Este
demónio seculariza o anúncio da esperança cristã. Ora, esta se funda-se nas
promessas de Cristo: a ressurreição depois da morte, a vida eterna, a certeza do
seu amor e da sua graça nesta vida que tornam possível o ser humano ser santo
em qualquer circunstância, viver com dignidade e ser capaz de superar o mal
moral e a tentação em todas as suas formas. Esta é a esperança que
essencialmente alimenta o apostolado.
Neste
caso, a tentação consiste em transmitir uma mensagem de esperanças humanas em
detrimento da esperança cristã fundamental. O apóstolo prega e promove a
confiança em relação a um futuro social e político melhor, a superação de uma
enfermidade, de um problema humano ou da pobreza, ou promete ainda o êxito das
libertações que a humanidade busca nos dias de hoje… Entretanto, ainda que
estas esperanças humanas sejam legítimas e se deva lutar por elas, não estão
garantidas por Cristo para esta terra. Não sabemos com certeza se elas se
realizarão. Anunciá-las como esperança cristã seria enganar as pessoas e
reduzir o Evangelho a uma mensagem de libertações humanas legítimas ou de
otimismo no porvir, o que não é alheio ao apostolado, mas que não tem a certeza
da esperança cristã.
Reduzir
a esperança é esvaziar o anúncio da vocação do ser humano à vida eterna, à
santidade, à fé e á caridade como o motor e o valor supremo das libertações
humanas. É converter o apostolado em inspiração de expectativas humanas e de
empenho para um mundo melhor, coisas boas e que desafiam o cristianismo, mas
que não deveriam reduzir sua essência, que é a proclamação de Cristo como a
verdadeira esperança do ser humano.
Fonte:
presbíteros
(revisão
da versão portuguesa por ama)
Este
texto é um extracto do livro do teólogo chileno segundo
galilea, Tentación y
Discernimiento, Narcea, Madrid 1991, p. 29-67.
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