18/07/2017

Fátima: Centenário - Vida de Maria - 29




Centenário das aparições da Santíssima 

Virgem em Fátima


Visitação


A voz do Magistério

No relato da Visitação, São Lucas mostra como a graça da Encarnação, depois de ter inundado Maria, leva salvação e alegria à casa de Isabel. O Salvador dos homens, oculto no seio de Sua Mãe, derrama o Espírito Santo, manifestando-se já desde o início da Sua vinda ao mundo.

O evangelista, descrevendo a saída de Maria para a Judeia, usa o verbo anistemi, que significa levantar-se, pôr-se em movimento. Considerando que este verbo se usa nos evangelhos para indicar a ressurreição de Jesus [i] ou acções materiais que envolvem um impulso espiritual, [ii] podemos supor que Lucas, com esta expressão, quer sublinhar o impulso vigoroso que leva Maria, sob a inspiração do Espírito Santo, a dar ao mundo o Salvador.

O texto evangélico refere, além disso, que Maria realiza a viagem "com pressa".[iii] Também a expressão "às montanhas",[iv] no contexto de Lucas, é muito mais do que uma simples indicação topográfica, pois permite pensar no mensageiro da boa nova descrito no livro de Isaías: "Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz, que traz a boa notícia, que anuncia a salvação, que diz a Sião: o teu Deus reina!"[v].

Assim como manifesta São Paulo, que reconhece o cumprimento deste texto profético na pregação do Evangelho[vi], assim também São Lucas parece convidar a ver em Maria a primeira evangelista, que difunde a boa nova, começando as viagens missionárias do seu divino Filho.

A direcção da viagem da Virgem Santíssima é particularmente significativa: será da Galileia à Judeia, como o caminho missionário de Jesus[vii]. Com efeito com a sua visita a Isabel, Maria realiza o prelúdio da missão de Jesus e, colaborando já desde o início da sua maternidade na obra redentora do Filho, transforma-se no modelo daqueles que na Igreja se põem a caminho para levar a luz e a alegria de Cristo aos homens de todos os lugares e de todos os tempos.

João Paulo II (séc. XX), Discurso na audiência geral de 2-X-1996.




[i] cfr. Mc 8, 31; 9, 9. 31; Lc 24 7. 46
[ii] cfr. Lc 5, 27-28; 15, 18. 20
[iii] Lc 1, 39
[iv] Lc 1, 39
[v] Is 52, 7
[vi] cfr. Rm 10, 15
[vii] cfr. Lc 9, 51

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