Nota
Histórica
Nos
desígnios de Deus, José foi o homem escolhido para ser o pai adoptivo de Jesus.
É no seio da sua família modestíssima que se realiza, com efeito, o Ministério
da Incarnação do Verbo. Intimamente unido à Virgem-Mãe e ao Salvador, José
situa-se num plano muito superior ao dos mais profundos místicos: amando Jesus,
amava o Seu Deus; toda a ternura respeitosa, com que envolvia Maria, dirigia-se
à Imaculada Mãe de Deus.
Figura
perfeita do «justo» do Antigo Testamento, homem de uma fé a toda a prova, no
cumprimento da sua missão, mostrará sempre uma disponibilidade total, mesmo nos
acontecimentos mais desconcertantes.
Protector
providencial de Cristo, continua a sê-lo do Seu Corpo Místico. O exemplo da sua
vida é sempre actual para todos quantos querem situar a sua vida no âmbito dos
desígnios de salvação do Senhor.
(SNL)
Guarda
fiel e providente
É
esta a regra geral de todas as graças singulares concedidas a qualquer criatura
racional: quando a divina providência escolhe alguém para uma graça singular ou
para um estado elevado, concede à pessoa assim eleita todos os carismas que são
necessários ao seu ministério.
Isto
verificou-se de forma eminente em São José, pai putativo do Senhor Jesus Cristo
e verdadeiro esposo da Rainha do mundo e Senhora dos Anjos, que foi escolhido
pelo Eterno Pai para guarda fiel e providente dos seus maiores tesouros: o
Filho de Deus e a Virgem Maria. E fidelissimamente desempenhou este ofício; por
isso lhe disse o Senhor: Servo bom e fiel, entra na alegria do teu Senhor.
Consideremos
São José diante de toda a Igreja de Cristo: não é acaso ele o homem eleito e
singular, por meio do qual e sob o qual, de modo ordenado e honesto, se
realizou a entrada de Cristo no mundo? Se portanto toda a Santa Igreja é
devedora à Virgem Mãe, porque por meio dela recebeu Cristo, assim também, logo
a seguir a ela, deve a São José uma singular gratidão e reverência,
Ele
é na verdade o termo da Antiga Aliança, nele a dignidade dos Patriarcas e dos
Profetas alcança o fruto prometido. Ele é o único que realmente alcançou aquilo
que a divina condescendência lhes tinha prometido.
E
não devemos duvidar que a intimidade, a reverência e a sublime dignidade que
Cristo lhe tributou, enquanto procedeu na terra como filho para com seu pai,
decerto também lha não negou no Céu, mas antes a completou e consumou.
Por
isso não é sem motivo que o Senhor lhe diz: Entra na alegria do teu Senhor. De
facto, apesar de ser a alegria da bem-aventurança eterna que entra no coração
do homem, o Senhor prefere dizer-lhe: Entra na alegria, para insinuar
misteriosamente que a alegria não está só dentro dele, mas o circunda de todos
os lados e o absorve e submerge como abismo sem fim.
Lembrai-vos
de nós, São José, e intercedei com as vossas orações junto do vosso Filho;
tornai-nos também propícia a Virgem vossa Esposa, que é a Mãe d’Aquele que vive
e reina com o Pai e o Espírito Santo pelos séculos sem fim, Ámen.
(são bernardino de sena, Serm. 2, de S.
Ioseph: Opera 7, 16.27-30) (Sec. XV)
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