A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A.
O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
Para ver, clicar SFF.
21
Entretanto, o povo esperava Zacarias e admirava-se de ver que ele se demorava
tanto no templo. 22 Quando saiu, não lhes podia falar, e
compreenderam que tinha tido alguma visão no templo, o que lhes dava a entender
por acenos; e ficou mudo. 23 Aconteceu que, depois de terem acabado
os dias do seu ministério, retirou-se para a sua casa. 24 Alguns
dias depois, Isabel, sua mulher, concebeu, e durante cinco meses esteve
escondida, dizendo: 25 «Isto é uma graça que me fez o Senhor nos
dias em que me olhou para tirar o meu opróbrio de entre os homens». 26
Estando Isabel no sexto mês, foi enviado por Deus o anjo Gabriel a uma cidade
da Galileia, chamada Nazaré, 27 a uma virgem desposada com um varão
chamado José, da casa de David; o nome da virgem era Maria. 28
Entrando o anjo onde ela estava, disse-lhe: «Salve, ó cheia de graça; o Senhor
é contigo». 29 Ela, ao ouvir estas palavras, perturbou-se e
discorria pensativa que saudação seria esta.30 O anjo disse-lhe:
«Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus; 31 eis que
conceberás no teu ventre, e darás à luz um filho, a Quem porás o nome de Jesus.
32 Será grande e será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus
Lhe dará o trono de Seu pai David; 33 reinará sobre a casa de Jacob
eternamente e o Seu reino não terá fim». 34 Maria disse ao anjo:
«Como se fará isso, pois eu não conheço homem?». 35 O anjo
respondeu-lhe: «O Espírito Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te
cobrirá com a Sua sombra; por isso mesmo o Santo que há-de nascer de ti será
chamado Filho de Deus. 36 Eis que também Isabel, tua parenta,
concebeu um filho na sua velhice; e este é o sexto mês da que se dizia estéril;
37 porque a Deus nada é impossível». 38 Então Maria
disse: «Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra». E
o anjo afastou-se dela.
JESUS CRISTO NOSSO SALVADOR
Iniciação à Cristologia
5. A Ascensão de Jesus aos céus
A ascensão constitui o termo dos mistérios
de Jesus na terra e que tiveram início na Encarnação:
o que
«saiu do Pai» agora «volta» ao Pai (Cf. Jo 16,28); 3,13).
Com a
Ascensão conclui-se o mistério pascal da sua Morte e Ressurreição, conclui a
«passagem» deste mundo ao Pai.
a) A Ascensão do Senhor à direita de Deus Pai,
acontecimento ao mesmo tempo histórico e transcendente.
Segundo São Lucas, Jesus enquanto lhes dava
a bênção «elevou-se na presença deles, e uma nuvem ocultou-o aos seus olhos»
(Act 1,9).
E segundo
São Marcos, «o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi elevado ao céu e
sentou-se à direita de Deus» (Mc 16,19).
Nestes textos há que considerar dois
aspectos:
Em
primeiro lugar, «a elevação» que corresponde à experiencia sensível dos
apóstolos com a qual Cristo desaparece dos seus olhos.
Em
segundo aspecto, mais importante, é o significado por essa elevação: Cristo
homem entra na glória de Deus invisível[1]
e è exaltado acima de toda a criação.
O termo da Ascensão de Cristo, como nos diz
a Escritura, é a direita de Deus Pai no céu, o qual é um modo metafórico de
dizer.
Por
«direita do Pai» entendemos a glória e a honra da divindade[2];
e por «estar sentado» entendemos que essa glória e poder – a posse do seu Reino
– correspondem-lhe como algo próprio. Em resumo, expressamos deste modo que
Cristo também enquanto homem – o Filho do homem – participa da glória e do
poder soberano de Deus acima d todas as criaturas, como algo que lhe
corresponde propriamente (cf. Ef 1,20-22; Dn 7,14).
A
Ascensão de Jesus Cristo, que é um acontecimento ao mesmo tempo histórico (o
facto que os apóstolos contemplaram) e também transcendente (pelo seu
significado e conteúdo), é um artigo de fé proposto e confessado desde os
símbolos mais antigos[3].
b) A Ascensão de Cristo manifesta aos discípulos a
glória do Senhor
Durante a sua vida terrena Jesus não quis
que o seu corpo participasse da glória da sua divindade para assim poder
padecer e levar a cabo a nossa redenção.
Nalguma
ocasião quis demonstrar no seu corpo a glória que lhe correspondia, como foi o
caso da transfiguração no Tabor; mas então só se tratou de um processo
passageiro.
O corpo
de Cristo foi glorificado de modo definitivo e próprio desde o instante da sua
Ressurreição.
Mas durante os quarenta dias seguintes, nos
quais tratava familiarmente com os seus e os instruía sobre o Reino de Deus, a
sua glória ainda ficava velada sob os traços de uma humanidade normal.
Com a
Ascensão, completa-se a manifestação da glória da glória de Cristo que tinha
começado com a sua Ressurreição: então mostra aos seus que vive e reina sobre
toda a criatura «exaltado à direita de Deus» (Act 2,33).
Por isso
os discípulos viram então a sua glória e se encheram de alegria (cf. Lc 24 ,52).
c) Sentido salvífico da Ascensão e exaltação
celeste de Cristo
Jesus
Cristo, Cabeça da Igreja, precede-nos no reino glorioso do Pai.
Cristo
com a sua Ascensão abriu-nos o acesso à vida e à felicidade de Deus no céu:
«quis preceder-nos como nossa Cabeça para que nós, membros do seu Corpo,
vivamos com a ardente esperança de segui-lo no seu reino»[4].
Já o
anunciou Jesus:
«Vou
preparar-vos um lugar (...) para que onde eu estiver, estejais também vós» (Jo
14,2-3).
Jesus
Cristo, Sacerdote da nova e eterna Aliança, no céu intercede sem cessar por nós.
Jesus
Cristo, Sacerdote da Aliança nova e eterna, «entrou no céu para se apresentar
agora ante o acatamento de Deus em nosso favor» (Heb 9,24).
A sua
mediação e o seu sacerdócio não
terminaram na cruz, antes no céu «vive para sempre possui um sacerdócio eterno
(Heb 7,24) que exerce perenemente apresentando continuamente a seu Pai o
sacrifício que um dia consumou no Calvário.
«Por isso
pode salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus, já que vive sempre
para interceder por nós (Heb 7,25; cf. Rom 8,34).
Jesus
Cristo, constituído Senhor com poder à direita do Pai, comunica-nos os dons
divinos pela acção do Espírito Santo.
Cristo,
ressuscitado e exaltado à direita do Pai, é o sacerdote e o Mediador da Aliança
que nos comunica os frutos que nos ganhou com a sua Paixão:
«A cada
um de nós se nos dá a graça na medida em que Cristo quer outorgar os seus dons
(...) Subindo ao alto levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens (…)
Subiu aos céus para levar tudo à plenitude» (Ef 4,7-10).
Para isto foi enviado o Espírito Santo no dia
de Pentecostes aos que crêem para
que, com a plenitude dos seus dons, os unisse a Jesus Cristo e os fizesse
partícipes da vida da graça que procede d’Ele que é Cabeça de todos.
«No dia
de Pentecostes (...) a Páscoa de Cristo consuma-se com a efusão do Espírito
Santo»[5].
6. Jesus Cristo, glorioso à direita do Pai, é «o
Senhor». E Rei do universo
a) Os títulos de Senhor e Rei
O
título de «Senhor».
A versão
grega do Antigo Testamento (LXX) traduziu o nome de Yahwé com o qual Deus se
revelou a Moisés (cf. Ex 3,14) por «Kyrios»
(Senhor).
Desde
então «Senhor» foi o nome mais habitual para designar o Deus de Israel.
O Novo Testamento utiliza o título de
«Senhor» para Deus Pai, mas também o emprega, e esta é a novidade, para Jesus.
Com este
título expressa-se a divindade de Cristo, «Senhor da glória» (1 Cor 2,8), e da
mesma forma se afirma a glória e o poder que Ele, enquanto homem exaltado à
direita do Pai, tem sobre todas as criaturas.
Certamente, Jesus é o Senhor desde a sua
Encarnação (cf. Lc 1 ,43),
mas também como título ganho por nos ter resgatado com o preço do seu sangue
(cf. Flp 2,9-11; Heb 2,9). E é a partir da sua glorificação quando se manifesta
claramente como Senhor.
Já desde o princípio os cristãos atribuíram
a Jesus ressuscitado este nome como resumo da sua fé n’Ele.
Também a
oração cristã está marcada pelo título de «Senhor», e habitualmente conclui com
a fórmula «por Jesus Cristo Nosso Senhor».
O
título de «Rei».
O nome de
«Rei» equivale ao de «Senhor»; e de modo semelhante a acção de sentar-se à
direita do Pai significa a sua entronização como rei e a inauguração do seu
reinado.
A partir
da Ascensão, Cristo manifesta-se soberano «acima de todo o principado,
potestade, virtude e dominação», tendo «tudo submetido debaixo dos seus pés»
(Ef 1,20-22).
Como dissemos acerca do título de «Senhor»,
Jesus é igualmente Rei desde a sua Encarnação (cf. Lc 1 ,33; Jo 18,33-37), mas também
o é por nos ter resgatado com o preço do seu sangue (cf. Ap 5,9-10), e
manifesta-se como «Rei de reis e Senhor de senhores» a partir da sua
glorificação (Ap 19,16), e a sua soberania será claramente manifestada a todos
na sua segunda vinda (cf. Mt 25,31-46).
b) Natureza do seu senhorio e do seu reinado
O seu
reino é sobrenatural.
O seu
reinado «não é deste mundo» (Jo 18,37), e consiste na comunicação da ida divina
aos homens.
Como diz
São Paulo, o reino de Deus não consiste em coisas materiais, «antes é justiça,
paz e alegria no Espírito Santo» (Rom 14,17).
A
liturgia da Igreja explica que o seu reino é «reino de verdade e de vida, reino
de santidade e de graça, reino de justiça, d amor e de paz»[6].
O seu
reinado é universal.
Por ser
sobrenatural, o seu reino não está vinculado a nenhuma raça ou povo, nem a
nenhuma forma política, nem a uma determinada condição social.
Cristo é
Senhor de todos (Act 10,36). Ele morreu para salvação do género humano inteiro
e a todos oferece a sua graça que salva.
O seu reinado também é universal no sentido
em que Ele reina no céu e na terra. Ele domina sobre vivos e mortos; todos lhe
pertencemos (cf. Rom 14,8-9; Act 10-42).
O seu
reino é eterno, não terá fim (cf. Lc
1 ,33).
«Já
chegou o reinado neste mundo de nosso Senhor e do seu Cristo» (Ap 11,15).
Neste
mundo Cristo reina e agora nos seus fieis pela graça, que é uma participação da
vida divina, e que constitui o gérmen e o começo do que será perfeito e para
sempre na glória.
E Cristo «Sacerdote dos bens futuros» (Heb
9,11) e «autor da salvação eterna» (Heb 5,9; cf. 9,12), e também reina nos
bem-aventurados do céu pela glória e felicidade que lhes comunica perenemente,
que consiste na perfeita e plena participação da vida divina, da vida eterna
pelos séculos sem fim.
Este é o
reino consumado de Cristo e de Deus Pai que se nos promete em herança (cf. Ef
5,5).
Capítulo XII
OS FRUTOS DA REDENÇÃO
1. Unicidade e universalidade do mistério salvífico
de Jesus
Há uma só economia divina da salvação de
todos os homens cuja fonte e centro é Cristo[7].
Com
efeito, a vontade salvífica universal de Deus centra-se em Cristo: Deus quer
que todos os homens se salvem participando da redenção do seu Filho feito
homem.
O Pai
«elegeu-nos n’Ele (em Cristo) antes da fundação do mundo» (Ef 1,4), e
«chamou-nos à união com o seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor» (1 Cor 1,9).
Cristo é o único Salvador do género humano,
é o único Mediador e Salvador de todos, de modo que não tinha sido dado na
terra outro nome aos homens pelo qual possam ser salvos (cf. Act 4,12).
Segundo o eterno desígnio divino a obra de
Cristo é universal, está destinada à salvação de todos os homens. Jesus Cristo,
identificado com a vontade de seu Pai, levou a cabo a sua obra redentora em
favor de todo o género humano:
Como
cabeça da nossa linhagem, feito solidário com todos, representava-nos e
advogava por todos.
Assim,
Ele entregou-se como redenção por todos os homens que foram, são e serão:
«por todos
morreu Cristo» (2 Cor 5,15).
Jesus «é
a vítima de propiciação pelos nossos pecados; não só pelos nossos, mas pelos do
mundo inteiro» (1 Jo 2,2).
Esta é uma verdade de fé que, seguindo o
ensinamento da Sagrada Escritura, a Igreja sempre ensinou:
«não há,
houve ou haverá homem algum por quem não tenha padecido Cristo Senhor nosso»[8].
(cont.)
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