu serviço, preocupando-nos generosamente com as almas e
demonstrando, com a palavra e com o exemplo, a profundidade das exigências
cristãs.
Jesus espera que
alimentemos o desejo de adquirir essa ciência, para nos repetir: se alguém tem
sede, venha a Mim e beba. E respondemos: ensina-nos a esquecermo-nos de nós
mesmos, para pensarmos em Ti e em todas as almas. Deste modo, o Senhor
far-nos-á progredir com a sua graça, como quando começávamos a escrever
(lembrais-vos daqueles traços que fazíamos, guiados pela mão do professor?) e
assim começaremos a saborear a dita de manifestar a nossa fé, que é já de si
outra dádiva de Deus, também com traços inequívocos de uma conduta cristã, onde
todos possam descobrir as maravilhas divinas.
É Amigo, o Amigo: vos
autem dixi amicos, diz-nos Ele. Chama-nos amigos e foi Ele quem deu o primeiro
passo, pois amou-nos primeiro. Contudo, não impõe o seu carinho: oferece-o. E
prova-o com o sinal mais evidente da amizade: ninguém tem maior amor que o
daquele que dá a vida pelos seus amigos. Era amigo de Lázaro e chorou por ele
quando o viu morto. E ressuscitou-o. Por isso, se nos vir frios, desalentados,
talvez com a rigidez de uma vida interior que se está a extinguir, o seu pranto
será vida para nós: Eu te ordeno, meu amigo, levanta-te e anda, deixa essa vida
mesquinha, que não é vida! (Cristo que passa, 93)
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