Vd Santos (nesta pag.)
Evangelho:
Mt 12, 46-50
46 Estando Ele ainda a falar ao povo, eis que Sua
mãe e Seus irmãos se achavam fora, desejando falar-Lhe. 47 Alguém
disse-Lhe: «Tua mãe e Teus irmãos estão ali fora e desejam falar-Te». 48
Ele, porém, respondeu ao que falava: «Quem é a Minha mãe e quem são os Meus
irmãos?» 49 E, estendendo a mão para os Seus discípulos, disse: «Eis
Minha mãe e Meus irmãos. 50 Porque todo aquele que fizer a vontade
de Meu Pai que está nos céus, esse é Meu irmão e Minha irmã e Minha mãe».
Comentário:
Eis mais uma
resposta de Jesus algo desconcertante.
Das três vezes
quis os Evangelhos relatam uma intervenção directa da Virgem as situe de Jesus podem
surpreender-nos.
A primeira em Jerusalém: «porque me procuráveis»,
Depois em Caná: «o que temos nos com isso».
E, agora...
Como se as
relações de Jesus com Sua Mãe fossem frias, distantes, sem amor.
A importância
das relações entre mãe e filho ficam como que num segundo plano em relação às
relações do homem com Deus que estão sempre em primeiro lugar e uma não colide
com a outra, bem ao contrário o amor de mãe, diz Jesus, é semelhante ao amor
que devemos a Deus.
(ama,
comentário sobre Mt 12, 46-50, 2013.05.13)
CONSTITUIÇÃO CONCILIAR
SACROSANCTUM CONCILIUM
SOBRE A SAGRADA LITURGIA
CAPÍTULO I
PRINCÍPIOS GERAIS EM ORDEM
À REFORMA E INCREMENTO DA LITURGIA
III - REFORMA DA SAGRADA LITURGIA
A
língua litúrgica: traduções
36.
§ 1. Deve conservar-se o uso do latim nos ritos latinos, salvo o direito
particular.
§
2. Dado, porém, que não raramente o uso da língua vulgar pode revestir-se de
grande utilidade para o povo, quer na administração dos sacramentos, quer em
outras partes da Liturgia, poderá conceder-se à língua vernácula lugar mais
amplo, especialmente nas leituras e admonições, em algumas orações e cantos,
segundo as normas estabelecidas para cada caso nos capítulos seguintes.
§
3. Observando estas normas, pertence à competente autoridade eclesiástica
territorial, a que se refere o artigo 22 § 2, consultados, se for o caso, os
Bispos das regiões limítrofes da mesma língua, decidir acerca do uso e extensão
da língua vernácula. Tais decisões deverão ser aprovadas ou confirmadas pela Sé
Apostólica.
§
4. A tradução do texto latino em língua vulgar para uso na Liturgia, deve ser
aprovada pela autoridade eclesiástica territorial competente, acima mencionada.
D.
Normas para a adaptação da Liturgia à índole e tradições dos povos
A
adaptação da Igreja
37.
Não é desejo da Igreja impor, nem mesmo na Liturgia, a não ser quando está em
causa a fé e o bem de toda a comunidade, uma forma única e rígida, mas
respeitar e procurar desenvolver as qualidades e dotes de espírito das várias
raças e povos. A Igreja considera com benevolência tudo o que nos seus costumes
não está indissoluvelmente ligado a superstições e erros, e, quando é possível,
mantem-no inalterável, por vezes chega a aceitá-lo na Liturgia, se se harmoniza
com o verdadeiro e autêntico espírito litúrgico.
Aplicação
à Liturgia
38.
Mantendo-se substancialmente a unidade do rito romano, dê-se possibilidade às
legítimas diversidades e adaptações aos vários grupos étnicos, regiões e povos,
sobretudo nas Missões, de se afirmarem, até na revisão dos livros litúrgicos;
tenha-se isto oportunamente diante dos olhos ao estruturar os ritos e ao
preparar as rubricas.
A
autoridade competente
39.
Será da atribuição da competente autoridade eclesiástica territorial, de que
fala o art. 22 § 2, determinar as várias adaptações a fazer, especialmente no
que se refere à administração dos sacramentos, aos sacramentais, às procissões,
à língua litúrgica, à música sacra e às artes, dentro dos limites estabelecidos
nas edições típicas dos livros litúrgicos e sempre segundo as normas
fundamentais desta Constituição.
Casos
especiais
40.
Mas como em alguns lugares e circunstâncias é urgente fazer uma adaptação mais
profunda da Liturgia, que é, por isso, mais difícil:
1)
Deve a competente autoridade eclesiástica territorial, a que se refere o art.
22 § 2, considerar com muita prudência e atenção o que, neste aspecto, das
tradições e génio de cada povo, poderá oportunamente ser aceite na Liturgia.
Proponham-se à Sé Apostólica as adaptações julgadas úteis ou necessárias, para
serem introduzidas com o seu consentimento.
2)
Para se fazer a adaptação com a devida cautela, a Sé Apostólica poderá dar, se
for necessário, à mesma autoridade eclesiástica territorial a faculdade de
permitir e dirigir as experiências prévias que forem precisas, em alguns grupos
que sejam aptos para isso e por um tempo determinado.
3)
Como as leis litúrgicas criam em geral dificuldades especiais quanto à
adaptação, sobretudo nas Missões, haja, para a sua elaboração, pessoas
competentes na matéria de que se trata.
IV - PROMOÇÃO DA VIDA
LITÚRGICA NA DIOCESE E NA PARÓQUIA
O
Bispo, centro de unidade de vida na diocese
41.
O Bispo deve ser considerado como o sumo-sacerdote do seu rebanho, de quem
deriva e depende, de algum modo, a vida de seus fiéis em Cristo.
Por
isso, todos devem dar a maior importância à vida litúrgica da diocese que
gravita em redor do Bispo, sobretudo na igreja catedral, convencidos de que a
principal manifestação da Igreja se faz numa participação perfeita e activa de
todo o Povo santo de Deus na mesma celebração litúrgica, especialmente na mesma
Eucaristia, numa única oração, ao redor do único altar a que preside o Bispo
rodeado pelo presbitério e pelos ministros (35).
O
pároco seu representante
42.
Impossibilitado como está o Bispo de presidir pessoalmente sempre e em toda a
diocese a todo o seu rebanho, vê-se na necessidade de reunir os fiéis em grupos
vários, entre os quais têm lugar proeminente as paróquias, constituídas
localmente sob a presidência dum pastor que faz as vezes do Bispo. As paróquias
representam, de algum modo, a Igreja visível estabelecida em todo o mundo.
Por
consequência, deve cultivar-se no espírito e no modo de agir dos fiéis e dos
sacerdotes a vida litúrgica da paróquia e a sua relação com ó Bispo, e
trabalhar para que floresça o sentido da comunidade paroquial, especialmente na
celebração comunitária da missa dominical.
V - INCREMENTO DA ACÇÃO
PASTORAL LITÚRGICA
Sinal
providencial
43.
O interesse pelo incremento e renovação da Liturgia é justamente considerado
como um sinal dos desígnios providenciais de Deus sobre o nosso tempo, como uma
passagem do Espírito Santo pela sua Igreja, e imprime uma nota distintiva à
própria vida da Igreja, a todo o modo religioso de sentir e de agir do nosso
tempo.
Em
ordem a desenvolver cada vez mais na Igreja esta acção pastoral litúrgica, o
sagrado Concílio determina:
Comissões
de Liturgia, música e arte sacra
44.
Convém que a autoridade eclesiástica territorial competente, a que se refere o
art. 22 § 2, crie uma Comissão litúrgica, que deve servir-se da ajuda de
especialistas em liturgia, música, arte sacra e pastoral. A Comissão deverá
contar, se possível, com o auxílio dum Instituto de Liturgia Pastoral, de cujos
membros não se excluirão leigos particularmente competentes, se for necessário.
Será atribuição da dita Comissão dirigir, guiada pela autoridade eclesiástica
territorial, a pastoral litúrgica no território da sua competência, promover os
estudos e as experiências necessárias sempre que se trate de adaptações a
propor à Santa Sé.
45.
Crie-se igualmente em cada diocese a Comissão litúrgica, em ordem a promover,
sob a direcção do Bispo, a pastoral litúrgica. Poderá suceder que seja oportuno
que várias dioceses formem uma só Comissão para promover em conjunto o
apostolado litúrgico.
46.
Criem-se em cada diocese, se possível, além da Comissão litúrgica, Comissões de
música sacra e de arte sacra.
É
necessário que estas três Comissões trabalhem em conjunto, e não raro poderá
ser oportuno que formem uma só Comissão.
CAPÍTULO II
O SAGRADO MISTÉRIO DA
EUCARISTIA
Instituição
e natureza
47.
O nosso Salvador instituiu na última Ceia, na noite em que foi entregue, o
Sacrifício eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue para perpetuar pelo
decorrer dos séculos, até Ele voltar, o Sacrifício da cruz, confiando à Igreja,
sua esposa amada, o memorial da sua morte e ressurreição: sacramento de
piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade (36), banquete pascal em que se
recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é concedido o penhor da glória
futura (37).
A
participação dos fiéis
48.
É por isso que a Igreja procura, solícita e cuidadosa, que os cristãos não
entrem neste mistério de fé como estranhos ou espectadores mudos, mas
participem na acção sagrada, consciente, activa e piedosamente, por meio duma
boa compreensão dos ritos e orações; sejam instruídos pela palavra de Deus;
alimentem-se à mesa do Corpo do Senhor; deem graças a Deus; aprendam a oferecer-se
a si mesmos, ao oferecer juntamente com o sacerdote, que não só pelas mãos
dele, a hóstia imaculada; que, dia após dia, por Cristo mediador (38),
progridam na unidade com Deus e entre si, para que finalmente Deus seja tudo em
todos.
Revisão
dos textos com mais leituras bíblicas
49.
Para que o Sacrifício da missa alcance plena eficácia pastoral, mesmo quanto ao
seu rito, o sagrado Concílio, tendo em atenção as missas que se celebram com
assistência do povo, sobretudo aos domingos e nas festas de preceito, determina
o seguinte:
50.
O Ordinário da missa deve ser revisto, de modo que se manifeste mais claramente
a estrutura de cada uma das suas partes bem como a sua mútua conexão, para
facilitar uma participação piedosa e activa dos fiéis. Que os ritos se
simplifiquem, bem respeitados na sua estrutura essencial; sejam omitidos todos
os que, com o andar do tempo, se duplicaram ou menos ùtilmente se
acrescentaram; restaurem-se, porém, se parecer oportuno ou necessário e segundo
a antiga tradição dos Santos Padres, alguns que desapareceram com o tempo.
51.
Prepare-se para os fiéis, com maior abundância, a mesa da Palavra de Deus:
abram-se mais largamente os tesouros da Bíblia, de modo que, dentro de um
período de tempo estabelecido, sejam lidas ao povo as partes mais importantes
da Sagrada Escritura.
Homilia
e oração dos fiéis
52.
A homilia, que é a exposição dos mistérios da fé e das normas da vida cristã no
decurso do ano litúrgico e a partir do texto sagrado, é muito para recomendar,
como parte da própria Liturgia; não deve omitir-se, sem motivo grave, nas
missas dos domingos e festas de preceito, concorridas pelo povo.
53.
Deve restaurar-se, especialmente nos domingos e festas de preceito, a «oração
comum» ou «oração dos fiéis», recitada após o Evangelho e a homilia, para que,
com a participação do povo, se façam preces pela santa Igreja, pelos que nos
governam, por aqueles a quem a necessidade oprime, por todos os homens e pela
salvação de todo o mundo (39).
Língua
54.
A língua vernácula pode dar-se, nas missas celebradas com o povo, um lugar
conveniente, sobretudo nas leituras e na «oração comum» e, segundo as diversas
circunstâncias dos lugares, nas partes que pertencem ao povo, conforme o
estabelecido no art. 36 desta Constituição.
Tomem-se
providências para que os fiéis possam rezar ou cantar, mesmo em latim, as
partes do Ordinário da missa que lhes competem.
Se
algures parecer oportuno um uso mais amplo do vernáculo na missa, observe-se o
que fica determinado no art. 40 desta Constituição.
Comunhão
dos fiéis
55.
Recomenda-se vivamente um modo mais perfeito de participação na missa, que
consiste em que os fiéis, depois da comunhão do sacerdote, recebam do mesmo
Sacrifício, o Corpo do Senhor.
A
comunhão sob as duas espécies, firmes os princípios dogmáticos estabelecidos
pelo Concílio de Trento (40), pode ser permitida, quer aos clérigos e
religiosos, quer aos leigos, nos casos a determinar pela Santa Sé e ao arbítrio
do Bispo, como seria o caso dos recém-ordenados na missa da ordenação, dos
professos na missa da sua profissão religiosa, dos neófitos na missa
pós-baptismal.
Unidade
da liturgia da palavra e da liturgia eucarística
56.
Estão tão intimamente ligadas entre si as duas partes de que se compõe, de
algum modo, a missa - a liturgia da Palavra e a liturgia eucarística - que
formam um só acto de culto. Por isso, o sagrado Concilio exorta com veemência
os pastores de almas a instruírem bem os fiéis, na catequese, sobre o dever de
ouvir a missa inteira, especialmente nos domingos e festas de preceito.
____________________________________
Notas:
35.
Cfr. S. Inácio de Antioquia, Ad Magn. 7; Ad Philad. 4; Ad Smyrn. 8: ed. cit. F.
X. Funk, I, pp 336, 266, 281.
36.
Cfr. S. Agostinho. In Joannis Evang. tractatus XXVI, cap. VI, n.° 13: PL 35,
1613.
37.
Breviário Romano, na festa do Corpo de Deus: Antífona do Magnificat em 2ªs
Vésperas.
38.
Cfr. S. Cirilo de Alexandria, Commentarium in Joannis Evangelium, livro XI,
cap. XI-XII: PG 74, 557-565.
39. Cfr. 1 Tim. 2, 1-2.
40.
Sessão XXI, Doctrina de Communione sub utraque specie et parvulorum, e. 1-3,
cân. 1-3: Concilium Trident. ed. cit., t. VIII, pp. 698-699
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