A
VOZ DO MAGISTÉRIO
«A Sagrada Escritura do
Antigo e Novo Testamento e a venerável Tradição apresentam de modo progressivo,
até nos mostrarem claramente, o papel da Mãe do Salvador na economia da salvação.
Os livros do Antigo Testamento descrevem a história da salvação na qual se vai
preparando lentamente a vinda de Cristo ao mundo.
Esses antigos documentos,
tais como são lidos na Igreja e interpretados à luz da plena revelação
ulterior, vão pondo cada vez mais em evidência a figura duma mulher, a Mãe do
Redentor. A esta luz, Maria encontra-se já profeticamente presente na promessa
da vitória sobre a serpente [1],
feita aos nossos primeiros pais caídos no pecado.
Ela é, igualmente, a Virgem
que conceberá e dará à luz um Filho, cujo nome será Emanuel [2]. É
a primeira entre os humildes e pobres do Senhor, que confiadamente esperam e
recebem a salvação de Deus. Com ela, enfim, Filha excelsa de Sião, passada a
longa espera da promessa, cumprem-se os tempos e inaugura-se a nova economia da
salvação, quando o Filho de Deus dela recebeu a natureza humana, para libertar
o homem do pecado pelo mistério da sua encarnação».
Concílio
Vaticano II, Const. dogm. Lumen gentium,
n. 55.
«Olhai para Maria, formosa
como a lua, pulchra ut luna. É uma
forma de expressar a sua excelsa beleza. Que formosa deve ser a Virgem! Quantas
vezes nos impressionaram a beleza de uma face de anjo, o encanto do sorriso de
uma criança, o fascínio de um olhar puro! Certamente, no rosto da Sua própria
Mãe, Deus recolheu todos os resplendores da sua arte divina. O olhar de Maria!
O sorriso de Maria! A doçura de Maria! A majestade de Maria, Rainha do Céu e da
terra! Do mesmo modo que a lua brilha no céu escuro, assim também a formosura
de Maria se distingue sobre todas as formosuras, que parecem sombras junto
d’Ela. Maria é a mais formosa de todas as criaturas. Não é apenas a beleza
natural que se reflecte naquele rosto. Deus revestiu a sua alma com a plenitude
das suas riquezas por um milagre da sua omnipotência e fez passar para o olhar
de Maria algo da sua dignidade sobrenatural e divina. Uma centelha da beleza de
Deus brilha nos olhos de sua Mãe».
«Mas a Igreja não compara
Maria apenas à lua; servindo-se também da Sagrada Escritura [3],
usa uma imagem mais intensa e exclama: Tu és, Maria, electa ut sol, eleita como o sol! A luz do sol tem uma grande
diferença da lua: é luz que aquece e vivifica. A lua brilha sobre os grandes
glaciares do Pólo, mas o glaciar permanece compacto e infecundo, como
permanecem as trevas e perdura o gelo nas noites lunares do Inverno. A luz da
lua não tem calor, não leva a vida. Fonte de luz e de calor e de vida é o sol.
Pois bem, Maria, que tem a beleza da lua, brilha também como um sol e irradia
um calor vivificante. Falando d’Ela, falando-lhe a Ela, não esqueçamos que é
verdadeiramente nossa Mãe; porque através d’Ela recebemos a vida divina. Ela
deu-nos Jesus e com Jesus a própria Fonte da graça. Maria é medianeira e
distribuidora de todas as graças».
«Electa ut sol. Sob a luz e o calor do sol as plantas florescem
sobre a terra e dão o seu fruto; Sob o influxo e a ajuda deste sol que é Maria,
os bons pensamentos frutificam nas almas. Talvez neste momento já estejais
inundados do encanto que emana da Virgem Imaculada, Mãe da divina graça,
medianeira de todas as graças, por ser Rainha do mundo».
«Voltai a percorrer,
queridos filhos e filhas, a história da vossa vida. Não vedes um tecido de
graças de Deus? Então podeis pensar: nestas graças entrou Maria. As flores despontaram
e os frutos amadureceram na minha vida graças ao calor desta Senhora, eleita
como o sol».
PIO
XII (século XX), Mensagem radiofónica na abertura do Ano Mariano, 8-XII-1953.
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