Estou doente, não me sinto bem, se
calhar tenho a pressão alta, ou, talvez, baixa, está muito calor, provavelmente
não me sustenho em pé...
Estas
e muitas outras pretensas razões para servir de desculpa para não fazer algo
cujo compromisso formal ou não se assumiu.
Se
se cede e não se faz ficará, sempre, alguma amargura e tristeza resultado do
inevitável confronto com a fraqueza pessoal e o reconhecimento do pouco que por
nós próprios podemos e que precisamos de auxílio para fortalecer a vontade e
resistir às próprias debilidades.
Esta
reflexão tem uma raiz:
Levantei-me
tarde depois de ter dormido muito bem umas boas dez horas, o que não é habitual.
Talvez
por isso mesmo, sentia-me cansado, abúlico, sem vontade de fazer o que fosse.
Sim…
é Domingo… tenho de ir à Missa, mas…
E comecei
naquele arrazoado de pensamentos que acima descrevo, concluindo que, tinha
razões de sobra para justificar uma falta.
Mas,
de repente, saltei do confortável sofá, fui tomar banho, vesti-me e meti-me no
automóvel a caminho da Igreja da Lapa. A Missa era às dezoito e quinze, mas,
uma hora antes já lá estava.
Foi
então que escrevi aquela reflexão.
Mas
não acaba aqui porque, a Missa era por intenção do Centenário do Conservatório
de Música do Porto que com a sua orquestra e coro magníficos cantou a Missa de Gounod conhecida como Missa de Santa Cecília.
Foi
extraordinário, emocionante, empolgante e eu deixei-me “levar” por aquela
música extraordinária.
Conclui
– comovido em extremo – que o Senhor me tinha feito uma “carícia” apenas porá me
mostrar o Seu agrado por eu ter tomado a decisão que tomei.
E senti-me
pequeno, rasteiro, um “nada”, perante um Senhor assim que sem ter porque o
fazer - cumpri uma obrigação – recompensa com extraordinário carinho e
enormíssima magnanimidade, os pequenos actos de amor que – pobre de mim –
consigo fazer.
E só
me ocorreu dizer repetidas vezes, no regresso a casa:
Gratias
Tibi! Gratias Tibi!
AMA,
18.06.2017
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