II. EXPANSÃO DA
IGREJA FORA DE JERUSALÉM [i]
Capítulo 10
Visão de Pedro em
Jope
9No dia seguinte, enquanto eles iam a caminho e se
aproximavam da cidade, Pedro subiu ao terraço para a oração do meio-dia.
10Então, sentiu fome e quis comer alguma coisa. Enquanto lhe preparavam de
comer, foi arrebatado em êxtase. 11Viu o Céu aberto e um objecto, como uma
grande toalha atada pelas quatro pontas, a descer para a terra. 12Estava cheia
de todos os quadrúpedes e répteis da terra e de todas as aves do céu.
13E uma voz dizia-lhe: «Vamos, Pedro, mata e come.» 14Mas Pedro retorquiu: «De modo algum, Senhor! Nunca comi nada de
profano nem de impuro.» 15E a voz falou-lhe novamente, pela segunda vez: «O que foi purificado por Deus não o
consideres tu impuro.» 16Isto repetiu-se por três vezes e, imediatamente, o
objecto foi levado para o Céu.
17Atónito, Pedro perguntava a si próprio o que poderia
significar a visão que acabara de ter, quando os homens enviados por Cornélio,
tendo perguntado pela casa de Simão, se apresentaram à porta. 18Chamaram e
indagaram se era ali que se encontrava hospedado Simão, cujo sobrenome era
Pedro. 19E, como Pedro estava ainda a reflectir sobre a visão, o Espírito
disse-lhe: «Estão aí três homens a
procurar-te. 20Ergue-te, desce e parte com eles sem qualquer hesitação, porque
fui Eu que os mandei cá.» 21Pedro desceu, foi ter com os homens e disse: «Sou eu quem procurais. Qual o motivo da
vossa vinda?» 22Responderam: «O
centurião Cornélio, homem justo e temente a Deus, do qual todo o povo judeu dá
bom testemunho, foi avisado por um anjo para te mandar chamar a sua casa e para
ouvir as palavras que tens a dizer-lhe.» 23Então Pedro mandou-os entrar e
deu-lhes hospedagem.
No dia seguinte, levantando-se, partiu com eles, e alguns
irmãos de Jope acompanharam-no. 24Chegou a Cesareia, um dia depois. Cornélio
estava à espera deles com os seus parentes e amigos íntimos, que tinha reunido.
25Na altura em que Pedro entrava, Cornélio foi ao seu encontro e, caindo-lhe
aos pés, prostrou-se.
26Mas Pedro levantou-o, dizendo: «Levanta-te, que eu também sou apenas um homem.» 27E, a conversar
com ele, foi para dentro, encontrando muitas pessoas reunidas.
28Pedro disse-lhes: «Vós
sabeis que não é permitido a um judeu ter contacto com um estrangeiro, ou
entrar em sua casa. Mas Deus mostrou-me que não se deve chamar profano ou
impuro a homem algum. 29Por isso, não opus qualquer dificuldade ao vosso
convite. Peço-vos apenas que me digais o motivo por que me mandastes chamar.»
30Cornélio respondeu: «Faz hoje três dias, a esta mesma hora, estava eu em minha casa a fazer
a oração das três horas da tarde, quando surgiu de repente um homem com uns
trajes resplandecentes, diante de mim, 31e me disse: ‘Cornélio, a tua oração
foi atendida e as tuas esmolas foram recordadas diante de Deus. 32Envia, pois,
emissários a Jope e manda chamar Simão, cujo sobrenome é Pedro. Está hospedado
em casa de Simão, curtidor, junto ao mar.’ 33Mandei-te imediatamente chamar e
agradeço-te teres vindo. E, agora, estamos todos na tua presença para ouvirmos
o que Deus te ordenou.»
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