Tentações
O núcleo de toda a tentação: remover Deus, o Qual, face a tudo o que na nossa vida se apresenta mais urgente, parece secundário. Pôr ordem no mundo sozinhos, sem Deus, contar apenas com as próprias capacidades, reconhecer como verdadeiras apenas as realidades políticas e materiais e deixar de lado Deus como uma ilusão, tal é a tentação que de múltiplas formas nos ameaça.
Faz parte da natureza da tentação a sua aparência moral: não nos
convida directamente a realizar o mal, seria demasiado grosseiro. Finge que
indica o melhor: abandonar finalmente as ilusões e empregar eficazmente as
nossas forças para melhorar o mundo. Além disso, apresenta-se com a pretensão
do verdadeiro realismo. O real é o que se constata: poder e pão. Comparadas com
isto, as coisas de Deus aparecem irreais, um mundo secundário de que
verdadeiramente não há necessidade.
(Cf. bento xvi, Jesus de Nazaré, Cap.
II.)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.