Naqueles dias, Amalec veio a Refidim atacar Israel.
Moisés disse a Josué: «Escolhe alguns homens e amanhã sai
a combater Amalec. Eu irei colocar-me no cimo da colina, com a vara de Deus na
mão».
Josué fez o que Moisés lhe ordenara e atacou Amalec,
enquanto Moisés, Aarão e Hur subiram ao cimo da colina.
Quando Moisés tinha as mãos levantadas, Israel ganhava
vantagem; mas quando as deixava cair, tinha vantagem Amalec.
Como as mãos de Moisés se iam tornando pesadas, trouxeram
uma pedra e colocaram-na por debaixo para que ele se sentasse, enquanto Aarão e
Hur, um de cada lado, lhe seguravam as mãos. Assim se mantiveram firmes as suas
mãos até ao pôr do sol, e Josué desbaratou Amalec e o seu povo ao fio da
espada. [i]
Ao ouvir ontem esta passagem bíblica na Missa Dominical,
e ouvindo a homilia do Padre Patrício, fui levado a reflectir na mesma e em
tudo o que ela pode significar, para além do óbvio, digamos assim.
Não sei se a origem da frase - «baixar os braços» - com o
sentido daquele que desiste, vem desta passagem, mas faria todo o sentido que
assim fosse.
Deixando a “batalha”, o confronto violento, de lado,
podemos perceber que Deus assiste àqueles que persistem, que não desistem, que
n’Ele confiam e esperam, que pedem, mas que também fazem a parte que lhes
compete, ou seja, são activos, “levantam os braços”.
A liberdade que Deus dá a cada um, também nos pode levar
a desistir, a não querer acreditar, não querer confiar, não querer esperar, e
assim “baixamos os braços”, e Deus nada pode fazer, pois nunca interfere na
nossa liberdade, na liberdade que Ele mesmo deu a cada um.
Depois é curioso perceber que foi preciso que Aarão e
Hur, «um de cada lado», segurassem as mãos de Moisés, para que elas se mantivessem
levantadas, sem desistir, firmes no crer, no confiar, no esperar.
É que cada um de nós não é só, não está só, e é em
comunidade, em Igreja, com os outros, em oração e comunhão, que encontramos
Deus, e n’Ele a força para persistir, para crer, para confiar, para esperar.
Só assim, então, na comunhão em Deus, com os outros, em
Igreja, é que podemos “desbaratar” o mal que nos quer perder, que nos quer
fazer desistir, sobretudo nos momentos mais difíceis e complicados das nossas
vidas.
Marinha Grande, 17 de Outubro de 2016
joaquim mexia alves
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