A missão do seu anjo da guarda não
termina quando você morre – e é maravilhoso descobrir o que ele ainda vai fazer
por si depois disso
O Catecismo da Igreja Católica,
referindo-se aos santos anjos, ensina que, “desde o início até a morte, a vida
humana está cercada de sua custódia e intercessão”. [i]
A partir disso, conclui-se que a
pessoa conta com a protecção e guarda do seu anjo mesmo no momento da sua
morte. Ou seja, os anjos não nos acompanham somente nesta vida, mas sua acção prolonga-se
até nossa morte, nossa passagem para a vida eterna.
Para entender a relação que une os
anjos às pessoas no momento de sua passagem à outra ida, é preciso compreender
que os anjos foram “enviados para todos aqueles que hão-de herdar a salvação” [ii].
Ou seja, a principal missão do anjo da
guarda é a salvação do ser humano, é fazer que a pessoa entre na vida de união
com Deus. E, nesta missão, encontra-se a assistência que o anjo dá às almas no
momento em que se apresentam diante de Deus.
Os Padres da Igreja destacam a
especial missão dos anjos de assistir as almas na hora da morte e protegê-las
dos últimos ataques dos demónios.
São Luís Gonzaga (1568-1591) ensina
que, no momento em que a alma abandona o corpo, esta é acompanhada e consolada
pelo seu anjo da guarda para que se apresente com confiança diante do tribunal
de Deus.
Segundo o santo, o anjo apresenta os
méritos de Cristo, para que neles se apoie a alma no momento do seu juízo
particular; e, uma vez pronunciada a sentença pelo Divino Juiz, se a alma é
enviada ao purgatório, esta recebe a visita frequente do seu anjo da guarda,
que a conforta e consola, levando-lhe as orações que foram feitas por ela e
garantindo-lhe a sua futura libertação.
A missão dos anjos da guarda continua
até levar a alma à união dom Deus.
No entanto, é necessário levar em
consideração que, depois da morte, nos espera um juízo particular, no qual a
alma, diante de Deus, pode escolher entre abrir-se ao amor de Deus ou rejeitar
definitivamente o seu amor e o seu perdão, renunciando assim, para sempre, à
comunhão alegre com ele [iii].
Se a alma decide entrar em comunhão
com Deus, seu anjo unir-se-á a ela para louvar eternamente o Deus Uno e Trino.
Se a alma precisa passar pelo
purgatório, o seu anjo intercederá por ela diante do trono de Deus e buscar
ajuda entre os homens na terra para levar orações ao seu protegido, ajudando-o
a sair do purgatório quanto antes.
As almas que decidem rejeitar
definitivamente o amor e o perdão de Deus, também rejeitam a amizade eterna do
seu anjo da guarda. Neste terrível evento, o anjo louva a justiça e santidade
divinas.
Em qualquer um dos três possíveis
cenários (céu, purgatório ou inferno), o santo anjo sempre se alegrará com o
juízo de Deus, pois ele une-se de maneira perfeita e total à vontade divina.
Nunca nos esqueçamos de que nós
podemos nos unir aos anjos dos nossos entes queridos já falecidos, para que
eles levem nossas orações diante do trono de Deus, para que o Senhor manifeste
sua misericórdia.
luis pérez
alcaide
(Revisão da versão portuguesa por ama)
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