1 Tendo Jesus partido dali, foi para a Sua terra;
e seguiram-n'O os discípulos 2 Chegado o sábado, começou a ensinar
na sinagoga. Os Seus numerosos ouvintes admiravam-se e diziam: «Donde vêm a
Este todas estas coisas que diz? Que sabedoria é esta que Lhe foi dada? E como
se operam tais maravilhas pelas Suas mãos? 3 Não é Este o carpinteiro,
filho de Maria, irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? Não vivem aqui
entre nós as Suas irmãs?». 4 E estavam perplexos a Seu respeito. 5
Mas Jesus dizia-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua terra, entre os seus
parentes e na sua própria casa». E não pôde fazer ali milagre algum; apenas
curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. 6 E admirava-Se
da incredulidade deles. Depois, andava ensinando pelas aldeias circunvizinhas.
Comentários:
Acontecem muitas vezes, no apostolado que
procuramos levar a cabo com outros, situações como esta que o Evangelho relata.
As pessoas olham para nós com um misto de incredulidade e suspeita:
Quem é este? Como sabe estas coisas e porque me
fala, a mim, delas?
E, nós, que não podemos dar outra explicação que
não seja querermos cumprir o mandato que nos foi dado pelo próprio Jesus
Cristo, só podemos vencer
essa incredulidade e suspeita com uma coisa:
O
exemplo!
(ama,
comentário sobre Mc 6, 1-6, 2012.02.06)
Já
publicados:
O preconceito é um dos piores defeitos que o
homem pode ter. Entre outras consequências, impede ver mesmo aquilo que é
evidente e, compreender o que está demonstrado à saciedade.
Neste caso concreto, reconhecem que não só as Suas palavras estão cheias
de sabedoria como «se operam tais maravilhas pelas Suas mãos»! Ou seja, reconhecem em Jesus o autor de
palavras e acções extraordinários em que têm forçosamente de acreditar porque
as constatam mas, ao mesmo tempo, não Lhe reconhecem “categoria” ou “estatuto”
para as fazer!
Esta atitude é de tal
forma “aberrante” e estranha que o Evangelista o regista de forma lapidar «admirava-Se
da incredulidade deles», mas, não obstante, - e este é o maravilhoso
respeito do Senhor pela liberdade humana mesmo quando essa liberdade o leva por
ínvios caminhos ou reprováveis atitudes – «não pôde fazer ali milagre algum».
Podia tê-los feito?
Claro que sim, o Senhor pode tudo, mas, o milagre só é possível quando se
acredita, se tem fé no poder de Jesus em o fazer, assim, como são incrédulos e
preconceituosos, Ele não os “força” a acreditar “impondo” um milagre.
(ama, comentário sobre Mc 6, 1-6,
2012.01.05)
Fazer acepção de pessoas
por aquilo que possa saber-se delas, seja por conhecimento próprio ou ‘por
ouvir dizer’, é um risco e uma injustiça.
Risco porque nada do que
se sabe é garantido como verdade absoluta que não existe e, de qualquer modo, é
sempre um julgamento que não temos o menor direito de fazer.
Injustiça porque, de
facto, o que fazemos neste caso, é construir uma imagem da personalidade e do
carácter da pessoa que, além de não nos competir fazer, pecará sempre por falta
de informação.
Sé Deus conhece o coração
do homem, o seu interior e as razões, últimas, da sua actuação do seu proceder.
Donde lhe vem a sabedoria?
Não temos o direito de
colocar esta questão seja por que motivo for. O que, sim, temos e devemos fazer
é aferir se aquilo que a pessoa diz está de acordo com o que faz porque não se
pode dar crédito a querem diz o que não faz ou a quem, faz o contrário do que apregoa.
(ama, comentário sobre Mc
6, 1-6, 2012.07.08)
Não interessa a origem, o estatuto ou a sabedoria para
que o Senhor, que pode tudo, opere maravilhas por quem Lhe é fiel e actua em
Seu nome.
A grande parte dos Apóstolos de ontem como os de hoje,
são gente sem grande proeminência na sociedade, sem poder concreto, sem ocupar
lugares de relevo.
Até porque, as maravilhas que o Senhor, por meio deles,
opera, não são, na sua maioria, nem espectaculares nem visíveis.
A conversão – ou regresso – de alguém afastado de Deus e
da Igreja por via do exemplo e da persistência apostólica de outro não é uma
maravilha!
O arrependimento pessoal, o começar e recomeçar vezes
sem conta no caminho da santidade pessoal, não é uma maravilha?
E, no entanto, estas ‘maravilhas’ que o Senhor opera em
nós ou através de nós são milagres autênticos que só a Ele, que pode tudo, se
podem atribuir.
Não deixemos, por respeitos humanos ou com receio ‘do
que dirão’ de fazer o que o Senhor, confiando em nós, nos pede que façamos.
(ama,
comentário sobre Mc 6, 1-6, 2012.06.15)
Os milagres só o são de facto quando o homem,
reconhecendo-os, os aceita. O milagre da vida passa despercebido a uma grande
parte da humanidade e, no entanto, está aqui constantemente presente, é uma evidência
tão 'gritante' que deveria ter-nos permanentemente maravilhados e, no
entanto...
Talvez porque possamos definir o milagre como algo que
sucede sem que encontremos uma explicação que satisfaça a nossa surpresa ou incredulidade,
tornando-se difícil admitir a sua existência.
Só Deus tem capacidade, poder, para fazer milagres
embora, por vezes, se sirva dos homens como 'intermediários' e, sem dúvida, se
serve de nós para levarmos a cabo os milagres do proselitismo, do apostolado,
da catequese, da doutrina, da conversão.
(ama, comentário sobre Mc 6, 1-6, 2012.02.01)
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