28/04/2014

Vidas de Santos

São Luís Maria Grignion de Monfort, presbítero

Nota Histórica
         
Luís Maria Grignion nasceu em Monfort, na região da Bretanha, e foi ordenado sacerdote em Paris. Nomeado missionário apostólico pelo papa Clemente XI, percorreu as regiões ocidentais de França, anunciando a Sabedoria eterna, Cristo encarnado e crucificado, e ensinando o caminho da santidade por Maria a Jesus. Para a sua obra missionária fundou várias associações religiosas de Sacerdotes, de Irmãos e, com a colaboração da bem- aventurada Maria Luísa Trichet (Maria Luísa de Jesus), associações de Irmãs. Morreu na cidade de Saint-Laurent-sur-Sèvre, diocese de Luçon, a 28 de Abril de 1716, deixando muitos escritos, principalmente sobre espiritualidade mariana.

Totus tuus

Toda a nossa perfeição consiste em sermos conformes a Jesus Cristo, em nos unirmos e consagrarmos a Ele. A mais perfeita de todas as devoções é sem dúvida aquela que nos conforma, nos une e consagra mais perfeitamente a Jesus Cristo. Ora, porque Maria é, entre todas as criaturas, a mais conforme a Jesus Cristo, conclui-se que, entre todas as devoções, a que melhor consagra e conforma uma alma a Nosso Senhor é a devoção à Santíssima Virgem, sua santa Mãe. E quanto mais uma alma for consagrada a Maria, mais o será a Jesus Cristo.
É por isso que a perfeita consagração a Jesus Cristo não é mais que uma perfeita e total consagração de si mesmo à Santíssima Virgem; esta é a devoção que eu ensino.
Esta forma de devoção pode chamar-se, com toda a propriedade, a perfeita renovação dos votos e promessas do santo Baptismo, porque nela o cristão dá-se totalmente à Santíssima Virgem, para que, por Maria, pertença todo a Cristo.
Assim, a consagração é feita ao mesmo tempo à Santíssima Virgem e a Jesus Cristo: à Virgem Santa Maria, como o modo perfeito que Jesus Cristo escolheu para Se unir a nós e nos unir a Ele; e a Nosso Senhor Jesus Cristo, como nosso fim último, a quem devemos tudo o que somos, porque é o nosso Redentor e o nosso Deus.
Além disso, devemos considerar que todo o homem, quando é baptizado, renuncia solenemente, pela sua própria boca ou pela do seu padrinho e madrinha, a Satanás e às suas tentações e obras, e toma Jesus Cristo como seu Mestre e soberano Senhor, a fim de depender d’Ele na qualidade de escravo de amor. É o que realmente se faz nesta devoção: o cristão renuncia ao demónio, ao mundo, ao pecado e a si mesmo, e consagra-se totalmente a Jesus Cristo pelas mãos de Maria.
No Baptismo não nos damos a Jesus Cristo pelas mãos de Maria, pelo menos de maneira expressa, e não damos a Jesus Cristo o valor das nossas boas obras. Ficamos, depois do Baptismo, com plena liberdade de aplicar esse valor a quem quisermos ou de o reservar para nós mesmos. Mas, por esta devoção, damo-nos expressamente a Nosso Senhor pelas mãos de Maria e consagramos-Lhe o valor de todas as nossas acções.

(Do Tratado «A verdadeira devoção à Santíssima Virgem», de São Luís Maria Grignion de Monfort, nn. 120.121.125-126: Oeuvres complètes, Seuil, Paris 1966, pp. 562-563.566-567)

(SNL)


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