Este
demónio transforma a evangelização em rotina e num dever, quando deveria ser a
principal fonte de alegria para a apóstolo. A alegria e a plenitude interior de
colaborar com a vinda do Reino de Deus e de trabalhar na vinha do Senhor devem
ser para o apóstolo uma experiência constante.
Esta
tentação está ilustrada precisamente na parábola dos operários contratados para
a vinha, em que alguns chegam cedo e outros mais tarde [1]. Os que tinham trabalhado o dia inteiro queixam-se de
que o seu salário é igual ao daqueles que haviam trabalhado só uma hora. Ora, o
que eles não tinham compreendido, é que o salário não era importante, nem era a
verdadeira gratificação pelo seu trabalho. O seu prémio e gratificação era o
próprio facto de terem dedicado o dia inteiro à vinha do Senhor, com a
satisfação e a alegria que isso lhes poderia ter ocasionado.
O
apóstolo que sucumbe a esta tentação fará de seu apostolado um trabalho a mais,
como outros, limitado pelo peso do dever e da rotina. Como os operários que
trabalharam o dia todo, trabalhará bem e com dedicação, mas perderá de vista o
sentido último do que faz: um trabalho para a eternidade, pelo qual Deus age
nele, para libertar a condição humana e semear vida de fé, de esperança e de
amor a Deus e aos outros, que é o Reino de Deus que se antecipa.
É
no apostolado que o apóstolo encontra a sua alegria e o sentido da sua vida. É
parte da sua alegria comprovar o bem que Deus faz através dele, e dar graças a
Deus, sem vanglória, porque Cristo o elegeu como seu instrumento livre e
responsável, para “dar fruto que permaneça” [2]. O que não dispensa o apóstolo de, sem perder a paz e
sua entrega alegre, também pedir perdão com humildade, pois devido às suas
falhas pessoais e falta de santidade, Deus não pôde fazer através dele todo o
bem que ele queria. Pedir perdão porque, por ele não ter sido melhor, muitos
não se tornaram melhores, nem se converteram e nem recuperaram a esperança.
O
gosto e a gratuidade por trabalhar na vinha do Senhor não deve fazer-nos
complacentes. Há muito que mudar e de que nos arrepender no apostolado. Pela
nossa falta de santidade, os seus frutos, reais pela graça de Deus, são, às
vezes, medíocres.
Fonte:
presbíteros
(revisão
da versão portuguesa por ama)
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