…/2
No entanto, o facto é que as Cruzadas, no
fim das contas, não apenas não resolveram a situação dos cristãos na Terra
Santa como a pioraram, além de acarretarem, como toda guerra, uma série
inegável de abusos, covardias e degenerações em prol de interesses particulares
que nada tinham nem de religioso nem de humanitário.
O contexto, além do mais, era muito
diferente do actual. Se na época era compreensível a concepção de uma cruzada,
hoje temos uma noção mais completa do que implica uma resposta bélica e da necessidade
prévia de respostas não bélicas para que seja encarado o cerne das agressões, e
não apenas as suas concretizações externas.
A propósito: tem sido comum nas redes
sociais, entre os defensores da guerra imediata contra o Estado Islâmico, a
afirmação de que “foi graças às Cruzadas que a Europa se manteve cristã”. Na
realidade, as três batalhas decisivas que impediram o avanço islâmico na Europa
foram ou anteriores ou posteriores às Cruzadas: a de Poitiers, que barrou a
invasão da França de Carlos Martel pelo Califado de Córdoba em 732; a de
Lepanto, em que a Liga Santa derrotou a expansão mediterrânea do Império Otomano
em 1571; e a de Viena, em 1683, em que a coalizão polaco-austro-alemã venceu o
mesmo Império Otomano e reverteu sua expansão pela Europa do Leste.
(cont)
Fonte: ALETEIA
(Revisão da versão portuguesa por ama)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.