Falta-te vida interior, porque não
levas à oração as preocupações dos teus e o proselitismo; porque não te
esforças por ver claro, por fazer propósitos concretos e por cumpri-los; porque
não tens visão sobrenatural no estudo, no trabalho, nas tuas conversas, na tua
relação com os outros... – Que tal andas de presença de Deus, consequência e
manifestação da tua oração? (Sulco, 447)
Tenho muita pena sempre que sei que um
católico – um filho de Deus que, pelo Baptismo, é chamado a ser outro Cristo –
tranquiliza a consciência com uma simples piedade formalista, com uma religiosidade
que o leva a rezar de vez em quando (só se acha que lhe convém!); a assistir à
Santa Missa nos dias de preceito – e nem sequer em todos –, ao passo que se
preocupa pontualmente por acalmar o estômago, com refeições a horas fixas; a
ceder na fé, a trocá-la por um prato de lentilhas, desde que não renuncie à sua
posição... E depois, com descaramento ou com espalhafato, utiliza a etiqueta de
cristão para subir. Não! Não nos conformemos com as etiquetas: quero que sejam
cristãos de corpo inteiro, íntegros; e, para o conseguirem, têm que procurar
decididamente o alimento espiritual adequado.
Vocês sabem por experiência pessoal –
e têm-me ouvido repetir com frequência, para evitar desânimos – que a vida
interior consiste em começar e recomeçar todos os dias; e notam no vosso
coração, como eu noto no meu, que precisamos de lutar continuamente. Terão
observado no vosso exame – a mim acontece-me o mesmo: desculpem que faça
referências a mim próprio, mas enquanto falo convosco vou pensando com Nosso
Senhor nas necessidades da minha alma – que sofrem repetidamente pequenos
reveses, que às vezes parecem descomunais, porque revelam uma evidente falta de
amor, de entrega, de espírito de sacrifício, de delicadeza. Fomentem as ânsias
de reparação, com uma contrição sincera, mas não percam a paz.
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