IV.
O CELIBATO NA DISCIPLINA DAS IGREJAS ORIENTAIS
A questão do eremita Pafnucio.
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Recentemente, o estudioso alemão
Friedhelm Winckelmann investigou esse incidente e concluiu que ele foi
inventado, pois a referência à pessoa de Pafnucio apareceu mais tarde.
O nome dele só aparece em manuscritos
tardios das Actas do Concílio, e alguns textos do século IV apenas o conhecem
como confessor da fé. Posteriormente algumas lendas hagiográficas elevaram-no a
mestre e foi citado como Padre do Concílio de Nicéia.
Mas o argumento mais convincente contra
a autenticidade desse relato parece residir no facto de que precisamente a
Igreja Oriental que deveria ter o maior interesse nele, ou não tinha
conhecimento do mesmo, ou não o usou em nenhum documento oficial, por estar
convencida da sua falsidade.
E o mesmo pode ser deduzido do facto de
que não haja qualquer menção ou utilização sobre Pafnucio, tanto nos escritos
polémicos sobre o celibato dos ministros sagrados, como nos grandes
comentadores do Século XII – Aristeno, Zonaras, Balsamon – do Syntagma canonum
adauctum – ou seja, do códice maior de direito da Igreja Oriental, estabelecido
pelo Concílio Trullano de 691. Isso seria, de facto, mais fácil do que recorrer
à manipulação de textos históricos bem conhecidos, como veremos adiante.
(revisão da versão portuguesa por ama)
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