Mas,
Senhor, desço de onde?
Da
árvore a que subiste!
Mas
eu estou com os pés na terra, não estou em cima de nenhuma árvore!
Tens
a certeza? Tenho que te explicar tudo? Não queres pensar um pouco?
Bem,
Senhor, eu acho que já não preciso subir à árvore para Te ver. Já Te vejo bem
na minha vida.
Pois
Eu digo-te que estás em cima de uma árvore e assim não Me podes ver, como Eu
gostaria que me visses.
Bem,
Senhor, pões-me a pensar de que cimo de árvore Te verei eu.
Então
pensa bem, (com a ajuda do Espírito Santo que te dou), e depois «desce
depressa, pois hoje tenho de ficar em tua casa.»
É
verdade, Senhor, afinal estou em cima de uma árvore e não Te consigo ver bem!
Está a imagem um pouco desfocada, não consigo alcançar todo o teu amor, toda a
tua vontade.
Então
e porquê, Joaquim?
Oh,
Senhor, porque estes ramos me tapam a vista, aliás, percebo agora que esta
ramagem me prende e não me deixa descer ao teu encontro.
Olha
bem para esses ramos, analisa-os, e depois perceberás o que precisas fazer para
deles te libertares.
Reconheço
agora, Senhor, um ramo de orgulho, ali ao lado um outro ramo de vaidade, ainda
outro de autoconvencimento, mais um de ânsia de protagonismo, ai, Senhor, e um
ramo de crítica e maldizer que me agarra com tanta força que não me deixa
mover.
Percebes
agora em que árvore te encontras, que não te deixa ver-me como Eu quero que me
vejas, e não te deixa descer ao meu encontro?
Percebo,
Senhor, percebo! E agora, como faço para me libertar desta árvore em que me
encontro?
Dar-te-ei
o que precisas: Toma o meu amor, para que ames sem orgulho, toma a minha
simplicidade, para que te sintas igual aos outros, toma o meu discernimento,
para que saibas que tudo o que tens te vem de mim, toma a bacia em que lavei os
pés dos meus Apóstolos, e serve-te dela para servires os outros, toma a minha
humildade, para que vejas em ti primeiro todos os defeitos e ao rezares por
eles, rezes também pelos dos outros.
Oh,
Senhor, começam a desprender-se os ramos deixando-me descer da árvore para ir
ao teu encontro! Mas alguns ainda vêm muito agarrados a mim.
Não
te preocupes! «Desce depressa, pois hoje tenho de ficar em tua casa», e se nela
me deixares fazer morada, todos esses ramos serão queimados no fogo que arde
sem consumir.
Obrigado,
Senhor, obrigado. Que a minha vida seja a tua morada para sempre.
Marinha
Grande, 18 de Novembro de 2014
Joaquim
Mexia Alves
.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.