III. RESPOSTA A QUESTÕES CONCRETAS (7,1-11,1)
Capítulo 9
O exemplo de Paulo
1Não
sou eu um homem livre? Não sou um Apóstolo? Não vi Jesus, nosso Senhor? Não
sois vós a minha obra no Senhor? 2Se, para outros, eu não sou Apóstolo, sou-o
certamente para vós, porque sois o selo do meu apostolado no Senhor.
3Esta
é a minha defesa contra aqueles que me criticam. 4Não temos nós, porventura, o
direito de comer e de beber? 5Não temos o direito de levar connosco, nas
viagens, uma mulher cristã, como os restantes Apóstolos, os irmãos do Senhor e
Cefas? 6Ou somente eu e Barnabé é que não temos o direito de deixar de
trabalhar? 7Quem é que, alguma vez, vai à guerra, à sua própria custa? Quem
planta uma vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta um rebanho e não se
alimenta do leite do rebanho? 8Será que digo isto segundo critérios humanos, ou
a própria Lei não dirá também o mesmo?
9Com
efeito, na Lei de Moisés está escrito: Não
açaimarás o boi que debulha o grão. Porventura, é com os bois que Deus se
preocupa? 10Ou não será por causa de nós que Ele fala assim? De facto, é por
nós que foi escrito; porque é na esperança de receber a sua parte, que o
lavrador deve lavrar a terra, e o que debulha deve debulhar o grão. 11Se temos
semeado para vós bens espirituais, será demasiado colher de vós bens materiais?
12Se outros gozam desse direito sobre vós, porque não nós, com maior razão? Mas
nós não temos usado desse direito; pelo contrário, temos suportado tudo, para
não criar qualquer obstáculo ao Evangelho de Cristo. 13Não sabeis que aqueles
que desempenham funções sagradas vivem dos proventos do templo, e os que servem
ao altar participam do que se oferece sobre o altar? 14Assim, ordenou também o
Senhor, que aqueles que anunciam o Evangelho vivam do Evangelho.
15Eu,
porém, não me aproveitei de nenhum desses direitos, nem tão pouco estou a
escrever para os reclamar. Preferiria antes morrer do que... Ninguém me poderá
privar deste título de glória. 16Porque, se eu anuncio o Evangelho, não é para
mim motivo de glória, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se
eu não evangelizar! 17Se o fizesse por iniciativa própria, mereceria
recompensa; mas, não sendo de maneira espontânea, é um encargo que me está
confiado. 18Qual é, portanto, a minha recompensa? É que, pregando o Evangelho,
eu faço-o gratuitamente, sem me fazer valer dos direitos que o seu anúncio me
confere.
Paulo ao serviço de todos
19De
facto, embora livre em relação a todos, fiz-me servo de todos, para ganhar o
maior número. 20Fiz-me judeu com os judeus, para ganhar os judeus; com os que
estão sujeitos à Lei, comportei-me como se estivesse sujeito à Lei - embora não
estivesse sob a Lei - para ganhar os que estão sujeitos à Lei; 21com os que
vivem sem a Lei, fiz-me como um sem Lei - embora eu não viva sem a lei de Deus
porque tenho a lei de Cristo - para ganhar os que vivem sem a Lei. 22Fiz-me
fraco com os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para salvar
alguns a qualquer custo. 23E tudo faço por causa do Evangelho, para dele me
tornar participante.
24Não
sabeis que os que correm no estádio correm todos, mas só um ganha o prémio?
Correi, pois, assim, para o alcançardes. 25Os atletas impõem a si mesmos toda a
espécie de privações: eles, para ganhar uma coroa corruptível; nós, porém, para
ganhar uma coroa incorruptível. 26Assim, também eu corro, mas não às cegas; dou
golpes, mas não no ar. 27Castigo o meu corpo e mantenho-o submisso, para que
não aconteça que, tendo pregado aos outros, venha eu próprio a ser eliminado.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.