Nota
Histórica
Nasceu
em Cuet (França) no ano 1803. Ordenado sacerdote, exerceu o ministério pastoral
por algum tempo. Depois entrou na Sociedade de Maria (Maristas) e partiu como
missionário para a Oceânia. Apesar de dificuldades de toda a espécie, conseguiu
converter alguns pagãos, o que provocou o ódio dos sicários que lhe deram a
morte na ilha Futuna em 1841.
Elogio
de São Pedro Chanel, presbítero e mártir
O
sangue dos mártires é semente de cristãos
Pedro,
logo que abraçou a vida religiosa na Sociedade de Maria, foi mandado a seu
pedido para as missões da Oceânia e aportou à ilha de Futuna no Oceano
Pacífico, onde ainda não tinha sido anunciado o nome de Cristo. Um religioso
leigo que sempre o acompanhou assim descreve a sua vida missionário:
«Depois
dos seus trabalhos, voltava a casa abrasado pelo ardor do sol, muitas vezes
enfraquecido pela fome, banhado em suor e morto de cansaço, mas sempre animado,
ágil e satisfeito, como se regressasse dum lugar de delícias; isto não uma vez,
mas quase todos os dias.
Não
costumava negar coisa alguma aos habitantes de Futuna, nem sequer aos que o
perseguiam. Sempre os desculpava e nunca os repelia, por mais rudes e incómodos
que fossem. Tratava a todos com extraordinária amabilidade, que manifestava de
muitos modos, sem exceptuar ninguém».
Não
é pois de admirar que os indígenas chamassem «homem de grande coração» àquele
que algumas vezes dissera a seus irmãos em religião: «Em missão tão difícil bem
preciso é que sejamos santos».
Pouco
a pouco foi anunciando o Evangelho de Cristo, mas pouco fruto conseguia. Apesar
disso, continuava com invencível constância o seu trabalho missionário, ao
mesmo tempo humanitário e religioso, confiando no exemplo e nas palavras de
Cristo: Um é o que semeia e outro o que ceifa. E pedia com insistência o
auxílio da Mãe de Deus, por quem tinha particular devoção.
A
sua pregação da religião cristã destruiu o culto dos maus espíritos, que os
notáveis de Futuna fomentavam para conservar o povo sob o seu domínio. Foi esta
a razão que os levou a assassiná-lo cruelmente com a esperança de fazerem
desaparecer, com esta morte, as sementes da religião cristã, que Pedro tinha
lançado à terra.
Mas
ele próprio dissera na véspera do martírio: «Nada importa que eu morra; o
cristianismo está tão arraigado nesta ilha, que não será arrancado com a minha
morte».
O
sangue do mártir frutificou primeiramente nos habitantes de Futuna, que, poucos
anos mais tarde, abraçaram todos a fé de Cristo; mas frutificou também nas
outras ilhas da Oceânia, onde existem agora Igrejas cristãs muito florescentes,
que têm e invocam a Pedro como seu primeiro mártir.
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