A instalação
O demónio
da instalação, às vezes com boas desculpas, corrói no apóstolo o espírito de
superação em todos os aspectos. É uma tentação que costuma chegar, ainda que
nem sempre, com o passar dos anos e a chegada da maturidade. Ela expressa-se no
facto do apóstolo ter encontrado o seu cantinho, o seu ritmo e o seu modo de
trabalhar, e de se ter arraigado nos seus critérios e ideias. Ele é consciente
de que o apostolado da Igreja avançou, que ele apresenta novos desafios e
exigências, mas não tem disposição para mudar e renovar-se. Aos mais jovens que
trabalham junto dele, deixa-os fazer, mas não se deixa questionar. Pode até
participar em reuniões e cursos de renovação, mas estes não têm influência
sobre ele. Tudo o que ele espera é que o deixem em paz, instalado na sua
pastoral que, além do mais, costuma realizar de forma irrepreensível. Apesar
disso, é possível até que ocupe altos cargos na Igreja.
Esta
tentação, que vai tomando conta lentamente e se torna inevitável quando o
apóstolo perde a espiritualidade do trabalho, costuma ir combinada com a instalação
nos seus próprios defeitos. Provavelmente nem se trata de algo realmente grave,
mas o dinamismo espiritual está estancado. Sob uma aparência exterior honesta,
há uma mediocridade interior. Desanimado, já não tem suficiente esperança e nem
confiança em Deus para melhorar e, tacitamente, já fez um pacto com os seus
defeitos e mediocridade que ele pensa, falsamente, que não pode ou não vale a
pena superar. “Eu sou assim mesmo…”.
Este
demónio induz a pensar, sobretudo depois de certa idade, que se tem o direito
de procurar compensações e de aburguesar-se. E, então, o apóstolo termina
contentando-se com as exigências mínimas.
Fonte:
presbíteros
(revisão
da versão portuguesa por ama)
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