O homem não pode viver sem amor. Ele permanece
para si próprio um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido, se
não lhe for revelado o amor, se o não experimenta e se o não torna algo seu
próprio, se nele não participa vivamente. E por isto precisamente Cristo
Redentor (...) revela plenamente o homem ao próprio homem. Esta é - se assim é
lícito exprimir-se - a dimensão humana do mistério da Redenção. Nesta dimensão
o homem reencontra a grandeza, a dignidade e o valor próprios da sua humanidade
(...). O homem que quiser compreender-se a si mesmo profundamente (...) deve,
com a sua inquietude, incerteza e também fraqueza e pecaminosidade com a sua
vida e com a sua morte, aproximar-se de Cristo. Ele deve, por assim dizer,
entrar nele com tudo o que é de si mesmo, deve aproximar-se e assimilar toda a
realidade da Encarnação e da Redenção, para se encontrar a si mesmo. Se no
homem se actuar este processo profundo, então ele produz frutos, não somente de
adoração a Deus, mas também de profunda maravilha perante si próprio. Que
grande valor deve ter o homem aos olhos do Criador, se mereceu ter um tal e tão
grande Redentor (Missal Romano, Hino Exultet
da Vigília Pascal), se Deus deu o Seu Filho para que ele, o homem, não pereça,
mas tenha a vida eterna. (...)
O homem que quer compreender-se até ao fundo de
si mesmo (...), deve com a sua inquietação, incerteza e inclusive com a sua
debilidade e pecaminosidade, com a sua vida e a sua morte, aproximar-se de
Cristo. Deve, por assim dizer, entrar n'Ele com todo o seu ser, deve
"apropriar-se" e assimilar toda a realidade da Encarnação e da
Redenção para se encontrar a si mesmo.
(SÃO JOÃO PAULO II, Enc. Redemptor hominis, 1979.03.04 nr. 10)
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