É preciso ver o Menino, nosso Amor, no
seu berço. Olhar para Ele, sabendo que estamos perante um mistério. Precisamos
de aceitar o mistério pela fé, aprofundar o seu conteúdo. Para isso
necessitamos das disposições humildes da alma cristã: não pretender reduzir a
grandeza de Deus aos nossos pobres conceitos, às nossas explicações humanas,
mas compreender que esse mistério, na sua obscuridade, é uma luz que guia a
vida dos homens.
Ao falar diante do presépio sempre
procurei ver Cristo Nosso Senhor desta maneira, envolto em paninhos sobre a
palha da manjedoura, e, enquanto ainda menino e não diz nada, vê-Lo já como
doutor, como mestre. Preciso de considerá-Lo assim, porque tenho de aprender
d'Ele. E para aprender d'Ele é necessário conhecer a sua vida: ler o Santo
Evangelho, meditar no sentido divino do caminho terreno de Jesus.
Na verdade, temos de reproduzir na
nossa, a vida de Cristo, conhecendo Cristo à força de ler a Sagrada Escritura e
de a meditar, à força de fazer oração, como agora estamos fazendo diante do
presépio.
É preciso entender as lições que nos
dá Jesus já desde menino, desde recém-nascido, desde que os seus olhos se
abriram para esta bendita terra dos homens. Jesus, crescendo e vivendo como um
de nós, revela-nos que a existência humana, a vida corrente e ordinária, tem um
sentido divino. (Cristo que passa, nn. 13–14)
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