Temos sempre de pôr todos os meios na
procura do que necessitamos.
O Senhor não espera de nós nada que vá
além das nossas forças e das nossas capacidades. Mas espera que as utilizemos,
todas, com critério e sem desfalecimentos.
Jesus não é uma espécie de milagreiro
a quem recorremos nas aflições, nas dificuldades, resolvendo as coisas, ou concedendo
sem demora aquilo que pedimos.
É verdade que Deus é infinitamente
bondoso, mas também é infinitamente justo.
A Sua justiça pede portanto um empenhamento
pessoal, dedicado e completo.
Atrever-me-ia a dizer que, muitas
vezes, o Senhor concede a graça que pedimos, não pela graça em si, pelo bem em
que ela consiste, mas movido pelo esforço, empenho e persistência que pusemos
da nossa parte em conquistá-la.
O contrário será, talvez, uma espécie
de tentação a Deus, apresentar-nos assim, miserandos, aflitos e até chorosos,
ante o Senhor, pedindo-lhe que nos conceda isto ou aquilo.Com Deus não se fazem
chantagens ou exercem pressões, ou se fazem negócios do género: se me
concederes isto eu, faço aquilo.
(A.M.A., Palestras sobre os
Evangelhos, Minho, Fevereiro de 1991, (Ref. Mc 5 21-43)
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