A leitura tem feito muitos santos.
(S. josemaria, Caminho 116)
Está aconselhada a leitura espiritual diária de mais ou menos 15 minutos. Além da leitura do novo testamento, (seguiu-se o esquema usado por P. M. Martinez em “NOVO TESTAMENTO” Editorial A.
O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
Para ver, clicar SFF.
O. - Braga) devem usar-se textos devidamente aprovados. Não deve ser leitura apressada, para “cumprir horário”, mas com vagar, meditando, para que o que lemos seja alimento para a nossa alma.
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Evangelho:
Mc 5, 21-43
21 Tendo
Jesus passado novamente na barca para a outra margem, acorreu a Ele muita gente,
e Ele estava junto do mar. 22 Chegou um dos chefes da sinagoga,
chamado Jairo, que, vendo-O, lançou-se a Seus pés, 23 e
suplicava-Lhe com insistência: «Minha filha está nas últimas; vem, impõe sobre
ela as mãos, para que seja salva e viva». 24 Jesus foi com ele; e
uma grande multidão O seguia e O apertava. 25 Então, uma mulher que
havia doze anos padecia um fluxo de sangue, 26 e tinha sofrido muito
de muitos médicos, e gastara tudo quanto possuía, sem ter sentido melhoras,
antes cada vez se achava pior, 27 tendo ouvido falar de Jesus, foi
por detrás entre a multidão e tocou o Seu manto. 28 Porque dizia:
«Se eu tocar, ainda que seja só o Seu manto, ficarei curada». 29
Imediatamente parou o fluxo de sangue e sentiu no seu corpo estar curada do
mal. 30 Jesus, conhecendo logo em Si mesmo a força que saíra d'Ele,
voltado para a multidão, disse: «Quem tocou os Meus vestidos?». 31
Os Seus discípulos responderam: «Tu vês que a multidão Te comprime, e
perguntas: “Quem Me tocou?”». 32 E Jesus olhava em volta para ver
quem tinha feito aquilo. 33 Então a mulher, que sabia o que se tinha
passado nela, cheia de medo e a tremer, foi prostrar-se diante d'Ele, e
disse-Lhe toda a verdade. 34 Jesus disse-lhe: «Filha, a tua fé te
salvou; vai em paz e fica curada do teu mal». 35 Ainda Ele falava,
quando chegaram da casa do chefe da sinagoga, dizendo: «Tua filha morreu; para
que incomodar mais o Mestre?». 36 Porém, Jesus, tendo ouvido o que
eles diziam, disse ao chefe da sinagoga: «Não temas; crê somente». 37
E não permitiu que ninguém O acompanhasse, senão Pedro, Tiago e João, irmão de
Tiago. 38 Ao chegarem a casa do chefe da sinagoga, viu Jesus o
alvoroço e os que estavam a chorar e a gritar. 39 Tendo entrado,
disse-lhes: «Porque vos perturbais e chorais? A menina não está morta, mas
dorme». 40 E troçavam d'Ele. Mas Ele, tendo feito sair todos, tomou
o pai e a mãe da menina e os que O acompanhavam, e entrou onde a menina estava
deitada. 41 Tomando a mão da menina, disse-lhe: «Talitha kum», que
quer dizer: «Menina, Eu te mando, levanta-te». 42 A menina
imediatamente levantou-se e andava, pois tinha já doze anos. Ficaram cheios de
grande espanto. 43 Jesus ordenou-lhes com insistência que ninguém o
soubesse. Depois disse que dessem de comer à menina.
CARTA
ENCÍCLICA
SACERDOTII NOSTRI PRIMORDIA
DO
SUMO PONTÍFICE PAPA JOÃO XXIII
AOS
VENERÁVEIS IRMÃOS PATRIARCAS, PRIMAZES, ARCEBISPOS, BISPOS E OUTROS ORDINÁRIOS
DO LUGAR
EM
PAZ E COMUNHÃO COM A SÉ APOSTÓLICA
E
A TODO O CLERO E FIÉIS DO ORBE CATÓLICO
SOBRE
O SACERDÓCIO NO CENTENÁRIO DA MORTE
DO
SANTO CURA DE ARS
I. ASCESE SACERDOTAL
…/2
cont.
S. João Maria Vianney,
exemplo de pobreza evangélica
12.
Primeiramente tendes o exemplo de pobreza, virtude pela qual o humilde cura
d'Ars, se tornou digno êmulo do patriarca de Assis, de quem foi, na Ordem
Terceira, discípulo fiel. [17] Rico para dar aos outros, mas pobre para si
mesmo, viveu num total desprendimento dos bens deste mundo, e o seu coração
verdadeiramente livre abria-se com generosidade a todos os que, afligidos por
misérias materiais ou espirituais vinham até ele de toda a parte em busca de
remédio. "O meu segredo é bem simples, dizia ele, é dar tudo e nada
guardar". [18] O seu desinteresse fazia-o atender a todos os pobres,
sobretudo os da sua paróquia, aos quais testemunhava extrema delicadeza, tratando-os
"com verdadeira ternura, com os maiores cuidados e até com respeito".
[19] Recomendava que nunca deixassem de ter atenções para com os pobres, porque
tal falta recai sobre Deus; e, quando um miserável batia à sua porta, sentia-se
feliz, ao recebê-lo, com bondade, por lhe poder dizer: "Sou pobre como
vós; hoje sou um dos vossos!". [20] No fim da sua vida, comprazia-se em
repetir: "Estou muito satisfeito; já não tenho nada de meu; Deus pode
chamar-me quando quiser". [21] Por isso, veneráveis irmãos, podereis compreender
como, de todo o coração, exortamos nossos queridos filhos do sacerdócio
católico, a meditar num tal exemplo de pobreza e caridade. "A experiência
cotidiana atesta - escrevia Pio XI, ao pensar no cura d'Ars - que a acção dos
sacerdotes de vida modesta, os quais, segundo a doutrina evangélica, não
procuram absolutamente os seus próprios interesses, redunda em extraordinários
benefícios para o povo cristão". [22] E o mesmo Pontífice, considerando o
estado da sociedade contemporânea, dirigia também aos padres este grave aviso:
"Ao ver que os homens vendem e compram, tudo pelo dinheiro, os padres
caminhem desinteressadamente pelos engodos do vício, e desprezando todo o baixo
desejo de ganhar, busquem almas e não dinheiro, a glória de Deus e não a
sua!" [23]
Aplicações aos padres de
hoje
13.
Estas palavras devem estar inscritas no coração de todos os padres. Se há
alguns que possuem legitimamente bens pessoais, que não se prendam a eles! Que
se lembrem, antes, da obrigação que formula o Direito Canónico, a propósito dos
benefícios eclesiásticos, "de despender o supérfluo com os pobres ou com
as obras pias".[24] E queira Deus que nenhum mereça a censura do santo
pároco às suas ovelhas: "Quantos têm dinheiro guardado, e tantos pobres a
morrer de fome!". [25] Mas nós sabemos que muitos padres vivem, de facto,
em condições de verdadeira pobreza. A glorificação de um dos seus, que
voluntariamente se despojou de tudo e se regozijava com o pensamento de ser o
mais pobre da paróquia, [26] será para eles um providencial estímulo para se
dedicarem à prática de uma pobreza evangélica. E se a nossa paternal solicitude
pode servir-lhes de conforto, saibam quanto nos regozijamos pelo seu
desinteresse no serviço de Cristo e da Igreja.
14.
Mas, ao recomendar esta heróica pobreza, não pretendemos, de forma nenhuma,
veneráveis irmãos, aprovar a pobreza total a que, por vezes, são reduzidos os
ministros do Senhor nas cidades e no campo. No seu comentário da exortação do
Senhor ao desprendimento dos bens deste mundo, São Beda, o Venerável,
previne-nos contra qualquer interpretação abusiva: "Não se deve crer que
seja prescrito aos santos não conservar dinheiro para seu uso pessoal ou para
dar aos pobres, visto ler-se que o próprio Senhor... tinha algum dinheiro para
os gastos da Igreja nascente...; mas que não se sirva Deus por causa disso, nem
se renuncie à justiça com receio da pobreza". [27] Pois o operário tem
direito ao seu salário, (cf. Lc 10, 7) e, fazendo nossas as preocupações do
nosso predecessor imediato, pedimos instantemente a todos os fiéis que
correspondam com generosidade ao louvável apelo dos bispos, desejosos de
assegurar aos seus colaboradores recursos convenientes. [28]
Sua castidade angélica
15.
S. João Maria Vianney, pobre de bens materiais, foi igualmente exemplo de
voluntária mortificação da carne. "Não há senão uma maneira de se dar a
Deus no exercício da renúncia e do sacrifício - dizia ele - isto é, dar-se
totalmente". [29] E, em toda a sua vida, praticou, em grau heróico, a
ascese da castidade.
16.
O seu exemplo sobre este ponto parece, particularmente oportuno, porque, em
bastantes regiões, infelizmente, os padres são obrigados a viver, em virtude do
seu cargo, num mundo onde reina uma atmosfera de excessiva liberdade e
sensualidade. E a palavra de s. Tomás‚ para eles cheia de verdade: "É por
vezes mais difícil viver virtuosamente tendo cura de almas, por causa dos
perigos exteriores". [30] Além disso, muitas vezes, estão moralmente sós,
pouco compreendidos, pouco amparados pelos fiéis a quem se dedicam. A todos, e,
sobretudo, aos mais isolados e mais expostos, nós dirigimos um apelo premente,
para que toda a sua vida seja um puro testemunho dessa virtude a que s. Pio X
chamava "o mais belo ornamento da nossa ordem".[31] E recomendamos-vos,
insistentemente, veneráveis irmãos, que procureis para os vossos padres, na
medida do possível, condições de existência e trabalho que estimulem a sua boa
vontade. É preciso, a todo o custo, combater os perigos do isolamento, denunciar
as imprudências, afastar as tentações da ociosidade ou os riscos do excesso de
trabalho. Lembremo-nos igualmente, a este respeito, dos magníficos ensinamentos
do nosso predecessor na Encíclica "Sacra Virginitas". [32]
17.
Foi dito do cura d'Ars: "A castidade brilhava no seu olhar". [33] Na
verdade, quem estuda a sua personalidade fica surpreendido, não só pelo
heroísmo com que este padre subjugava seu corpo (cf. 1 Cor 9,27), mas ainda
pela força da convicção com que conseguia que a multidão dos seus penitentes o
seguisse. É que ele sabia, por uma longa prática do confessionário, os males
causados pelos pecados da carne. Por isso de seu peito saíam estes gemidos:
"Se não houvesse almas puras que aplacassem a Deus ofendido pelos nossos
pecados, quantos e quão terríveis castigos teríamos nós que suportar!". E,
falando com experiência, juntava ao seu apelo um estímulo fraterno: "A
mortificação tem um bálsamo e um sabor de que não podem prescindir os que
alguma vez os conheceram... Neste caminho, o que custa ‚ o primeiro
passo". [34]
18.
Esta ascese necessária da castidade, longe de fechar o padre num estéril
egoísmo, torna o seu coração mais aberto e mais acessível a todas as
necessidades dos seus irmãos. Dizia optimamente o cura d'Ars: "Quando o
coração é puro não pode deixar de amar, porque encontrou a fonte do amor, que é
Deus".
19.
Que benefício para a sociedade humana ter assim, no seu seio, homens que,
livres das solicitações temporais, se consagram inteiramente ao serviço de Deus
e dão aos seus irmãos a sua vida, os seus pensamentos e as suas forças! Que
graça para a Igreja ter padres empenhados em guardar integralmente esta
virtude! Com Pio XI, consideramo-la a glória mais pura do sacerdócio católico,
ela que nos parece "a melhor resposta aos desejos do Coração de Jesus e
aos seus desígnios sobre as almas sacerdotais". [35] Não estaria também
conforme com os desígnios da divina caridade a mente do santo cura d'Ars,
quando exclamava: "O sacerdócio‚ o amor do Coração de Jesus!" [36]
Seu espírito de obediência
20.
São numerosos os testemunhos sobre o espírito de obediência do santo, podendo
afirmar-se que para ele a exacta fidelidade ao "prometo" da ordenação
foi motivo para uma permanente renúncia de quarenta anos. Durante toda a sua
vida, com efeito, aspirou à solidão de um santo retiro, e as responsabilidades
pastorais foram para ele pesado fardo, do qual por várias vezes tentou
libertar-se. Mas a sua obediência total ao Bispo foi mais admirável. Por isso,
veneráveis irmãos, temos o prazer de relatar algumas testemunhas da sua vida:
"Desde a idade de quinze anos este desejo (da solidão) estava no seu
coração para o atormentar e tirar-lhe a felicidade de que poderia gozar na sua
posição". [37] Mas "Deus não permitiu que pudesse realizar tal
desígnio. A divina Providência queria sem dúvida que, sacrificando o seu gosto
à obediência, o prazer ao dever, João M. Vianney tivesse constantemente ocasião
de se vencer". [38] "Vianney continuou cura d'Ars com obediência cega
e assim ficou até à morte". [39]
21.
Esta total adesão à vontade dos superiores era, convém afirmá-lo, inteiramente
sobrenatural no seu motivo: era um acto de fé na palavra de Cristo que dizia
aos seus apóstolos: "Quem vos ouve, ouve a mim" (Lc 10,16), e, para
ser-lhe fiel costumava habitualmente renunciar à sua própria vontade na
aceitação do seu pesado encargo do confessionário e em todas as tarefas
cotidianas onde a colaboração entre confrades torna o apostolado mais frutuoso.
22.
Estimamos propor como exemplo aos padres, esta rigorosa obediência, esperando
que saibam compreender toda a sua grandeza e cada vez a cultivem com maior
empenho. E se, um dia, sentissem a tentação de duvidar da importância desta
virtude capital, hoje tão facilmente esquecida, convençam-se de que têm contra
si as afirmações claras e nítidas de Pio XII, que atesta que "a santidade
da vida pessoal e a eficácia do apostolado têm por base e sustentáculo a
obediência constante e exacta à sagrada hierarquia". [40] Deveis também
recordar-vos, veneráveis irmãos, com quanta força os nossos últimos
predecessores denunciaram os graves perigos do espírito de independência no
clero, tanto para o ensino da doutrina como para os métodos de apostolado e
para a disciplina eclesiástica.
23.
Não desejamos insistir mais sobre este ponto, preferindo exortar os nossos
filhos que foram chamados ao sacerdócio a desenvolver em si mesmos o sentido
filial de que pertencem à Igreja, nossa mãe. Dizia-se do cura d'Ars que ele só
vivia na Igreja e só para a Igreja trabalhava, como palha que se consome no
fogo. Padres de Jesus Cristo, nós estamos no braseiro que o fogo do Espírito
Santo anima; tudo recebemos da Igreja; só agimos em seu nome e pelos poderes
que ela nos conferiu: esforcemo-nos para servi-la nos laços da unidade e pela
forma por que ela deseja ser servida. [41]
Nota: revisão da versão portuguesa por
ama
(cont.)
____________________________________
Notas:
[17]
Cf. Ibid. t. 227, p.137.
[18] Cf. Ibid, t. 227, p. 92.
[19] Cf. Ibid. t. 3897, p. 510.
[20] Cf. Ibid, t. 227, p. 334.
[21] Cf. Ibid. t. 227, p. 305.
[22]
Carta Enc. Divini Redemptoris; AAS 29 (1937), p. 99.
[23] Carta Enc. Ad Catholici
Sacerdotii; AAS 28 (193), p. 28.
[24] CIC., can.1473.
[25] Cf. Sermons du B. Jean B.
M. Vianney,1909, t, l, p. 364.
[26] Cf. Arch. Secret. Vat., t.
227, p. 91.
[27] In Lucae Evangelium
Expositio, IV, in c.12; PL, 92, col. 494-495.
[28] Cf. Exort. Apost. Menti
Nostrae; AAS 42(1950), pp. 697-699.
[29] Cf. Archiv. Secret. Vat.,
t. 227, p. 91.
[30] Summa theol. II-II, q.184,
a. 8, c.
[31] Exort. Haerent animo: Acta Pii X, IV, p. 260.
[32] AAS 46 (1954), pp.161-191.
[33] Cf. Arch. Secret. Vat. t.
3897, p. 536.
[34] Cf. Arch. Secr. Vat. t.
3897, p. 304.
[35] Carta Enc. Ad Catholici
Sacerdotii; AAS 28 (1936), p. 28.
[36] Cf. Arch. Secr. Vat, t.
227, p. 29.
[37] Cf. Ibid. t. 227, p. 74.
[38] Cf. Ibid. t. 227, p. 39.
[39] Cf. Ibid, t. 3895, p.153.
[40] Exort. In auspicando: AAS
40 (1948), p. 375.
[41] Cf. Arch. Secret.
Vat. t. 227, p.136.
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