Só serás bom, se souberes
ver as coisas boas e as virtudes dos outros. Por isso, quando tiveres de
corrigir, fá-lo com caridade, no momento oportuno, sem humilhar... e com
intenção de aprender e de melhorar tu próprio, naquilo que corriges. (Forja,
455)
Uma das suas primeiras
manifestações concretiza-se em iniciar a alma nos caminhos da humildade. Quando
sinceramente nos consideramos nada; quando compreendemos que, se não tivéssemos
o auxílio divino, a mais débil e fraca das criaturas seria melhor do que nós;
quando nos vemos capazes de todos os erros e de todos os horrores; quando nos
reconhecemos pecadores, embora lutemos com empenho por nos afastarmos de tantas
infidelidades, como havemos de pensar mal dos outros? Como se poderá alimentar
no coração o fanatismo, a intolerância, o orgulho?
A humildade leva-nos pela
mão a tratar o próximo da melhor forma: compreender a todos, conviver com
todos, desculpar a todos; não criar divisões nem barreiras; comportarmo-nos –
sempre! – como instrumentos de unidade. Não é em vão que existe no fundo do
homem uma forte aspiração à paz, à união com os seus semelhantes e ao respeito
mútuo pelos direitos da pessoa, de modo que tal aspiração se transforme em
fraternidade. Isto reflecte uma nota característica do que há de mais valioso
na condição humana: se todos somos filhos de Deus, a fraternidade nem se reduz
a uma figura de retórica, nem consiste num ideal ilusório, pois surge como meta
difícil, mas real.
(…) Na oração, com a ajuda
da graça, a soberba pode transformar-se em humildade. E brota da alma a
verdadeira alegria, mesmo quando ainda notamos o barro nas asas, o lodo da
pobre miséria, que vai secando. Depois, com a mortificação, cairá esse barro e
poderemos voar muito alto, porque nos será favorável o vento da misericórdia de
Deus. (Amigos
de Deus, nn. 233. 249)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.