Das três Cartas Pastorais, esta é a que contém mais informações de
ordem pessoal, quer no que diz respeito a Paulo (1,12.15-18; 3,10;
4,6-8.16-18), quer aos seus destinatários (1,5; 2,17; 3,15; 4,9-15.19-22).
Estes elementos, aliados ao facto de ser esta a Carta Pastoral que menos se
afasta do estilo paulino, constituem um sério argumento em favor de uma
autoria, pelo menos parcial, do Apóstolo, quer sob a forma de um escrito seu
que tenha sido posteriormente completado, quer de indicações dadas a um secretário
que se encarregou da redacção (ver Introdução às Cartas Pastorais, p.
1949-1950). De qualquer modo, na sua forma actual, esta Carta dificilmente pode
ser atribuída a Paulo, na sua totalidade; os dados de natureza pessoal,
habitualmente considerados fidedignos, podem ser fruto de informações orais
sobre a última fase da vida do Apóstolo.
DIVISÃO E CONTEÚDO
A Carta tem a seguinte estrutura:
Saudação e acção de graças (1,1-5), que introduzem o tema central,
enquadrado por duas exortações solenes a Timóteo, para que renove a graça do
ministério pastoral que lhe foi confiado (1,6-18; 4,1-5).
Parte central: é um aprofundamento da missão de Timóteo (2,1-13),
contraposta à dos falsos mestres (2,14-26) e exercida num ambiente de
indiferença e hostilidade (3,1-17). O testemunho do próprio Paulo, que se sente
já no crepúsculo de uma vida inteiramente dedicada ao Evangelho e espera
concluí-la na fidelidade à sua missão (4,6-8), constitui exemplo e
encorajamento para todos os pastores.
Conclusão: tem algumas recomendações e pedidos (4,9-18) e uma
saudação final (4,19-22).
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