30/06/2018

Com Ele não há possibilidade de fracasso


"Tudo posso naquele que me conforta". Com Ele não há possibilidade de fracasso, e desta persuasão nasce o santo "complexo de superioridade" para enfrentar as tarefas com espírito de vencedores, porque Deus nos concede a sua fortaleza. (Forja, 337)

Se não lutas, não me digas que procuras identificar-te mais com Cristo, conhecê-lo, amá-lo. Quando empreendemos o caminho real de seguir a Cristo, de nos portarmos como filhos de Deus, não se nos oculta o que nos aguarda: a Santa Cruz, que temos de contemplar como o ponto central onde se apoia a nossa esperança de nos unirmos ao Senhor.

Digo-vos desde já que este programa não é uma empresa cómoda; viver da maneira que o Senhor assinala pressupõe esforço. (…) Nós descobriremos a baixeza do nosso egoísmo, os golpes da sensualidade, as investidas de um orgulho inútil e ridículo e muitas outras claudicações: tantas, tantas fraquezas. Descoroçoar? Não. Com S. Paulo, repitamos ao Senhor: sinto complacência nas minhas enfermidades, nos ultrajes, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo; pois quando estou fraco, então sou mais forte.

(…) Eu vivo persuadido de que, sem olhar para o alto, sem Jesus, jamais conseguirei nada; e sei que a minha fortaleza, para me vencer e para vencer, nasce de repetir aquele brado: tudo posso n'Aquele que me conforta, que contém a segura promessa de Deus de não abandonar os seus filhos, se os seus filhos não o abandonarem. (Amigos de Deus, nn. 212–213)

Temas para reflectir e meditar

Desejos




Toma-me como sou, com os meus defeitos, com as minhas debilidades; mas faz-me chegar a ser como Tu desejas.


(São João Paulo II, Aloc., 1978.09.13) 

Evangelho

Tempo comum


Evangelho: Mt 8, 5-17

5 Entrando em Cafarnaúm, aproximou-se dele um centurião, suplicando nestes termos: 6 «Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico, sofrendo horrivelmente.» 7 Disse-lhe Jesus: «Eu irei curá-lo.» 8 Respondeu-lhe o centurião: «Senhor, eu não sou digno de que entres debaixo do meu tecto; mas diz uma só palavra e o meu servo será curado. 9  Porque eu, que não passo de um subordinado, tenho soldados às minhas ordens e digo a um: ‘Vai’, e ele vai; a outro: ‘Vem’, e ele vem; e ao meu servo: ‘Faz isto’, e ele faz.» 10 Jesus, ao ouvi-lo, admirou-se e disse aos que o seguiam: «Em verdade vos digo: Não encontrei ninguém em Israel com tão grande fé! 11 Digo-vos que, do Oriente e do Ocidente, muitos virão sentar-se à mesa do banquete com Abraão, Isaac e Jacob, no Reino do Céu, 12 ao passo que os filhos do Reino serão lançados nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes.» 13 Disse, então, Jesus ao centurião: «Vai, que tudo se faça conforme a tua fé.» Naquela mesma hora, o servo ficou curado. 14 Entrando em casa de Pedro, Jesus viu que a sogra dele jazia no leito com febre. 15 Tocou-lhe na mão, e a febre deixou-a. E ela, levantando-se, pôs-se a servi-lo. 16 Ao entardecer, apresentaram-lhe muitos possessos; e Ele, com a sua palavra, expulsou os espíritos e curou todos os que estavam doentes, 17 para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías: Ele tomou as nossas enfermidades e carregou as nossas dores.

Comentário:

Estamos habituados, por assim dizer, aos pormenorizados relatos que São Mateus faz da actividade diária de Jesus.
Incansavelmente percorre lugar após lugar, povoação após povoação movido pelo desejo de encontrar quem precise da Sua assistência, conselho, auxílio.
Na verdade, todos precisam de algo e sabem que, Jesus pode satisfazer e atender as suas necessidades.

(AMA, comentário sobre Mt 8, 5-17, 01.07.2017)

Leitura espiritual




Amar a Igreja 
22
                  
Agora compreendem porque não se pode separar a Igreja visível da Igreja invisível.
A Igreja é, simultaneamente, corpo místico e corpo jurídico.
Pelo próprio facto de ser corpo, a Igreja distingue-se com os olhos, ensinou Leão XIII.
No corpo visível da Igreja - no comportamento dos homens que dela fazemos parte aqui na terra - aparecem misérias, vacilações, traições.
Mas a Igreja não se esgota aí, nem se confunde com essas condutas erradas: pelo contrário, não faltam, aqui e agora, generosidades, afirmações heróicas, vidas de santidade que não fazem barulho, que se consomem com alegria no serviço dos irmãos na fé e de todas as almas.

Considerem também que, se as claudicações superassem numericamente as atitudes corajosas ficaria ainda essa realidade mística - clara, inegável, embora a não percebamos com os sentidos - que é o Corpo de Cristo, o próprio Senhor Nosso, a acção do Espírito Santo, a presença amorosa do Pai.

A Igreja é, por conseguinte, inseparavelmente humana e divina. É sociedade divina pela sua origem, sobrenatural pelo seu fim e pelos meios que se ordenam proximamente a esse fim; mas, na medida em que se compõe de homens, é uma comunidade humana.
Vive e actua no mundo, mas o seu fim e a sua força não estão na terra, mas no Céu.

Enganar-se-iam gravemente aqueles que procurassem separar uma Igreja carismática - que seria a verdadeiramente fundada por Cristo-, doutra jurídica ou institucional, que seria obra dos homens e simples efeito de contingências históricas.
Só há uma Igreja.
Cristo fundou uma única Igreja: visível e invisível, com um corpo hierárquico e organizado, com uma estrutura fundamental de direito divino e uma íntima vida sobrenatural que a anima, sus - tenta e vivifica.

E não é possível deixar de recordar que Nosso Senhor, ao instituir a Sua Igreja, não a concebeu nem formou de modo a compreender uma pluralidade de comunidades semelhantes no seu género, embora diferentes, e não ligadas por aqueles vínculos que tornam a Igreja indivisível e única...
Por isso, quando Jesus fala deste místico edifício, refere-se apenas a uma Igreja a que chama Sua: edificarei a Minha Igreja (Mat. XVI, 18). Qualquer outra que se imagine fora desta, em virtude de não ter sido fundada por Ele, não pode ser a Sua verdadeira Igreja.

Fé, repito; aumentemos a nossa Fé; pedindo-a à Santíssima Trindade, cuja festa hoje celebramos.
Poderá acontecer tudo, excepto que o Deus três vezes Santo abandone a Sua Esposa.

23
                  
O fim da Igreja

São Paulo, no primeiro capítulo da Epístola aos Efésios, afirma que o mistério de Deus, anunciado por Cristo, se realiza na Igreja.

Deus Pai pôs debaixo dos pés de Cristo todas as coisas, e constituiu-O cabeça de toda a Igreja, que é o Seu corpo e o complemento d'Aquele que cumpre tudo em todos.

O mistério de Deus é, uma vez chegada a plenitude dos tempos, restaurar em Cristo todas as coisas, assim as que há no céu, como as que há na terra.

Um mistério insondável, de pura gratuitidade de amor: porque Ele mesmo nos escolheu antes da criação do mundo, por amor, para sermos santos e imaculados diante d'Ele.

O amor de Deus não tem limites: o próprio São Paulo anuncia que o Nosso Salvador quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade.

Este, e não outro, é o fim da Igreja: a salvação das almas, uma a uma.

Para isso o Pai enviou o Filho, e Eu envio-vos também a vós.
Daí o mandato de dar a conhecer a doutrina e de baptizar, para que, pela graça, a Santíssima Trindade habite na alma: foi-Me dado todo o poder no Céu e na terra.
Ide, pois, ensinai todas as gentes, baptizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, ensinando-as a observar todas as coisas que vos mandei; e eis que Eu estou convosco todos os dias até à consumação dos séculos.

São as palavras simples e sublimes do final do Evangelho de S. Mateus:

aí se assinala a obrigação de pregar as verdades de fé, a urgência da vida sacramental, a promessa da contínua assistência de Cristo à Sua Igreja.
Não se é fiel a Nosso Senhor se se passa por cima destas realidades sobrenaturais: a instrução na fé e na moral cristãs, a prática dos sacramentos.

Com este mandato Cristo funda a Sua Igreja.

Tudo o resto é secundário.

24
                  
Na Igreja está a nossa salvação

Não podemos esquecer que a Igreja é muito mais do que um caminho de salvação: é o único caminho.

Ora isto não foi inventado pelos homens, mas foi Cristo quem assim dispôs:

o que crer e for baptizado, será salvo; o que, porém, não crer, será condenado.


Por isso se afirma que a Igreja é necessária, com necessidade de meio, para nos salvarmos.

Já no século II Orígenes escrevia:

se alguém quer salvar-se, venha a esta casa, para que possa consegui-lo... que ninguém se engane a si mesmo: fora desta casa, isto é, fora da Igreja, ninguém se salva.

E S. Cipriano:

se alguém tivesse escapado (do dilúvio) fora da arca de Noé, então poderíamos admitir que quem abandona a Igreja pode escapar da condenação.

Extra Ecclesiam, nulla salus.

É o aviso contínuo dos Padres: fora da Igreja católica pode encontrar-se tudo - admite Santo Agostinho - menos a salvação.
Pode ter-se honra, pode haver Sacramentos, pode cantar-se o "aleluia", pode responder-se "ámen", pode defender-se o Evangelho, pode ter-se fé no Pai, no Filho e no Espírito Santo e, inclusivamente, até pregá-la.
Mas nunca, se não for na Igreja católica, pode encontrar-se a salvação.

No entanto, como se lamentava Pio XII há pouco mais de vinte anos, alguns reduzem a uma fórmula vã a necessidade de pertencer à Igreja verdadeira para alcançar a salvação eterna.

Este dogma de fé integra a base da actividade corredentora da Igreja, é o fundamento da grave responsabilidade apostólica dos cristãos. Entre os mandatos expressos de Cristo determina-se categoricamente o de nos incorporarmos no Seu Corpo Místico pelo Baptismo.

E o nosso Salvador não só promulgou o mandamento de que todos entrassem na Igreja, mas estabeleceu também que a Igreja fosse meio de salvação, sem a qual ninguém pode chegar ao reino da glória celestial.

É de fé que quem não pertence à Igreja não se salva; e que quem se não baptiza não ingressa na Igreja.

A justificação, depois da promulgação do Evangelho, não pode verificar-se sem o lavacro da regeneração ou o seu desejo, estabelece o Concilio de Trento.


SÃO JOSEMARIA ESCRIVÁ

(cont)

Confissões – 04



Confissões

Nascer de novo

Lembro o que Jesus disse a Nicodemos: Nascer de novo!

Conheço a pergunta e a resposta, por isso me atrevo a desejar com todas as veras da minha alma, aos setenta e seis anos, começar, hoje mesmo, a nascer de novo.

Assim o Senhor, que nunca me falta, me ajude.

(AMA, reflexões, 2017)



[i] Resolvi passar à escrita um conjunto de reflexões que têm como sub-título:  Confissões

Se se quiser, poderia chamar-se reflexões sobre mim ou, exame pessoal.

Não sei qual será a utilidade para os eventuais leitores - nem isso me preocupa - mas dada a minha condição de viúvo vivendo sozinho, talvez que alguém encontre alguma "pista" de como lidar com situações peculiares.

Exponho-me, é verdade, mas tenho bem presente que 'não há nada escondido que não acabe por se saber ', e, assim, decidi.


Reto del amor




VIVE DE CRISTO®Dominicas de Lerma

Pequena agenda do cristão

SÁBADO



(Coisas muito simples, curtas, objectivas)



Propósito:
Honrar a Santíssima Virgem.

A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da Sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas, santo é o Seu nome. O Seu Amor se estende de geração em geração sobre os que O temem. Manifestou o poder do Seu braço, derrubou os poderosos do seu trono e exaltou os humildes, aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel Seu servo, lembrado da Sua misericórdia, como tinha prometido a Abraão e à sua descendência para sempre.

Lembrar-me:

Santíssima Virgem Mãe de Deus e minha Mãe.

Minha querida Mãe: Hoje queria oferecer-te um presente que te fosse agradável e que, de algum modo, significasse o amor e o carinho que sinto pela tua excelsa pessoa.
Não encontro, pobre de mim, nada mais que isto: O desejo profundo e sincero de me entregar nas tuas mãos de Mãe para que me leves a Teu Divino Filho Jesus. Sim, protegido pelo teu manto protector, guiado pela tua mão providencial, não me desviarei no caminho da salvação.

Pequeno exame:

Cumpri o propósito que me propus ontem?





29/06/2018

Leitura espiritual



Amar a Igreja 

19
               
Fé.
Precisamos de fé.
Se olharmos com olhos de fé, descobrimos que a Igreja contém em si mesma e difunde à sua volta a sua própria apologia.
Quem a contempla, quem a estuda com olhos de amor à verdade, deve reconhecer que ela, independentemente dos homens que a compõem, e das modalidades práticas com que se apresenta, leva em si mesma uma mensagem de luz universal e única, libertadora e necessária, divina.

Quando ouvimos vozes de heresia - porque são exactamente isso, nunca me agradaram os eufemismos-, quando observamos que se ataca impunemente a santidade do matrimónio e do sacerdócio; a concepção imaculada da Nossa Mãe Santa Maria e a sua virgindade perpétua, com todos os restantes privilégios e excelências com que Deus a adornou; o milagre perene da presença real de Jesus Cristo na Sagrada Eucaristia, o primado de Pedro, a própria Ressurreição de Nosso Senhor, como não sentir a alma cheia de tristeza?
Mas tenham confiança: a Santa Igreja é incorruptível.
A Igreja vacilará se o seu fundamento vacilar, mas poderá Cristo vacilar?
Enquanto Cristo não vacilar, a Igreja jamais fraquejará até ao fim dos tempos.

20
               
O humano e o divino na Igreja

Assim como em Cristo há duas naturezas - a humana e a divina - também, por analogia, podemos referir-nos à existência na Igreja de um elemento humano e de um elemento divino.
A ninguém passa despercebida a evidência dessa parte humana.
A Igreja, neste mundo, está composta por homens e para homens, e dizer homem é falar da liberdade, da possibilidade de actos grandes e de actos mesquinhos, de heroísmos e de claudicações.

Se só admitíssemos essa parte humana da Igreja nunca conseguiríamos compreendê-la, pois não teríamos chegado à porta do mistério. A Sagrada Escritura utiliza muitos termos - tirados da experiência terrena - para os aplicar ao Reino de Deus e à sua presença entre nós, na Igreja.
Compara-a ao redil, ao rebanho, à casa, à semente, à vinha, ao campo onde Deus planta ou edifica.
Mas destaca uma expressão que compendia tudo: a Igreja é o Corpo de Cristo.

E Ele a uns constituiu Apóstolos, a outros profetas, a outros evangelistas, a outros pastores e doutores, para o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para a edificação do Corpo de Cristo. São Paulo escreve também que somos um só corpo em Cristo, e cada um de nós membros uns dos outros.
Como é luminosa a nossa fé! Todos somos em Cristo, porque Ele é a Cabeça do corpo da Igreja.

21
               
É a fé que os cristãos sempre confessaram.
Ouçam comigo estas palavras de Santo Agostinho: e desde então Cristo está formado pela cabeça e pelo corpo, verdade que, não duvido, conheceis bem.
A cabeça é o nosso próprio Salvador, que padeceu sob Pôncio Pilatos e agora, depois de ressuscitar de entre os mortos, está sentado à direita do Pai.
E o Seu corpo é a Igreja.
Não esta ou aquela igreja, mas a que se encontra espalhada por todo o mundo.
Nem sequer é apenas a que existe entre os homens actuais, uma vez que a ela pertencem também os que viveram antes de nós e os que hão-de existir depois, até ao fim do mundo.
Assim, toda a Igreja, formada pela reunião dos fiéis - e porque todos os fiéis são membros de Cristo-, possui Cristo como Cabeça, que governa do Céu o Seu corpo.
E, embora esta Cabeça se encontre fora da vista do corpo, está unida pelo amor.


(cont)

Temas para reflectir e meditar

Cristologia 



A cristologia é uma parte da teologia que trata sobre Cristo. 

Estuda Jesus Cristo em Si mesmo – o mistério da Sua pessoa, como Deus e homem verdadeiro que viveu numas determinadas condições históricas -, e Jesus na economia da salvação – como Messias, Redentor e nosso Salvador -, tal como nos propõe da fé da Igreja.

(Vicente Ferrer BARRIENDOS, Jesucristo nuestro salvador, cap. 1, 1. A, trad ama)

Evangelho


Tempo comum

São Pedro e São Paulo - Apóstolos

Evangelho: Mt 16, 13-19

13 Tendo chegado à região de Cesareia de Filipe, Jesus interrogou os Seus discípulos, dizendo: «Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?». 14 Eles responde­ram: «Uns dizem que é João Baptista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas». 15 Jesus disse-lhes: «E vós quem di­zeis que Eu sou?». 16 Respondendo Simão Pedro, disse: «Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo». 17 Respondendo Jesus, disse-lhe: «Bem-aventu­rado és, Simão filho de João, porque não foi a carne e o sangue que to revelaram, mas Meu Pai que está nos céus. 18 E Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. 19 Eu te darei as chaves do Reino dos Céus; e tudo o que ligares sobre a terra, será ligado também nos céus, e tudo o que desatares sobre a terra, será desatado também nos céus».

Comentário:

Como é que Pedro sabe que Jesus é o Filho de Deus?

Foi o próprio Deus quem lho revelou, disse Jesus.
Também a nós acontece o mesmo, conhecemos as verdades essenciais sobre Deus porque Ele mesmo no-las revela.

Queremos saber mais e mais profundamente?
Peçamos mais e com maior com maior confiança!

Não há outra forma, ou Deus satisfaz os nossos pedidos feitos com são critério e boa intenção e nos revela o que nos convém saber, ou não os aceitando, porque não convêm ou vão mal endereçados, nos deixará na ignorância que merecemos.

(ama, comentário sobre Mt 16, 13-19, 2011.02.22)



Doutrina – 437


CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA
Compêndio


PRIMEIRA PARTE: A PROFISSÃO DA FÉ
SEGUNDA SECÇÃO: A PROFISSÃO DA FÉ CRISTÃ
CAPÍTULO TERCEIRO


«CREIO NA VIDA ETERNA»

216. Em que consiste a esperança dos novos céus e da nova terra?


Depois do juízo final, o próprio universo, libertado da escravidão da corrupção, participará na glória de Cristo com a inauguração dos «novos céus e da nova terra» (2 Ped 3,13).
Será assim alcançada a plenitude do Reino de Deus, ou seja a realização definitiva do desígnio salvífico de Deus de «recapitular em Cristo todas as coisas, as do céu e as da terra» (Ef 1,10).
Deus será então «tudo em todos» (1 Cor 15,28), na vida eterna.
«ÁMEN»

Não andarás encolhido, porque o teu amor é pequeno?

A graça de Deus não te falta. Portanto, se correspondes, deves sentir-te seguro. O triunfo depende de ti: a tua fortaleza e a tua garra – unidas a essa graça – são razão mais que suficiente de te dar o optimismo de quem tem a certeza da vitória. (Sulco, 80)

Não sejais almas de via reduzida, homens ou mulheres menores de idade, de vistas curtas, incapazes de abrangerem o nosso horizonte sobrenatural cristão de filhos de Deus. Deus e Audácia! (Sulco, 96)

Audácia não é imprudência, nem ousadia irreflectida, nem simples atrevimento.

Audácia é fortaleza, virtude cardeal, necessária para a vida da alma. (Sulco, 97)

Li uma vez um provérbio muito popular nalguns países: "O mundo é de Deus, mas Deus aluga-o aos valentes"; e fez-me reflectir.

Por que esperas? (Sulco, 99)

"Não sou o apóstolo que deveria ser. Sou... um tímido!".

Não andarás encolhido, porque o teu amor é pequeno? Reage! (Sulco, 100)

Tratado das virtudes

Questão 64: Do meio-termo das virtudes.

Art. 3 — Se as virtudes intelectuais consistem num meio-termo. [1]

O terceiro discute-se assim. — Parece que as virtudes intelectuais não consistem num meio-termo.

1. — Pois, as virtudes morais consistem num meio-termo por se submeterem à regra da razão. Ora, como as virtudes intelectuais existem na razão mesma, não podem estar sujeitas a uma regra superior. Logo, as virtudes intelectuais não consistem num meio-termo.

2. Demais. — O meio-termo da virtude moral é determinado pela virtude intelectual, conforme o dito de Aristóteles: a virtude consiste num meio-termo determinado pela razão, como o determinaria o sábio [2]. Se pois, a virtude intelectual consistir ainda num outro meio termo, esse lhe há de ser determinado por alguma outra virtude, e assim proceder-se-ia ao infinito.

3. Demais. — Termo médio existe, propriamente, entre contrários, como se vê claramente no Filósofo [3]. Ora, no intelecto não pode haver nenhuma contrariedade, porque os próprios contrários — como preto e branco, são e doente — enquanto nele existentes, deixam de ser tais. Logo, nas virtudes intelectuais não há meio-termo.

Mas, em contrário, a arte é uma virtude intelectual, como já se disse [4] e contudo, é um meio termo, como também já se estabeleceu [5]. Logo, a virtude intelectual consiste num meio-termo.


O bem de um ser consiste num meio-termo, enquanto se submete à regra ou à medida, que pode ultrapassar ou não alcançar, como já dissemos [6]. Ora, tanto a virtude intelectual como a moral ordenam-se para o bem, segundo ficou estabelecido [7]. Donde, estando o bem da virtude intelectual sujeito à medida, está sujeito também ao meio-termo da razão. Ora, o bem da virtude intelectual é o verdadeiro: o verdadeiro absoluto, da virtude especulativa, como se disse [8]; e o da virtude prática, o verdadeiro conforme ao apetite recto.

A verdade do nosso intelecto, absolutamente considerada, é como medida pela realidade. Pois a realidade é a medida do nosso intelecto, segundo se disse [9]; pois, a verdade de uma opinião ou de uma oração depende de uma realidade que é ou não é. Assim, pois, o bem da virtude intelectual especulativa consiste num certo meio-termo conforme a própria realidade, enquanto diz ser o que é, e não ser o que não é; e nisso consiste a essência da verdade. O excesso manifesta-se na afirmação falsa, que diz ser o que não é; e o defeito, em a negação falsa, que diz não ser o que é.

Por outro lado, a verdade da virtude intelectual prática, comparada com a realidade, está para ela como o que é medido; e assim, tanto nas virtudes intelectuais práticas, como nas especulativas, o meio-termo é considerado na sua conformidade com a realidade. Mas em relação ao apetite, ele exerce o papel de regra e medida. Donde, o meio-termo da virtude moral, i. é, a rectidão da razão, é também o da prudência; mas desta, enquanto regula e mede e daquela, como medida e regulada. Semelhantemente, o excesso e o defeito são tomados em acepções diversas, num e noutro caso.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO. — Também a virtude moral tem a sua medida, como dissemos; e é pela conformidade com esta que é considerado o meio-termo daquela.

RESPOSTA À SEGUNDA. — Não há necessidade de proceder ao infinito, em relação às virtudes, porque a medida e a regra da virtude intelectual não é algum outro género de virtude, mas a própria realidade.

RESPOSTA À TERCEIRA. — As coisas contrárias, em si mesmas, não têm contrariedade na alma, porque um é a razão de conhecermos o outro; e contudo, no intelecto, há a contrariedade da afirmação e da negação, que são contrárias entre si, como se diz no fim do Perihermeneias. Pois, embora o ser e o não-ser não sejam contrários, mas opostos por contrariedade, se os considerarmos como existentes na realidade, porque um é ente e outro, puro não-ente; contudo, referidos ao acto da alma, um e outro exprimem algum ser. Donde, o ser e o não-ser são contraditórios; mas a opinião que considera o bem como bem é contrária a que o considera como não-bem. E entre esses contrários o meio-termo é a virtude intelectual.

Revisão da versão portuguesa por AMA




[1] (III Sent., dist. XXXIII, q. 1. a. 3, qª 3; De Virtut., q. 1, a. 1; q. 4, a. 1, ad 7).
[2] II Ethic., lect. VII.
[3] X Metaph., lect. IX.
[4] VI Ethic. (lect. III).
[5] II Ethic. (lect. VI).
[6] Q. 64, a. 1.
[7] Q. 56, a. 3.
[8] VI Ethic. (lect. II).
[9] X Metaph. (lect. II).