Nota
Histórica
Nasceu
em Szczepanowski (Polónia) cerca do ano 1030 e estudou em Paris. Foi ordenado
sacerdote e sucedeu a Lamberto no episcopado de Cracóvia, no ano de 1071.
Governou a sua Igreja como bom pastor, socorreu os pobres, visitou todos os
anos o seu clero. O rei Boleslau, a quem tinha censurado, mandou-o matar em
1097.
Combatendo
o bom combate da fé
Enquanto
combatemos o bom combate da fé, Deus, os seus Anjos e o próprio Cristo nos
contemplam. Como é sublime a glória e magnífica a ventura de lutar na presença
de Deus e sermos coroados por Cristo Juiz!
Revestidos
de coragem e fortaleza, irmãos caríssimos, preparemo-nos para a luta com pureza
do espírito, fé inquebrantável e generosa confiança. Avance o exército de Deus
para a batalha que se nos declara.
O
santo Apóstolo nos indica como nos devemos armar e preparar: Cingidos os rins
com o cinturão da verdade, revestidos com a couraça da justiça, de pés calçados
com o zelo de anunciar o Evangelho da paz, embraçando o escudo da fé para
apagar todos os dardos inflamados do Maligno e tomando o capacete da salvação e
a espada do Espírito que é a Palavra de Deus.
Estas
são as armas que devemos tomar, estas as defesas espirituais e celestes com que
havemos de nos proteger, para podermos resistir e vencer os assaltos do demónio
no dia da prova.
Revistamo-nos
com a couraça da justiça, para que o nosso peito fique protegido e seguro contra
os dardos do inimigo.
Estejam
os nossos pés calçados e armados com a doutrina evangélica, para que, ao
pisarmos e esmagarmos a serpente, não sejamos mordidos nem vencidos.
Embracemos
fortemente o escudo da fé, para que nele se extingam as setas inflamadas do
inimigo.
Tomemos
também o capacete espiritual da salvação para proteger a nossa cabeça: os
ouvidos, para não ouvirem os anúncios funestos; os olhos, para não verem as
imagens detestáveis; a fronte, para conservar incólume o sinal de Deus; a boca,
para confessar vitoriosamente a Cristo, o Senhor.
Armemos
finalmente a nossa mão direita com a espada espiritual, para rejeitar com
energia os sacrifícios funestos e, lembrando-nos da Eucaristia, tomemos o Corpo
do Senhor e vivamos em união com Ele, esperando receber mais tarde das mãos do
Senhor o prémio das coroas celestes.
Fiquem
estes pensamentos, irmãos caríssimos, bem gravados nos vossos corações. Se o
dia da perseguição nos encontrar nestes pensamentos e meditações, o soldado de
Cristo, instruído pelas suas ordens e conselhos, não temerá o combate e estará
pronto para a coroa.
Das
Cartas de São Cipriano, bispo e mártir, Ep. 58, 8-9.11: CSEL 3, 663-666, Sec.
III)
(SNL)
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