15/08/2017

Fátima: Centenário - Vida de Maria - 57



Centenário das aparições da Santíssima 

Virgem em Fátima


Fuga para o Egipto


A voz dos Padres

«Herodes teme, os magos desejam; estes desejam encontrar o Rei, aquele temeu perder o reino. Por último, todos O procuram: aqueles, para viver por Ele; o outro, porque quer dar-Lhe a morte; Herodes, para cometer um grande pecado contra Ele; os magos, para que lhes perdoe todos os seus. Herodes dá morte a muitas crianças com a intenção de matar um determinado, e enquanto causa tão cruel e sangrenta matança nas pessoas de tantos inocentes, é ele o primeiro a causar a sua própria morte com tanta maldade. Entretanto, o nosso Rei, a Palavra que ainda não fala, enquanto os magos O adoravam as crianças morriam por Ele, ou jazia deitado ou tomava o peito, e antes de falar encontrava crentes e antes de padecer fazia também mártires.

Oh crianças ditosas, recém-nascidas, nunca tentados, nunca forçados a lutar e já coroados! Duvide que fostes coroados, ao padecer por Cristo, quem pense que de nada serve às crianças o Baptismo de Cristo. Ainda não tínheis a idade para crer em Cristo, que havia de sofrer também a Sua paixão, mas tínheis carne em que padecê-la por Ele, que a sofreria posteriormente. De nenhum modo a graça do Salvador abandonaria estas crianças, o Menino que tinha vindo buscar o que se tinha perdido, não só mediante o Seu nascimento, mas também suspenso da cruz. Quem pôde ter como pregoeiros do seu nascimento os anjos, como proclamadores os céus e como adoradores os magos, poderia conceder-lhes que não morressem aqui por Ele, se soubesse que com aquela morte iam perecer e não viver numa felicidade maior. Longe, longe de nós pensar que, vindo libertar os homens, Cristo não se preocupasse com a recompensa para aqueles que iam morrer por Ele que, pendente da cruz, orou inclusivamente pelos seus assassinos».


Santo Agostinho (séculos IV-V), Sermão 373, 2-3.

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