Art.
4 – Se a graça é maior em um que em outro.
O quarto discute-se assim. – Parece que a
graça não é maior num que em outro.
1. – Pois a graça é causada em nós
pelo amor divino, como já se disse. Ora, a Escritura diz: Ele fez ao pequeno e
ao grande e tem igualmente cuidado de todos. Logo, todos recebem a graça
igualmente, de Deus.
2. Demais. – O grau supremo não é
susceptível de mais nem de menos. Ora, a graça está no grau supremo, pois conduz
ao fim último. Logo, não é susceptível de mais nem de menos, e portanto não é
maior em um que em outro.
3. Demais. – A graça é a vida da alma,
como já se disse. Ora, a vida não é susceptível de mais e de menos. Logo, nem a
graça.
Mas, em contrário, diz a Escritura: a
cada um de nós foi dada a graça, segundo a medida do dom de Cristo. Ora, o que
é dado com medida não o é igualmente a todos. Logo, em todos há graça igual.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJECÇÃO.
– O cuidado divino pode ser tomado em duplo sentido. – Primeiro, como o próprio
acto divino, simples e uniforme. E assim, aplica-se igualmente a todos, porque
por um acto simples dispensa os dons maiores e os menores. – De outro modo,
pode ser considerado relativamente ao que as criaturas dele recebem, e daí as
desigualdades. Pois, Deus, cuidando das criaturas, dá maiores dons a umas que a
outras.
RESPOSTA À SEGUNDA. – A objecção procede
quanto ao primeiro modo da grandeza da graça. Pois ela não pode ser maior por
nos ordenar para um bem maior, mas porque nos ordena mais ou menos, a
participar, mais ou menos, do mesmo bem. Porquanto o sujeito pode participar,
mais intensa ou remissamente, da graça mesma, ou da glória final.
RESPOSTA À TERCEIRA. – A vida natural,
constituindo a substancia própri do homem, não é suscetível de mais nem de
menos. Ao passo que, da vida da graça o homem participa acidentalmente, e portanto
pode tê-la mais ou menos.
Nota:
Revisão da versão portuguesa por ama.
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